O Carnaval fora de época acabou mas as mazelas sociais e econômicas persistem. Dizem que agora o ano vai começar, as atividades cotidianas são retomadas “somente” após o Carnaval.
As mazelas são antigas e os descaminhos também. O alarde da mídia de que 2022 será um ano difícil, com baixo crescimento econômico e inflação em alta são esperados, não somente em águas “brasileneas” mas também no mundo a fora.
A pandemia, a reclusão em vários momentos ao longo dos últimos 2 anos sacudiu a economia, expôs a fragilidade de várias políticas públicas – sociais, de saúde, de educação- e agora a vida começa a voltar a normalidade como antes. Esse texto tem um tom de nostalgia pois vemos as cidades fervilhando, os lugares públicos cheios e as pessoas vibrando com a retomada.
Estamos todos diferentes. Um país gigantesco como o Brasil, emplacou a triste cifra de mais de 600 mil óbitos por COVID-19. Nenhum de nós desconhece um parente, um conhecido, amigo que o COVID-19 não tenha nocauteado. Estamos todos diferentes na verdade. Estamos mais resistentes. Estamos dando mais valor a vida e aos momentos curtos ou longos perto das pessoas que amamos. Estamos mais serenos diante das adversidades e confiantes que uma hora tudo passa.
Até o Carnaval teve um gosto diferente esse ano que passou. A alegria foi contagiante. A passarela do samba lotou. O olhar mudou e retomamos novamente.
Apesar de tudo nao podemos desanimar. As mazelas continuam mas se olharmos dentro de uma cronologia do tempo, o Brasil sempre foi o país dos desafios. Seu povo é forte. Resiliente. Os noticiários não poupam seus ouvintes e não deixam um dia sequer de relembrar que as mazelas estão aí.
O país do “jeitinho”, da volta das doenças antes exterminadas, rubéola, sarampo, poliomelite, catapora, empobrecimento generalizado das classes sociais, desemprego, inflação. Mas não há quem duvide que mesmo com todas as mazelas, o fim do Carnaval, o povo va resistir, vai encontrar uma saída ou solução para contornar tais dificuldades.
E é essa capacidade de ajeitar daqui e dali que o Brasil se torna cada vez mais apaixonante. São mais de 8,5 mil kms de belezas, diversidade, culturalmente um país esplêndido. Uma diversidade de povos e de biomas ainda inexplorados. Índios, imigrantes, negros, mulatos, brancos, mestiços, japoneses, alemães, estrangeiros de passagem, etc.. em um único território. Cada um cumprindo o seu papel nessa sociedade que as vezes acolhe e muitas vezes repele e essa é a dinâmica.
E apesar de tudo, o Carnaval acabando as mesmas mazelas perduram. Ainda assim, amo meu país. viva o Brasil !