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Adaptação escolar: como ajudar seu filho nesta etapa

Especialistas dão dicas de como garantir uma adaptação de qualidade

A adaptação escolar costuma mexer com os sentimentos da família toda. Por um lado, o entusiasmo de ver os filhos crescendo e começando algo tão importante. Do outro, a angústia da separação e a insegurança em relação à maior exposição a doenças.

 

O grande desafio é adaptar as condições e estruturas escolares, nas diversas classes sociais, para o acolhimento das crianças presencialmente, em meio a adequação estrutural e recomendações dos órgãos sanitários, além do processo de conscientização dos pais e/ou responsáveis sobre a importância do processo de vacinação infantil.

 

Voltar para o ambiente escolar pode ser um processo delicado para todas as crianças. A adaptação já era importante para o desenvolvimento dos pequenos e o acolhimento é ainda mais crucial para garantir o desenvolvimento na educação. Existem uma série de fatores que as crianças precisam se adaptar. Entre eles estão as novas regras e ordens, ambiente escolar, novos colegas, nova rotina, ausência dos pais e convívio com pessoas diferentes.

 

Abordar um processo de adaptação requer estruturar uma estratégia de observação e manejo para as singularidades. “Cada criança é um mundo e cada família é uma realidade. Levando em consideração estes fatores e com base em um discernimento desta realidade, uma adaptação escolar funciona com base na investigação das necessidades da criança, onde questões como convivência social, classe social, situação familiar, condições socioafetivas, aspectos cognitivos e de saúde mental são elementos que precisam ser investigados para um olhar acolhedor e de real adaptação para a realidade da criança”, explica a psicóloga e coordenadora do curso de Psicologia do Centro Universitário dos Guararapes (UNIFG), Geovana Santos.

 

Mas qual deve ser o papel da escola na adaptação? A instituição de ensino precisa compreender as diversas realidades que se apresentam, oriundas de perspectivas externas que chegam com conflitos, demandas e queixas. O olhar planejado, humanizado e acolhedor, fazem parte da necessidade de uma visão escolar direcionada ao acolhimento das diferenças individuais em meio a situações cotidianas e momentos de crise, e a família precisa fazer parte do processo escolar. “Visando à família, como unidade pertencente fundamental ao processo escolar, devemos levar em consideração dois importantes fatores: a escuta e a fala! Uma família que não é ouvida e que suas demandas não são tornadas evidentes, podem causar sérias dificuldades nos processos adaptativos, à inúmeras realidades intraescolares, e o retorno às atividades escolares em meio a pandemia não são fatores que fogem a esta regra.  A criança e sua comunicação (do jeito dela) deverá ter um acolhimento especial, por estarem enfrentando um ambiente, uma atmosfera que nem sempre a sua cognição, sua abstração alcança, ela só sente”, complementa o especialista em Processos Educativos e professor da UNIFG, Aluísio Soares.

 

Com a volta às aulas, os professores também precisam fazer parte do processo de adaptação escolar. Dentre os desafios com o retorno das aulas, se observa a necessidade de readaptação ao convívio social, atualização do conteúdo parcialmente prejudicado devido às outras modalidades de interações durante o afastamento do convívio escolar e não menos importante: a dificuldade em estabelecer uma conexão segura entre as propostas pedagógicas do currículo escolar e as necessidades atuais das crianças em seus momentos de reorganização socioafetivas.  “Esse momento inicial causa um misto de emoções, que podem ser positivas ou negativas, onde tais fenômenos quase sempre deixam pais e/ou responsáveis extremamente preocupados com a permanência e as consequências destes eventos estressores com os seus filhos(as). Articulações pedagógicas que envolvam acessibilidade, inclusão e estratégias singulares, para cada criança, fortalecem os processos adaptativos”, ressalta Geovana.

 

Como a psicopedagogia pode ajudar na adaptação escolar

 

Mesmo com os esforços dos pais e da escola, a criança ainda pode ter uma resistência ao ambiente escolar. Nesses casos, os pais devem procurar um psicopedagogo ou ainda um psicólogo infantil.  O profissional vai ajudar a criança a expressar de forma sincera os sentimentos que têm pela escola. Depois, o psicólogo vai mostrar para a criança que a escola é um ambiente bom para ela. Muito provavelmente, o psicólogo acompanhará a criança em um dia de aula para observar como ela se comporta. “A atenção à rotina, a necessidade do espaço da criança, o convívio com os cenários de mudanças e agentes possivelmente estressores em meio às realidades singulares de cada estudante, podem resultar em conflitos nos processos de aprendizagem e reflexos significativos nas perspectivas psicopedagógicas. Então o suporte de mediação das dificuldades e o estímulo à novas estratégias direcionadas as potencialidades e habilidades individuais, associadas às estratégias curriculares e institucionais, são algumas das ações que podem ser desenvolvidas pela psicopedagogia, utilizando-se de recursos lúdicos e científicos, pautados nas realidades individuais, para um bom convívio e desenvolvimento da criança dentro do âmbito coletivo”, reforça Aluíso.

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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