DECISÃO DO COMPOM E A MANUTENÇÃO DA TAXA SELIC

A última reunião do Comitê de Política Monetária não surpreendeu o mercado em meio as notícias de estouro das contas públicas. A decisão na manutenção da taxa em 10,5% reflete a desconfiança e a cautela do mercado em relação a política econômica do atual governo.

Em economia existe um ditado que diz: “não existe almoço grátis”. Essa máxima nos mostra que a elevação de gastos de um lado seja por parte dos consumidores, empresas ou governo, devem ter uma contrapartida financeira representada por salários, aluguéis, lucros. Quando se aumenta os gastos sem uma contrapartida física e monetária é necessário solicitar a outras fontes. Nesse caso temos, uma elevação do nível de impostos, empréstimos externos ou empréstimos de terceiros.

No caso do Brasil, presencia-se uma tentativa de elevação progressiva de impostos de maneira a elevar a areecadação. hoje foi aprovado o projeto que acaba com a isenção para compras internacionais de até US$ 50. Após um acordo entre Congresso e governo federal, o imposto definido para ser aplicado nas vendas é de 20%. Essa é mais uma tentativa de taxar para arrecadar mais frente a explosão do orçamento público em 2024.

A manutenção da taxa SELIC reflete a expectativa e a leitura dos agentes econômicos – empresários, mercado financeiro, associações de classe- em relação ao futuro da economia do Brasil.

Ademais é importante ressaltar que 10,5% trata-se de uma taxa alta quando comparada com países desenvolvidos. Taxasa de juros altas são o antídoto para freiar a demanda por bens e serviços e se o cidadão não tomar consiência desse ponto, não somente o estado brasileiro se afundará em dívidas mas o cidadão comum.

Estima-se de 60% das famílias brasileiras enontram-se endividadas – seja um ou mais boletos em abertos. Esse quadro de endividamento decorre também da falta de informações e de critérios para tomar decisões financeiras corretas no cotidiano.

A decisão do COPOM em manter a taxa SELIC é um sinal de alerta e onde há fumaça há fogo daí a importância em sempre ter cautela com o dinheiro, fazer contas, projeções de médio e de longo prazos são importantes e previsões de gastos futuros de maneira que não caiamos em uma situação de endividamento como é o caso do Brasil nesse atual governo.

 

 

PAULA MEYER

Paula Meyer Soares Dentro dessa perspectiva a coluna inaugura mais um espeço para a reflexão no Jornal Pernambuco em Foco acerca dos desafios energéticos e econômicos resultantes das nossas políticas públicas. Serão abordados temas diversos voltados para área de energia, economia e políticas públicas. A coluna será semanal abordando os mais variados temas correlatos à essas áreas sob a ótica da economista e professora Paula Meyer Soares autora e especialista em economia, energia e políticas públicas. Doutora (2002) e Mestre (1994) em Economia de Empresas pela Fundação Getúlio Vargas – EAESP. Graduada em Ciências Econômicas pela Universidade de Fortaleza (1990). Membro da Sociedade Brasileira de Planejamento Energético (SBPE

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