#JABOATÃODOSGUARARAPESÉFOCO DR JUDIVAN VIEIRA

DAVI TEIXEIRA HOMENAGEIA CAPIBA, NELSON FERREIRA E EDGAR MORAES

Direto de Brasília, DF

 

Conheci o poeta, cordelista, artesão e compositor Davi Teixeira em julho de 2021, quando fui à Paraíba e Pernambuco para gravar o documentário “O caminho de Ariano Suassuna sob o olhar do escritor Judivan Vieira”.

Estava no Marco Zero da cidade, gravando algumas imagens e não resisti ao charme do Centro de Artesanato do Recife. Entrei, observei os traços em cerâmica e cordel da rica cultura do nordeste do Brasil, tão desejado por conquistadores franceses, holandeses e espanhóis, todos canhoneados pelos portugueses que desembarcaram em Porto Seguro, construíram seus fortes em Pernambuco e Paraíba e já de barriga cheia com nossas iguarias e bolsos abarrotados com nossas riquezas vegetais e minerais, resistiram bravamente para manter a possessão da Terra brasilis, história brilhantemente narrada no livro “Os Franceses no Maranhão – La Ravardiére e a França Equinocial (1612-1615), de Vasco Mariz e Lucien Provençal, me presenteado pelo querido amigo Fred Raposo, defensor público e ator de teatro, mais um dos polímatas a quem saúdo nesse mundo de tanta superficialidade.

Fato é que no Centro de Artesanato vi o cordel “Só sei que foi assim”, no qual Davi Teixeira narra facetas da vida de Ariano Suassuna, e o comprei. Peguei os contatos de Davi e ele gentilmente me recebeu em sua casa, tão logo voltei de São José do Belmonte, 473km descendo de Recife para o lindo sertão pernambucano, aonde fui gravar cenas no Castelo Reino Encantado, construído com recursos próprios pelo bravíssimo Clécio Novaes, amigo pessoal de Ariano. Que castelo maravilhoso; que acervo tão rico sobre Ariano! Pena que a ignorância de nossos valores culturais seja uma assassina em série da cultura. Força, Clécio!

Ao chegar de São José do Belmonte fui muito bem recebido por Davi Teixeira em sua casa e ateliê. Gravei entrevista com ele e com Meca Moreno, professor universitário e cordelista. Histórias maravilhosas que ambos viveram com Ariano Suassuna. Desse dia em diante seguimos burilando a amizade recheada de impressões culturais sobre cordel, música, arte e vida.

Em meados de janeiro recebi de Davi Teixeira o vídeo com “Os poetas do Frevo”, música que compôs para homenagear Capiba, Nelson Ferreira e Edgar Moraes, três dos maiores gênios da cultura nordestina. Capiba, formou-se em Direito, mas sua grande paixão era a música, tanto que compôs mais de 200 frevos; Nelson Ferreira também consagrado pela história como compositor de frevo; e Edgar Moraes o autodidata genial que mereceu filme e documentário da Fundação Joaquim Nabuco, em sua homenagem.

Para os menos avisados, o Frevo foi declarado Patrimônio Imaterial da Humanidade, pela Unesco, em 2023, tendo recebido a seguinte designação histórica: “Frevo: Arte do Espetáculo do Carnaval do Recife”. Pois é, o Frevo é criação pernambucana, arte genuinamente brasileira, dançante, chamegante, ululante como o grito do lobo em lua cheia. Desses ritmos que o “cabra” escuta e mesmo sendo um “boneco de posto”, uma mistura de “João Bobo com robô”, faz o esqueleto querer saltitar feitas as cabras do cabra árabe que dizem ter comido café pela primeira vez e não queria mais deixar de cantar e pular.

Enquanto alguns ignoram, a Wikipidia descreve o Frevo para o mundo, assim: “O frevo é um ritmo musical e uma dança brasileira com origem no estado de Pernambuco. Sua música baseia-se na fusão de gêneros como marchamaxixedobrado e polca, e sua dança foi influenciada pela capoeira.”

Nosso poeta, cordelista, artesão e compositor pernambucano, Davi Teixeira soltou aos quatro ventos, os quais sopraram em meu ouvido, “Os Poetas do Frevo”, cujo link está ao final desta matéria e, já que Davi, com sensibilidade e justiça homenageou Capiba, Nelson Ferreira e Edgar Moraes, eu homenageio Davi Teixeira por manter ativa a chama do Frevo.

O carnaval está chegando e, certamente, Pernambuco vai “frever”e frevar com a alegria que vara dias e madrugadas. Salve o Frevo, a cultura nordestina e brasileira! Salve o carnaval! Valeu, Davi Teixeira!

 

No instagram: @poetadaviteixeira

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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