Direto de Brasília-DF.
Episódio de hoje: “E o verbo se fez carne”
Diz a Teoria Criacionista que no princípio de tudo, antes que qualquer coisa existisse, a Terra era sem forma e vazia.
Esse vazio existencial chamava-se caos, trevas. Então, alguém, uma divindade teria “arregaçado as mangas” e se posto a trabalhar por sete dias ininterruptos para colocar ordem no caos.
No PRIMEIRO DIA de trabalho tratou logo de criar LUZ. Essa coisa de trevas, é “treva pura”! Afinal, como trabalhar no escuro? Como compreender a estética do que se faz sem que a luz jorre sobre a obra da criação?
É quase certo que a tal divindade já havia feito planejamento prévio. Nem sei se não foi ela que muito tempo depois inspiraria Benjamim Franklin a dizer que “Quem falha em planejar, planeja falhar”.
Certo é que chegou em seu canteiro de obras sabendo: o quê, o como, o porquê, o onde, o quando, o para quê, e o quem. Com tanta assertividade assim, possível reconhecer seu instinto pedagógico e aprender com ela como ser eficiente, eficaz e efetivo no que se faz.
Foi assim que NO DIA SEGUNDO cuidou de fazer separação entre as águas do planeta, e a tal porção seca que chamamos de Terra. Águas e terra separados, diferentes, e cada uma com seu biossistema vinculado ao outro e funcionando harmonicamente.
Cada vez que dava suas pinceladas criativas, olhava para suas obras, refletia sobre o que havia planejado fazer e, ainda sujo da tinta da criação, “balangava” sua cabeça no tom afirmativo da satisfação de ter tomado a decisão quanto ao que devia fazer a partir de seu poder de decisão.
No DIA TERCEIRO acordou entusiasmado, provavelmente cheio de si e da alegria que o reveste, com exceção dos dias de tristeza, e danou a criar. No reino vegetal toda a flora brotou! A terra e seus minerais, uns, a “céu aberto” outros em minas subterrâneas aí estão para sustentáculo do planeta e da vida. Sementes, árvores e frutos se fizeram sobre a relva.
No QUARTO DIA com seu cérebro racional tomou a decisão de criar dois grandes astros. O Sol como representante da luz e em seguida um astro menorzinho, a Lua para ser o espelho que receberia a luz do Sol e a reproduziria ora dourada, ora prateada sobre a Terra e sobre os espelhos dos mares e oceanos.
Olhou, olhou, olhou outra vez e não conseguia aceitar que aquele toque de criação fosse final. Retirou-se um pouco, caminhou daqui pra lá e de lá pra cá, deve ter tomado uns goles de vinho tinto e… eureca!!! A inspiração soprou-lhe a ideia de criar estrelas. Salpicou daqui, salpicou dali e ao final de muitas salpicadas o céu ficou cheio de pontinhos brilhando na noite.
Quando a sirene tocou no canteiro de obras, com o objetivo de liberar os “peões” do cansativo, mas interessante expediente, a bola de fogo que ilumina a Via-Láctea e que batizara de Sol, já se punha no horizonte da tarde do terceiro dia. Recolheu-se em seus jardins cósmicos e por mera questão de ordem a divindade esperou a primeira noite e madrugada estrelados findarem para dar exemplo de começo, meio e fim.
Ao amanhecer outra vez a sensação de falta lhe invadiu. Havia silêncio demais e, de movimento, somente os cabelos das árvores e da relva balançavam daqui pra lá e de lá pra cá.
Então, no DIA QUINTO resolveu encher a Terra com Animais. Era animal sobre a porção seca e animais nos oceanos, que não acabavam mais. Foi uma dança tão frenética de vida que os olhos do tal criador davam giros de 360 graus a cada 2 segundos. Ele sorriu com os animais, cantou longas canções com as baleias jubartes, pulou de alegria com os macacos comendo frutos alcoólicos das árvores de marula, e a festa demorou a terminar. Só acabou quando as estrelas cansaram de bailar no espaço cósmico, lá longe onde tudo é grande apesar de parecer pequeno.
No DIA SEXTO, diz a Teoria Criacionista, que a divindade se empolgou tanto com aquelas coisas com vida que resolveu gastar um dia à mais só se divertindo e criando almas viventes.
Foi a vez de todo tipo de gado e répteis. Era lindo assistir todo aquele movimento de vida, mas faltava interação. Pensou, pensou e pensou, e se perguntou ao final: – E se eu fizer um ser capaz de pensar como eu, de raciocinar? Um ser com livre arbítrio para decidir de forma consciente e livre sobre o certo e o errado, o justo e o injusto, o legal e o ilegal, o honesto e o desonesto?
Foi com esse “pensamento” que decidiu e criou o ser humano nas múltiplas versões plantadas em um tal de “DNA”. Apareceu o masculino, o feminino e depois outros foram aparecendo e os fez colorido para que a vida tivesse mais graça e beleza. Para ele era tudo ser humano e pronto! Achou lindo.
Interagiu, sorriu, contaram piadas juntos, passou umas instruções de como ser, como agir, como se abraçar e beijar, como fazer sexo e se reproduzir. Olhou pra tudo que fez e disse: – Hoje eu me sinto meio que um “cabra-da-peste”! Cada coisa e ser que criei o fiz com base na palavra criadora. Disse a si mesmo: – E o verbo se fez carne! Gostei de tudo que fiz!
Quando foi lá pela hora do almoço do DIA SÉTIMO, diz-se que a empolgada divindade terminou sua obra. Comeu manjares e à sombra de uma árvore frondosa tirou uma soneca, ouvindo o barulho das águas que deslizavam pedras a baixo em uma das lindas cachoeiras que havia criado.
O sono do descanso após o trabalho foi tão arretado que dias depois quando acordou, o ser humano já havia botado quase tudo a perder. Havia subvertido a ordem e reiniciado o caos, que duraria por mais milênios que os milênios chamados de dias da criação…
Não perca o EPISÓDIO 2 na próxima quarta-feira, dia 23/06.
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