CRÔNICAS NO UBER: STEPHANIE E OS DOIS FURACÕES EM NOVA ORLEANS (Final)

Direto de Nashville, Tennesse-EUA

Na manhã seguinte à que chegamos a New Orleans o tempo estava melhor e resolvemos explorar a cidade. Chamamos o UBER, e foi aí que STEPHANIE entrou em nossas vidas com sua história de arrepiar, de fazer chorar e entender que em New Orleans é possível morrer e ressuscitar algumas vezes.

Segundos após entrar elogiei o lindo veículo e perguntei sobre os melhores lugares para conhecermos a cidade. Com muita sinceridade ela disse que todo o roteiro turístico deve ser seguido, mas insistiu para termos cuidado com batedores de carteira na “Bourbon Street”(a mais movimentada de todas); disse que a rapaziada local frequenta mesmo é a “Frenchmen”, ainda que ambas estejam no Quarteirão Francês e a poucos metros uma da outra.

Disse, ainda, que a Bourbon é para turista e a outra para quem quer entretenimento, digamos, com mais cara de verdadeiro jazz, blues, rock e por aí vai. Agradeci a sinceridade, pedi desculpa por tocar em ponto tão sensível e perguntei como é viver em uma cidade constantemente ameaçada por tornados de intensidade 4 e até 5, e se o governo presta assistência á população após as tragédias.

Então ela contou sua história dizendo que é testemunha dos dois maiores furacões que causaram mais dano à cidade de New Orleans e à vida de sua população, o furacão Katrina e o Ida que coincidentemente ocorreram no mesmo mês e praticamente mesmos dias.

Seguiu dizendo que quando veio o furacão Katrina, a tempestade tropical que alcançou categoria 5 no oceano Atlântico e categoria 3 em terra firme, com ventos de mais de 280km/h, ela e família perderam tudo e que Nova Orleans teve mais de 1 milhão de pessoas evacuadas; que 1.800 pessoas morreram quando a maré do Katrina terminou por inundar 80% da cidade, em 28 e 29 de agosto de 2005.

Quando perguntei como age o governo federal e local, ela explicou que o governo local avisa à população para que quem puder saia da cidade antes que chegue a tempestade e é só isso. Quem tem dinheiro foge para outros lugares e quem não tem nada pode fazer. Sobre o governo federal disse que a situação até hoje é de abandono.

Lamentei a situação e antes que terminasse de falar ela disse que quando pensavam estar recuperando um pouco de tudo que haviam perdido, no 16º aniversário do Katrina, nos mesmos dias e mês de agosto veio o furacão IDA. Mortal, tão destrutivo que atingiu categoria 4 na escala máxima de 5, com ventos de mais de 240km/h e enchentes catastróficas. – Você não viu na Netflix a série “Earthstorms” que mostra como foi o furacão aqui em New Orleans e como destruiu por completo a cidade de Grand Isle?

Respondi que assisti à série pelo menos 10 vezes e que só de ver dá medo. Ela seguiu narrando e disse que havia, com o máximo esforço da vida, conseguido comprar um pequeno apartamento e que o Furacão IDA destruiu tudo, outra vez. Perguntei como encontrou força para resistir a tantos revezes que a vida lhe lançou e ela disse que por vezes a vida “bate na gente quer mereçamos ou não” e que não há outra alternativa depois da queda, a não ser levantar e seguir adiante. Nos incentivou a prestar atenção nos arredores da cidade e na pobreza que domina o estado da Louisiana e que assim teríamos a resposta certa sobre o quanto os políticos só aparecem nas eleições.

Ela terminou de falar e foi estacionando o carro. Havíamos chegado no Quarteirão Francês, na Bourbon Street. Pouco adiantou que eu desejasse que a viagem tivesse durado 3 dias. Agradeci pelas lições de vida, descemos e seguimos o fluxo do “carnaval” na mais famosa rua de New Orleans, que a qualquer hora pode estar submersa outra vez.

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