Durante as férias escolares, quando as crianças estão mais presentes em casa, é comum que elas acabem passando mais tempo na frente de eletrônicos, como celulares, tablets, televisão e videogames. No entanto, de maneira não-moderada, esse hábito pode prejudicar o desenvolvimento e a saúde mental das crianças e dos jovens. Por isso, para evitar esse tipo de dependência, é importante que os pais ou responsáveis organizem a rotina e estabeleçam regras e limites claros para o uso desses eletrônicos.
“As telas entram como uma distração, como um meio de fazer passar o tempo na rotina das crianças e adolescentes. Para pensarmos em uma rotina com diminuição de tempo diante das telas, é importante que os responsáveis organizem esse dia a dia, ou seja, que a rotina contemple atividades atrativas, como jogos em família ou que possam ser jogados de forma coletiva com outras crianças, momentos de atividade física e de lazer. O importante é a ludicidade e que a criança ou adolescente se divirta e não fique isolado atrás de uma tela”, afirma a psicóloga da Rede SESI de Educação, Rafaela Souza.
A profissional explica que o tempo de acesso às telas deve acontecer conforme a faixa etária, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS). Para adolescentes, por exemplo, o recomendável é não exceder 3 horas de uso diário. “Lembrando que esse uso deve ser orientado e com supervisão dos pais”, reforça Rafaela. Já para crianças, ela destaca que a orientação é de no máximo 1 hora para menores de 5 anos e até 2 horas para crianças de 6 até 11 anos.
Além da inabilidade social que o excesso de tela pode causar, Rafaela explica que esse hábito também pode ocasionar alterações de ordem psicológica, como alterações de humor, deixando a criança/jovem mais irritadiço, sensível ou deprimido, além de ansiedade. “Pode acarretar ainda desordens fisiológicas causadas pelo sedentarismo e em decorrência da prática de hábitos pouco saudáveis, como alimentação inadequada, pouca exposição ao sol, quebra ou ausência da rotina do sono”, complementa, destacando que a tudo isso se soma o risco de exposição a conteúdos inadequados à faixa etária da criança ou adolescente.
Como alternativa aos eletrônicos, seja em período de férias ou não, Rafaela sugere que pais e responsáveis, além de proporcionar atividades de lazer para as crianças e adolescentes, incluam eles na rotina de afazeres domésticos. Essa participação, ela explica, é importante tanto para o desenvolvimento da criança, que cria a noção de responsabilidade e autonomia, quanto para que pais e filhos estejam juntos. “As atividades domésticas podem ser divertidas de serem realizadas, principalmente se forem feitas em parceria, com música e muita diversão em família. Especialmente nas férias, tudo o que não se espera é uma criança ou adolescente trancado dentro do quarto em seu celular. A família deve se envolver e planejar momentos em comum”.