Direto de Brasília, DF
(TI) A DEVORADORA DE PROFISSÕES (episódio 14)
Concluí o episódio anterior indagando o que você acredita que está acontecendo com os empregos ocupados por pessoas que não possuem mão de obra especializada e alertando para o fato de milhões de jovens anualmente saírem das escolas públicas e particulares, sem a noção correta de como o Mercado de Trabalho mudou e segue mudando rapidamente.
Devemos atentar para o fato do currículo escolar brasileiro ser abstrato demais para a prática exigida pelas empresas em geral e também para responsabilidade pessoal de cada aluno(a), pois mesmo quando a escola oferece oportunidades os mesmos que reclamam não dão chance a si mesmos de parar, ouvir e assimilar o conhecimento necessário para iniciar a vida profissional.
Como resultado milhões de jovens fazem a travessia anual do ensino fundamental e médio sem sequer saber que profissão seguir. Vai fazer um curso técnico de menor duração, cursar uma faculdade de 4 ou 5 anos e mesmo assim em áreas que não são promissoras ou que estão sendo devoradas pela Tecnologia da Informação?
A (TI), como vimos demonstrando, está estendendo seu domínio pelas mais diversas áreas. Por exemplo, no setor aeronáutico (objetos voadores não tripulados), arquitetura e engenharia (‘softwares’ que desenham e calculam estruturas).
Em países como a República da Estônia, nordeste da Europa, há projetos em desenvolvimento para substituir os juízes do Poder Judiciário por “robôs juízes”, afetando o Direito. Assim, os profissionais desse ramo do saber que a maioria das pessoas pensa estarem alheios à crise da extinção de inúmeras profissões também terão que se reinventar.
Quem advoga em áreas jurídicas como Direito Administrativo, Direito Ambiental, Direito Minerário, Direito Imobiliário, Direito de Vizinhança, Direito Trabalhista Direito de Trânsito, Direito Comercial, Direito Tributário, terão que se reavaliar quanto à “codificação e decodificação” dos conflitos que em futuro próximo serão resolvidos por robôs, nos quais os bancos de dados cruzaram a legislação com decisões já tomadas e com cálculos de probabilidades de erro muito menor que a subjetividade humana que hoje é alimentada pelo “currículo oculto” político, religioso e de outros fatores psicossociais que advogados e juízes carregam consigo.
Observe que gradualmente a (TI), por computadores de bordo em veículos ou por robôs veem sendo dominando setores da economia, tais como:
1 – agricultura (uma só máquina cortadeira e colheitadeira substitui dezenas de trabalhadores nas colheitas em grandes)
2 – trabalho doméstico: (já estão sendo vendidos robôs que substituem trabalhadores domésticos: varrem, passam pano e aspiram. De forma ainda embrionária, como explica o cientista em robótica Rodney Brooks, que em 1990 fundou a empresa IROBOTS.
3 – segurança pública: a empresa IROBOTS, de Rodney Brooks, também criou o robô que desarma bombas, já utilizado por forças armadas e policiais do mundo inteiro, substituindo vários soldados que antes eram especializados nessa função.
Rodney Brooks diz que o futuro é dos robôs; que não ameaçam os humanos e seus postos de trabalho, pois fazem o serviço “sujo” que humanos não querem fazer. Assegura que os robôs não vão recusar nenhuma atividade e vão preencher os postos de trabalho da mão de obra barata.
Em depoimento ao documentário “Ideias Revolucionárias” do History Channel 2”, Brooks diz que hoje há apenas 2 milhões de robôs trabalhando e que isto é muito pouco perto da necessidade do Mercado de Trabalho.
Rodney Brooks – foto divulgação
