Direto de São Paulo,
A 26ª. BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO está de volta ao presencial, depois de 4 anos. Este ano espera-se mais de 600 mil visitantes. Estarão presentes mais de 300 escritores brasileiros e mais de 30 de países como Angola, Moçambique e Portugal. Aliás, Portugal é o país Convidado de Honra, já que toda bienal privilegia um país de nossa comunidade lusófona, falantes da língua portuguesa espalhada pelos continentes americano, europeu e africano.
Como amante da semântica, que trata de explicar o sentido das palavras, não resisto dizer que o vocábulo “bienal” significa aquilo que ocorre a cada dois anos.
Para uns parece pouco, para outros cujo termo passa a se tornar designativo e associativo de determinado evento, sem dúvida é útil a explicação.
A Bienal de São Paulo, desde que fundada em 1951 era conhecida como Bienal Internacional de Arte de São Paulo e com muita razão tornou-se um dos três eventos do circuito artístico mais badalados internacionalmente junto com a Bienal de Veneza e a “Documentaem Kassel – Alemanha”. Esta última perdeu seu rumo ético quando se permitiu associar à obra “Targin Padi”, um coletivo artístico indonésio publicado na 15.ª edição, 2002, e repleta de motivos antissemíticos, no contestado mural “People’s justice” ou “Justiça do povo”. Afinal, se é para promover discriminação e preconceito merece o ostracismo e sepultamento sem qualquer honraria.
Permanecem firmes a BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO e a Bienal de Veneza, como dois palcos em que editores, escritores e livros desfilam como obra de arte. Na verdade a ordem dos fatores deveria ter os escritores sempre em primeiro lugar, pois criam os produtos “ponte” entre editores e leitores/consumidores. Sem escritores nada do que existe existiria. Apesar disto as editoras seguem atribuindo importância infinitamente menor que merecem aos verdadeiros astros da festa.
Eu mesmo tive enorme decepção com uma de minhas editoras ao visitar seu “stand” e ver que meu livro “A mulher e sua luta épica contra o machismo” lançado no Panamá em 2011, depois na “BOOK EXPO AMERICA(BEA) – A feira do Livro de Nova Iorque-EUA (2012) não estava em exposição.
Hoje na inauguração da 26ª BIENAL INTERNACIONAL DO LIVRO DE SÃO PAULO meu foco foi ser correspondente dos “web journals” dos quais sou colunista. Por esta razão a entrevista é sobre o Prêmio Jabuti, concedido aos escritore(a)s brasileiro(a)s.
Espero que goste da entrevista com Vitor Tavares, Presidente da Câmara Brasileira do Livro e da BIENAL, que falou com exclusividade a este correspondente:
JV: Qual a importância do Prêmio Jabuti?
Vítor Tavares: A importância é muito grande, pois é um prêmio inclusivo, diverso e plurar. Cada edição estamos tendo recorde de inscrições. Quando assumi a presidência da Câmara Brasileira do Livro(CLB) tinha 1.500 inscrições. Na edição de 2022 temos 4.300 inscrições, só de autores brasileiros. O Jabuti premia somente autores brasileiros cujos livros foram publicados no ano anterior à sua concessão.
JV: O Jabuti engloba toda a produção literária do Brasil?
VT: Sim. A nossa produção literária é muito grande. Publicamos muito e os autores querem cada vez mais o “Jabuti”. É um prêmio super reconhecido de 64 anos que já premiou escritores como Jorge Amado, Cida Mendonça, Itamar Vieira Junior e outros. Para um país que tem um baixo índice de leitura, um prêmio literário que dura 64 anos, só mesmo a CBL e vocês escritores podem proporcionar isto.
JV: Você, como presidente da CBL, sente que o Jabuti é objeto de desejo dos escritores brasileiros?
VT: Acreditem, o Prêmio Jabuti é o mais importante prêmio literário brasileiro e por isto desejado pelos escritores. Como dizia Monteiro Lobato “um país é feito por homens e livros”.
Assista aos videos da entrevista no canal do Youtube: Escritor Judivan Vieira