O Carnaval no Grande Recife vai começar com passagens de ônibus mais caras. O Conselho Superior de Transporte Metropolitano, reunido na manhã desta quinta-feira (28), no Recife, aprovou a proposta do Governo de Pernambuco, de reajuste de 7,07%. Agora o resultado vai para a Agência Reguladora de Pernambuco (Arpe) para regulamentar e o aumento já vale a partir deste sábado de Zé Pereira (2).
Com o aumento de 7,07%, o anel A passará para R$ 3,45; anel B, R$ 4,70; e G, R$ 2,25. Já o anel D será eliminado e quem o utilizava passará a fazer uso da tarifa do anel A.
“É importante esclarecer a manobra que o governador faz. Ele chama uma reunião dessas, que gera um impacto gigantesco na vida das pessoas, um dia antes do período carnavalesco. Isso demonstra a falta de transparência e diálogo sobre essa pauta. O transporte e a mobilidade não são prioridades para o Governo do Estado. A discussão relativa à tarifa única, a modificação dos terminais integrados, nada disso entrou na pauta do conselho. Eles votam apenas sobre o aumento da tarifa de ônibus. O Grande Recife e a Secretaria de Desenvolvimento Urbano age segundo interesses das empresas de ônibus”, criticou Pedro Josephi, da Frente de Luta Pelo Transporte Público de Pernambuco.
De acordo com o presidente do Conselho, Marcelo Bruto, a decisão pelo reajuste passou por uma avaliação dos custos de transporte desde 2017. “Essa revisão deliberada e aprovada foi fruto de um estudo do Consórcio Grande Recife sobre a variação dos custos nos últimos dois anos, chegando ao valor de 7%, aproximado do IPCA desse período. Mesmo com os esforços feitos pelo Governo do Estado, com subsídios em concessões, gestão de terminais, gratuidades e passe livre estudantil, que juntas somam mais de R$ 200 milhões, as tarifas da Região Metropolitana são uma das menores do País e a segunda menor do Nordeste”, argumentou.
O número de usuários que não paga as passagens e os custos com a gratuidade foram alguns dos pontos citados pelo diretor de Operação do Grande Recife, André Melibeu, para explicar a decisão do aumento das tarifas.
“A evasão prejudica porque tem passageiros no sistema que não pagam (passagem). Temos outras questões que precisam ser debatidas também, como os idosos que não pagam. É necessário entender que o sistema sobrevive com o dinheiro das tarifas. No caso das concessões, é diferente porque o Governo do Estado vem aportando recursos, com previsão de R$ 45 milhões de subsídios em 2019, mantendo uma modicidade tarifária e não recaindo para o usuário. O Governo também banca toda manutenção dos terminais integrados e estações de BRT”, disse, citando uma das melhorias que o Consórcio espera apresentar nos próximos meses.
“Existe muita reclamação sobre superpopulação. Isso é um fato, mas nossa evasão é grande e precisamos combater em conjunto com os empresários e a sociedade como um todo. Sobre a qualidade, estamos propondo a renovação da frota de 665 veículos, que seriam renovados até dezembro de 2019, não tendo ônibus tão velhos em circulação. Temos alguns problemas em estações em construção, mas temos 47 em operação. É um esforço grande em mantê-las e não repassar o custo nas tarifas. Precisamos que as pessoas entendam que as estações são um patrimônio público e precisam ser preservadas”, declarou.
Fonte: Folha PE
Foto: Ed Machado / Folha de Pernambuco