#ÉPERNAMBUCOEMFOCO

CAPÍTULO 18: O DILEMA DA LEALDADE DIVIDIDA ENTRE NAÇÃO E ESTADO. Episódio de hoje: “As doutrinas sociais e o protesto por um mundo melhor”

Direto de Brasília-DF

Quando comecei a escrever esta coluna me comprometi a escrever artigos sobre as principais doutrinas sociais, tais como: democracia, utopianismo, socialismo, marxismo, comunismo, anarquismo, socialismo empresarial, sindicalismo, socialismo cristão, socialismo fabiano, nazismo, fascismo, movimento cooperativista, etc. Chegou a hora de cumprir a promessa de forma específica.

 
Para entendermos as doutrinas sociais é necessário fazermos, ao menos, três perguntas: 1) O que fez surgir a tal doutrina social; 2) O que ela propõe; e 3) Como pretende ser implementada na prática.
 
Principiemos lembrando que antes da invenção da escrita cuneiforme(escrita que é produzida com o auxilio de objetos em formato de cunha.  O lápis ou caneta que você usa não parece uma cunha?) pelos povos Sumérios, entre 4 e 5 mil anos a.C, o período era denominado de pré-história. Após, segue-se a divisão clássica da história em: 1) Idade Antiga; 2) Idade Média; 3) Idade Moderna e, por fim, 4) Idade Contemporânea.
 
Nessa sequência evolutiva jamais faltou um império dominante no mundo e não há razão para crer que esse quadro mudará. A organização social pode ter sido diferente em algumas civilizações, mas a estrutura do Poder foi sempre parecida com o que temos hoje. Um governante e seus governados, sistema que vai da família, tribo, vilas, até nossos dias atuais.
 
Para alguns povos pré-históricos o Poder vinha de Deus e a ele cabia designar um ou vários Sacerdotes e um Rei, Faraó ou Imperador para governar sobre a turba fosse ela de sábios ou ignorantes. De certa forma essa mesma crença segue viva em pleno Século XXI, seja em tribos africanas, no judaismo, no islamismo e com pequena variação, também no cristianismo, que espera seu Messias para implantar 1000 anos de um governo de paz e prosperidade, quando o planeta Terra ressurgir do apocalipse que o aguarda. Ao menos, assim pensam os cristãs milenistas…
 
Nos primórdios históricos a economia não possuía a preponderância que hoje possui. A religião e a política disputavam a primazia do governo das tribos, aldeias, vilas e Cidades-Estados. Esse quadro durou até o fim da Idade Média.
 
Por óbvio você encontrará relatos isolados sobre um ou outro governante que se preocupava com os estoques de alimentos em seus país. O Egito é um caso típico  com a história da armazenagem de grãos para períodos de “vacas magras”. Mas, a preocupação maior era com a preservação do Poder Político, como no  caso da construção dos 15 fortes em toda a margem sul/norte do rio Nilo, no Egito, tudo sob as bençãos dos inúmeros deuses que dominavam a crença daquele importante centro da antiguidade.
 
Outra manifestação esporádica da economia em sua tentativa de ser elemento dominante de governo se deu durante o império Romano quando Augusto César assume o poder em um  império semi destruído pela corrupção e disputa de poder entre senadores  conspiradores e Júlio César.
 
Pois bem, ao assumir o império Augusto parece haver usado com maestria maior que qualquer antecessor a política do pão e circo. Ele distribui grãos  para aplacar um pouco da fome do povo e com a exploração de jogos, inclusive os de gladiadores, consegue entreter a multidão e evitar o caos que se avizinhava. Em momentos como esses a economia colocava sua cabeça de fora e parecia falar de sua importância e pavimentar o caminho para ser elemento tão determinante quanto a própria politica sempre foi para o governo das Nações.
 
A relação entre o o ser humano e a terra(propriedade) sempre foi de extrema proximidade e apego e desde que deixou de ser nômade e se tornou sedentário, essa relação se aprofundou e segue sendo determinante desde a pré-história até nossos dias.
 
O comércio aos poucos ganhou preponderância e, ainda mais o ficou, com as grandes navegações em tempos em que a economia, como ciência autônoma, seguia como uma ilustre desconhecida.
 
O professor Louis Wassermann diz em seu livro “Filosofias Políticas Modernas” que o fim da Idade Média foi marcado pela transição do feudalismo para o capitalismo. Feudalismo era a combinação do modo de vida social regido pelas leis e pelos costumes militares prevalentes em toda a Europa medieval.
 
O feudalismo floresceu entre os séculos IX e XV e é amplamente definido como estrutura social que gira em torno de relacionamentos derivados da posse de terra em troca de serviço ou trabalho, tendo o Rei no topo da pirâmide, seguido abaixo pela classe dos “Nobres”, mais abaixo pelos “Cavaleiros” e, lá embaixo na pirâmide, pelos camponeses.
 
Fato é que com a desintegração do Império Romano ainda no Século V d.C, cada “cidade-estado” adotava seu próprio governo e estilo de vida, sem qualquer sistematização e, deste período até o fim da Idade Média (século XV) a esmagadora maioria das pessoas vivia no campo. Era assim a sociedade feudal, época em que o tema democracia parecia tão sepultado quanto os dinossauros após a grande colisão do asteróide com a Terra cerca de 65 milhões de anos atrás.
 
No Ocidente mais fácil seria falar de Monarquia e Teocracia, com o governo dos Reis e dos Papas ou os dois juntos se influenciando e negociando o Poder sobre a “gentalha” camponesa. No feudalismo as relações sociais inflexíveis se passavam entre o mestre e o aprendiz, o vassalo e seu senhor, o nobre e seu Rei.
 
O camponês seguia sempre afastado dos castelos nos quais as famílias reais se enclausuravam junto com alguns Nobres. Estes ou habitavam dentro das fortalezas reais ou em suas vizinhanças protegidas.
 
Ao camponês, a classe mais pobre da estrutura piramidal feudal, cabia seguir trabalhando em pedaços de terras de famílias reais ou dos “Nobres” (barões da terra/grandes proprietários) que lhes arrendavam em troca da prestação dos serviços de semeadura e colheita, cabendo aos arrendatários uma pequena parte no momento da divisão dos frutos.
 
Foi uma prática antiga que derrubou o feudalismo. Foi o crescimento do comércio! Foi isto que proporcionou a transformação de pequenas comunidades de camponeses em vilas e de vilas em Cidades, nas quais o  comércio floresceu como flores na primavera e, uniu diferenças culturais e religiosas (o dinheiro quando flui opera milagre: une os piores inimigos e afasta os melhores amigos) e permitiu a criação e troca não somente de mercadorias, mas de ideias. Sim, ideias movem o mundo! Por isto mudar de ideia deve ser visto como fruto da inteligência, já que muda de ideia quem tem ideia!
 
Surge o banqueiro, o mercador e o empreendedor. Esse dinâmica vai enriquecer a muitos,  dando-lhes os meios para adquirir mais terras, mais imóveis, metais preciosos e todos os tipos de riqueza. 
 
Continua…
 
Se deseja adquirir meus livros jurídicos, em ciências sociais ou os romances, novelas e de autodesenvolvimento premiado nos Estadoso Unidos, escreva para: judivan.vieira@gmail.com

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *