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Banda Sinfônica do Recife celebra 169 anos do Teatro de Santa Isabel em concerto gratuito

Templo dos mais antigos e importantes do país, dedicado à celebração, salvaguarda e valorização da cultura como ferramenta de cidadania e transformação social, o Teatro de Santa Isabel acaba de completar 169 anos de existência e resistência. Para comemorar, a Banda Sinfônica do Recife fará um concerto gratuito e aberto ao público, na próxima quarta-feira (29), às 20h, na majestosa casa de espetáculos mantida pela Prefeitura do Recife, que já foi palco para a icônica bailarina russa Ana Pavlova e Procópio Ferreira, além de ter recebido personalidades como Dom Pedro II, Tobias Barreto e Castro Alves.

O programa preparado pelo maestro Nenéu Liberalquino para a noite de festa irá dos clássicos internacionais e eruditos de Bach e Rossini aos sucessos ensolarados de Dorival Caymmi e Adoniram Barbosa, sem deixar de lembrar as trilhas sonoras de clássicos do cinema, como Pinóquio e Bambi.

O repertório começa erudito com a execução de Procissão dos Nobres, da Ópera Mlada, de Nicholas Rimsky-Korsakov, com arranjo de Erik Leidzen; e Arioso, de um dos mais celebrados compositores do mundo, Johann Sebastian Bach, com arranjo de Jacob de Haan.

Da Música Popular Brasileira, Nenéu Liberalquino convidará dois grandes mestres para a festa da próxima quarta-feira: Dorival Caymmi, de quem será executado o hino O Samba da Minha Terra, com arranjo de Hudson Nogueira; e Adoniran Barbosa, que será lembrado num medley arranjado por Alexandre Daloia, com as músicas Samba do Arnesto, Saudosa Maloca, Iracema e Trem das Onze.

Com arranjo de Paul Murtha, o segundo medley da noite será Benny GoodMan: The King of Swing, com arranjo de Paul Murtha e obras de vários compositores. E o terceiro medley será cinematográfico. Celebrando produções da Disney que fizeram história no mundo inteiro, a Banda Sinfônica tocará as músicas When You Wish upon a Star (Pinóquio), Little April Shower (Bambi), The Second Star To The Right (Peter Pan), Bella Notte (A Dama e o Vagabundo), Once Upon a Dream (A Bela Adormecida), Winnie the Pooh (O Ursinho Pooh), A Spoonful Of Sugar (Mary Poppins), num arranjo de Toshio Mashima.

E para lembrar que o Santa Isabel ainda haverá de comemorar muitos anos mais de serviços prestados à cultura e à história, a noite termina num começo, com a abertura da Ópera Guilherme Tell, de Gioachino Rossini, com arranjo de Robert Longfield.

Os recifenses estão todos convidados para a festa. Para participar, basta chegar uma hora antes do início da apresentação e retirar o ingresso na bilheteria do teatro.

Novidades – O equipamento histórico, mantido pela Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife, celebra mais um ano de vida cheio de novidades. Nos últimos meses, foi recuperada a pintura de vários ambientes internos, como saguão, bilheteria e cafeteria, e de toda a fachada, após uma cuidadosa pesquisa cromática, com orientação do Iphan, que devolveu à casa o tom de rosa mais próximo possível ao da pintura original.

Também foi recuperado o mobiliário datado de 1950, que foi doado ao teatro quando o mesmo era administrado pelo médico, escritor, teatrólogo e ator Valdemar de Oliveira, por ocasião do centenário do Santa Isabel.

Além de preservar a preciosa história do equipamento, as intervenções atualizaram as instalações do teatro para atender às orientações contemporâneas de acessibilidade, com a instalação de poltronas para obesos na plateia.

Sobre o aniversariante ­- O Teatro de Santa Isabel, cujo nome é uma homenagem à Princesa Isabel, foi inaugurado em 18 de maio de 1850, inserindo a então província de Pernambuco numa nova fase cultural. Idealizado pelo Barão da Boa Vista, teve o projeto dirigido pelo engenheiro francês Louis Léger Vauthier, que inovou na época, optando por não utilizar trabalho escravo na construção de arquitetura neoclássica. Tombado pelo Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) em 31 de outubro de 1949, o equipamento foi mais tarde eleito um dos 14 teatros-monumentos do país.

Durante toda a sua história, a casa emoldurou importantes capítulos da vida política da cidade, tendo assistido à Revolução Praieira e abrigado a campanha abolicionista e pelo advento da República. Frequentado, desde sempre, por notórias personalidades da cultura nacional, o Teatro de Santa Isabel foi cenário dos debates literários de Tobias Barreto e Castro Alves. Foi de lá que ecoou para todo o Brasil a histórica frase do abolicionista Joaquim Nabuco: “Aqui vencemos a causa da abolição”, imortalizada numa placa exibida numa das paredes do teatro até hoje.

Uma curiosidade sobre o teatro é que ele chegou a ser destruído por um incêndio ocorrido em 19 de setembro de 1869, tendo sido totalmente recuperado e redimensionado e entregue ao povo pernambucano em 16 de dezembro de 1876.

Atualmente, além de receber espetáculos de teatro, dança, música e ópera, com produções locais, nacionais e internacionais, o Teatro de Santa Isabel também sedia concertos mensais da Orquestra Sinfônica do Recife, a mais antiga em funcionamento do país, e da Banda Sinfônica do Recife, além de oferecer visitas guiadas às terças-feiras para escolas, com prévio agendamento, e, aos domingos, para o público em geral.

Às terças, boa parte dessa história é contada pelo projeto Teatrando!, de educação patrimonial, que coloca atores para conduzir o público pelas instalações e acontecimentos do teatro, numa visita gratuita, que mistura história, teatro de jogo. Informações: 3355-3323. 

Fonte: Imprensa Prefeitura do Recife

Foto: Andréa Rêgo Barros/Arquivo PCR

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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