Paula Meyer Soares
A geração de energia elétrica no Brasil advém majoritariamente do uso da fonte hídrica. Isso significa dizer que a eletricidade depende da vazão dos rios ou melhor dizendo da força dessa vazão. O que ocorre quando os níveis hidrológicos alcançam patamares críticos? É necessário buscar outras fontes de energia que complementem e garantam o suprimento energético por todo o país.
Em 2012 o Brasil enfrentou uma forte crise hídrica e o resultado foi o acionamento maciço de outras usinas de geração de energia, como as térmicas resultando em uma elevação na tarifa de energia. Essa elevação decorreu Em 2019, foram gerados 651,3 TWh de energia sendo que 63,2% concentrou-se na força da vazão dos rios, ou seja, na fonte hídrica. Desde 2020, os reservatórios vem diminuindo a sua capacidade de vazão e esse ano o enfrentamento de período seco – maio até setembro- pode culminar na adoção de medidas de racionamento ou de acionamento de usinas térmicas e outras usinas afim de garantir a oferta de energia.
No Brasil, as fontes solar e eólica, têm uma participação de 1,1% e de 8,9% na geração elétrica respectivamente. Já as térmicas a participação é 13,2% podendo utilizar como combustíveis – gás natural, carvão mineral e vegetal, biomassa, combustível fóssil. Essa geração térmica possui um custo de geração mais elevado porém em períodos de convalescência dos leitos dos rios, é quem sustenta e garante o suprimento energético.
Prevendo a diminuição da capacidade dos reservatório, a agencia Nacional de energia elétrica, a ANEEL, autorizou a incidência da bandeira tarifaria vermelha nível 2. Isso significa dizer que, o consumidor a partir de junho vai passar a pagar um adicional R$6,243 para cada 100kWh consumidos.
Em maio, a ANEEL, já havia autorizado a bandeira tarifária vermelha nível 1, com custo adicional para o consumidor de R$4,169 a cada 100kWh.
Dentro desse contexto, a expectativa é de que tenhamos um acionamento forte das térmicas até o final do ano de modo a garantir a oferta interna de energia elétrica. Semana passada o governo Bolsonaro, autorizou a realização de leiloes de energia de reserva. Tais leilões destinam-se ao suprimento de energia em situações críticas, como é o caso, a pior seca dos últimos 93 anos. Esses leilões estão previstos para dezembro deste ano e até lá a expectativa é que consiga-se contornar a situação atual de diminuição das vazões e por meio da oferta de energia com o acionamento de novas usinas térmicas (gás natural e combustíveis fósseis) possa-se garantir para os próximos anos a oferta de energia.