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CAPÍTULO 38: O DILEMA DA LEALDADE DIVIDIDA ENTRE NAÇÃO E ESTADO. Episódio de hoje: Como surgiu o Fascismo Alemão, chamado de Nazismo.

Direto de Brasília-DF.

O escritor Louis Wasserman abre suas reflexões sobre o Nacional Socialismo Alemão, o Nazismo (que é o mesmo Fascismo italiano, ainda mais radicalizado) citando William Sheakespeare :

“Homem, oh orgulhoso homem! Que vestido de pouquíssima e breve autoridade, joga truques tão fantásticos, ante os altos Céu, que até aos anjos fazes chorar.”
 
Em minha vida profissional já vi muitas pessoas desfilando minúsculos poderes, como se fossem deuses e semi-deuses. Há pessoas que não podem subir numa folha de papel que  se tornam soberbas, opressoras dos colegas, por se julgarem superiores. Imagine, então, do que são capazes aqueles que conquistam muito poder…
 
A história de Hitler é universalmente conhecida. Alguns o idolatram, outros o tem ojeriza. Estou nesta segunda classe. Sem fazer juízo de valor da pessoa de Adolf Hitler (este artigo quer relembrar um pouco do que a História diz), eis aqui uma brevíssima análise sobre a doutrina social que ele desenvolveu com toque e interpretação pessoal e que foi capaz de arrastar toda uma Nação ao escárnio da História.
 
Reich, em alemão, significa Império. O Primeiro Reich durou do século X ao XVII, aproximadamente.  O Segundo Reich foi inaugurado em 1871 e se estendeu até 1918, tendo como primeiro chanceler a Otto Von Bismarck. Desde então não se separou do espírito da Nação, o desejo de conquistar o mundo. Houve um princípio de prosperidade econômica no início deste segundo império, mas a derrota na Primeira Grande Guerra abriu feridas e rancores profundos nas classes políticas alemãs e empurrou, aos poucos e outra vez, a Alemanha para o opróbrio.
 
Em 1919 a Alemanha, vencida, se viu obrigada a assinar o Tratado de Versailes e teve de assumir pesadas responsabilidades econômicas de reparação de danos causados às Nações contra as quais havia declarado guerra. O país mergulhou em uma das mais profundas crises sócio-econômicas de sua história e, como é de sabença geral, uma crise sócio-econômica profunda é o contexto apropriado ao surgimento de “salvadores da pátria”. 
 
Para compor o cenário de revoltas populares, motins e greves gerais, até os Socialistas se dividiram em facções socialistas diferentes. Uma destas, os Spartacistas, queria a qualquer custo a implantação do Comunismo com as diretrizes Russas dos Bolcheviques, que haviam recém feito a Revolução de 1917. Todavia, com o assassinato de seus líderes Karl Liebnechat e Rosa Luxemburgo, os Spartacistas perderam a corrida eleitoral e o Partido  Social Democrata ficou com o poder, no que restava de uma Alemanha em frangalhos.
 
Foi nesse cenário que apareceu Adolf Hitler e sua doutrina social chamada de Nacional Socialismo, cuja ideologia foi abraçada pelos descontentes. Com poder ou não, com dinheiro ou não, intelectuais ou não, quase todos abraçaram o Nazismo. Era seguir a cartilha ou mudar de país…
 
A juventude, os pequenos empresários, a classe média, profissionais liberais, agricultores e pecuaristas, grandes empresários cujas empresas sobrevivem no mercado mundial até hoje, tais como Volkswagen, BMW, e Mercedes Benz, Hugo Boss, thyssenkrupp, Basf e muitas outras (que você pode identificar facilmente em pesquisa no Google) ofereceram seu apoio ao Nazismo.
 
Em 1933, em meio ao caos, surge o Terceiro Reich e, em seu comando, Hitler com as promessas de unificação, pacificação e expansão do império Alemão, até os confins do mundo e onde mais pudesse alcançar.
 
O Partido Nacional Socialistade Hitler apresentava propostas paradoxais. Ao mesmo tempo em que pregava medidas socialistas como a coletivização dos meios privados em direção a um Estado Totalitário e assistencialista, também anunciava guerra ideológica pela destruição do Marxismo e a erradicação dos judeus. Os judeus deveriam ser erradicados, primeiro do território alemão e depois de todas as terras conquistadas pelo Terceiro Império (Reich).
 
Hitler desenvolveu seu programa de poder seguindo os mesmos moldes do Fascismo italiano de Benito Mussolini, ou seja, toda a vontade da Nação, seja ela individual ou coletiva deve estar submissa à vontade do Fueher (esta palavra significa “O lider”), com um lema que virou mantra que todo alemão deveria aprender a recitar: “A autoridade flui de cima para baixo e a obediência flui de baixo para cima”.
 
Alguns historiadores como Louis Wasserman creem que o termo “Socialismo” inserido no nome do Partido Nacional Socialista (PNS) não é totalmente adequado ao programa Hitlerista e que, ao Fascismo, seria melhor agregar como programa econômico, o Capitalismo de Estado, porque na visão econômica do Fueher e dos políticos  do PNS, o Setor Privado (Volkswagen, BMW, e Mercedes Benz, Hugo Boss, thyssenkrupp, Basf e muitas outras) seguiria com a liberdade de produzir, mas com absoluto controle do Estado.
 
Em verdade o Setor Privado, os meios de produção e o capital seriam o parque de diversão do PNS e a plataforma de lançamento do “Poder Ariano”, cujo programa de governo ou doutrina social estava fundamentada em três pressupostos:
 
1 – A humanidade estaria dividida em graus raciais, sendo uma raça superior e outra inferior;
 
2 – Na divisão das duas raças que definem a humanidade, a Alemã ocupa o mais alto nível, mesmo entre os nórdicos (os povos do Norte da Europa: Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega e Suécia);
 
3 – Os atributos físicos e culturais da raça ariana são hereditários, mas também podem ser preservados ou incrementados por meio do casamento entre si, por outros fatores ambientais e pela ciência.
 
Este último ponto da doutrina Nazista pode ajudar a explicar o porquê de tantos experimentos científicos desenvolvidos com seres humanos, tantos nos campos de concentração e extermínio quanto em instalações várias nas cidades alemãs.
 
Quando visitei pessoalmente campos de concentração e extermínio na cidade de Cracóvia, Polônia, pude testemunhar galpões e várias outras instalações nas quais médicos alemães usavam judeus, ciganos, homossexuais e outras pessoas que consideravam de raça inferior, como se fossem ratos de laboratório.
 
Como toda doutrina social fixa sua preservação na educação, na propaganda de si, e na política externa, faz-se necessário dizer que no Nacional Socialismo, a educação, a ciência e a propaganda se confundiam, como se fossem uma coisa só. Tudo convergia para a doutrinação política da população.
 
As crianças desde os 10 anos eram entregues aos comitês de doutrina Nazista (á semelhança do que acontece com os tais “Sem Terrinhas” brasileiros, catequizados e doutrinados pelo MST e ideologias de esquerda) para serem treinadas paramilitarmente, em exercícios físicos, mas, acima de tudo, para aprenderem lealdade Fuerher e ao ideal da causa Nazista.
 
O restante da história você já sabe. A Segunda Guerra Mundial acabou em agosto de 1945, deixando para trás mais de 70 milhões de mortos; Hitler não se rendeu e seu paradeiro até hoje se discute; o neonazismo já assusta na Europa e América Latina (a tolerância ao Nazismo no Chile, por  exemplo é sintomática) e os políticos, ao redor do mundo, seguem pregando que devemos fortalecer as tais “Instituições” (pensamento do filósofo David Hume), ao invés de pregar o fortalecimento da consciência Ética (pensamento de Maquiavel e Thomas Hobbes).
 
O maior tesouro com o qual a natureza nos presenteou foi a diversidade. Quando aprendermos a respeitar as diferenças e entendermos que todos (ricos, médios, pobres, negros, brancos, pardos, gays, crentes de todo gênero e ateus de todo gênero, etc., etc., etc.,) somos responsáveis pelo leme desse grande navio que flutua fragilmente na Via Láctea; quando entendermos e passarmos a vivenciar o respeito pelas diferenças, talvez a “luz amarela” apague, no painel dessa imensa nave espacial feita de água e batizada de,Terra…

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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