CRÔNICAS NO UBER: JUAN, OUTROS ANJOS MEXICANOS E UM SHOW DE HISTÓRIA

Direto de Chicago,Illinois-EUA

Quando chegamos em Chicago em 10 de abril tínhamos em mente entregar o carro que alugáramos em Nova Orleans e explorar a cidade a pé, por trem, metrô e Uber, já que os Estados Unidos tiveram o cuidado de se ferrovizar, como mais um dos pilares que sustentam seu status de país desenvolvido.

Outro compromisso assumido era lançar o álbum “Deadly Joke”, o último da trilogia autoral de DOCTOR JUDI, em 22 de abril, por meio das  plataformas musicais, juntamente com o vídeo clipe gravado no “Ground Zero Blues Club”, em Clarksdale, Mississipi, clube de propriedade do ator Morgan Freeman.

Dia 23 era de mudança de um a outr Ait Bnb. Afinal, houvéramos decidido “esticar” por mais dez dias nossa estada em Chicago. Que encanto de Cidade! Chamamos o Uber e quando Juanito chegou, logo mostrou sua cordialidade nos ajudando a subir as várias malas, mochilas e sacolas do supermercado para o bagageiro de seu carro.

Quando entramos fui logo perguntando de onde veio e respondeu ser porto-riquenho, e portanto norte-americano, com pai mexicano e mãe norte-americana, além de ser casado com uma argentina. Wooow, exclamei! Que mistura bacana! Ele disse que é na mistura que há força; que toda pessoa metida a “pura” normalmente é chata e preconceituosa e concliu com uma assertiva pessoal: – Veja os cachorros vira-latas, compadre. Eles são os mais fortes!

Eu me coloquei a pensar que não tenho autoridade alguma pra falar de cães e puxei outros assuntos. Perguntei como ele vê a questão dos latinos nos EUA e respondeu que há 30 anos quando seus pais aqui chegaram a situação era muito ruim.

Lembrou-me que os EUA são feitos de imigrantes; que que antes dos ingleses chegarem, aqui já estavam as primeiras nações indígenas; que vários e grandes territórios pertenciam ao México, como California e Texas; que o estado da Louisiana era propriedade dos franceses; que os afro-americanos foram trazidos em 1526 pela primeira vez como escravos e que nunca houve uma “América” totalmente inglesa, europeia. Sendo assim, qualquer discriminação contra imigrantes é totalmente infundada e injustificável, assim como o é o racismo e a discriminação que segue existindo.

Juanito lembrou que em Chicago, por exemplo, há uma mistura étnica considerável e admirável, lembrando que o corpo de bombeiros daqui foi fundado pelos italianos e a polícia pelos irlandeses; que a grande migração iniciada em 1916 e terminada somente em 1970 trouxe inúmeros trabalhadores de estados vários para Chicago, proporcionando uma super miscigenação na cidade.

Perguntei sobre o tratamento aos mexicanos e à comunidade brasileira e ele disse que quanto aos turistas brasileiros costumam ser abertos e gentis, mas a comunidade que vive na cidade parece se esconder e pelo que sabe não é unida nem entre si.

Sobre os demais latinos lembra que já representam 25% da população norte-americana; que buscam mais integração entre si e com a cidade, por mais que ainda haja discriminação e ocupem os piores empregos e poucos cargos de chefia no setor privado e no público.

Perguntei a ele que lição maior extrai da democracia norte-americana. Ele disse que democracia é dos males o menor e que nela há muita coisa vil, mas ruim mesmo é falta de liberdade, censura e ditadura como as de Cuba, Venezuela, Coreia do Norte, e os novos governos capitalistas ferrenhos que vivem disfarçados de comunistas e socialistas como de China e Brasil. Fiquei meditando no porquê de tantos imigrantes aqi nos EUA se referirem ao panorama da América Latina sempre com propriedade e semelhante impressão, mas não tive tempo de falar.

Chegamos, ele parou o carro e seguiu falando mesmo enquanto retirava nossa bagagem em frente ao endereço que déramos. Lá ficamos um bom tempo sem ninguém para nos atender no número da casa indicada para nos hospedarmos, até que duas senhoras mexicanas, moradoras em Norte Kimball, viessem até nós e nos mostrassem que o endereço que déramos ficava um pouco mais arriba.

Eu e Lily nos entreolhamos, agradecemos a “los dos angeles” e tivemos certeza que aquele era dia de nos permitir instruir pelos mexicanos que atravessaram nosso caminho, ou vice-versa…

 

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