Lucas 10: 33. Mas um samaritano, estando de viagem, chegou onde se encontrava o homem e, assim que o viu, teve misericórdia dele. 34. Então, aproximou-se, enfaixou-lhe as feridas, derramando nelas vinho e óleo. Em seguida, colocou-o sobre seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e cuidou dele. 35. No dia seguinte, deu dois denários ao hospedeiro e lhe recomendou: ‘Cuida deste homem, e, se alguma despesa tiverdes a mais, eu reembolsarei a ti quando voltar’.
O amor ao próximo é mal interpretado quando se coloca a palavra “pobre” no lugar de “próximo”. Parece que em nossos dias amar ao próximo é sinônimo de amar ao pobre. O pobre ganhou um status qualificado nas análises sociais. O pobre se tornou importante, protagonista de todos os debates, figura predileta na boca de políticos e intelectuais.
Mas não há virtude em ser pobre. Devemos olhar para o pobre com tristeza e lamento. E também com constrangimento e arrependimento, pois somos nós os responsáveis e culpados pela condição indigna em que muitos de nossos semelhantes vivem. Por isso é que ser pobre não é a pior coisa que pode acontecer a um ser humano, assim como não são as condições sociais que revelam a maior miserabilidade humana.
A pior coisa que pode acontecer a um ser humano é ele se enclausurar dentro do próprio ego. É viver alheio ao sofrimento do próximo. É viver apenas para sua própria satisfação. A maior miséria humana é atravessar a calçada e passar indiferente a quem sofre. Inclusive ao pobre.