O Paiva é atraente para as tartarugas por ter o maior coral do Cabo e, por isso, ter uma oferta grande de alimentos
Animais em risco de extinção, as tartarugas encontram todo verão na Praia do Paiva, no Cabo de Santo Agostinho, Grande Recife, o destino certo para fazer suas desovas. Neste janeiro, já há pelo menos 10 ninhos distribuídos ao longo dos 8,5 km da orla, cada um contendo aproximadamente de 100 a 110 ovos. A Associação Geral da Reserva do Paiva (AGRP), responsável pela gestão do bairro, faz há 9 anos o monitoramento das desovas e acompanha a eclosão dos ovos. Desse total de ninhos de janeiro, estima-se que nasçam por volta de 80 a 90 tartaruguinhas, conta Renan Pimentel, assistente de operações da AGRP.
O primeiro desses ninhos foi localizado no dia 14 de dezembro, por meio do trabalho de monitoramento ambiental realizado pela Associação. “De duas a três vezes por dia, percorremos a extensão da orla de quadriciclo para identificar rastros que as tartarugas deixam ao subir na areia. Quando encontramos, fazemos o isolamento do ninho. Além disso, a equipe que diariamente realiza a limpeza da praia também está atenta para fazer essa identificação”, detalha Pimentel.
A previsão de nascimento é de 45 a 60 dias a partir da desova, portanto, os primeiros filhotes deverão sair do ninho e fazer seu percurso até o mar a partir do fim de janeiro. Entre setembro e março (janela de reprodução das tartarugas marinhas), principalmente a partir de dezembro, o Paiva se torna um local atrativo para esses animais por conta das suas propriedades.
“Aqui tem um grande local de alimentação para as tartarugas, porque tem a maior barreira de corais naturais do município do Cabo de Santo Agostinho. Também é uma praia que não tem tanta movimentação de gente, e tem grande parte da área de restinga preservada”, fala.
A orientação para quem encontrar uma tartaruga, um ninho ou qualquer outro animal silvestre é de não interagir com o bicho e acionar a AGRP através do canal De Olho no Paiva, pelo número (81) 99266.1696.
“A interferência humana pode atrapalhar os processos do animal. Por exemplo, quando a tartaruga está subindo do mar até o local de desova, qualquer pessoa que chegar perto interfere no processo. Ela pode voltar para o mar e deixar de fazer a desova naquele local”, explica.
#foconafonte : Maria Lígia Barros