O Instituto Nacional do Câncer estima o surgimento de 22.530 novos casos de câncer em Pernambuco, nesse ano de 2020. Mesmo com tratamentos avançados e a melhora nos prognósticos, a doença ainda causa angústia e medo pois os pacientes a relacionam com sofrimento e morte. Para minimizar os impactos dessa representação negativa na saúde mental há duas ferramentas: a informação e o suporte psicológico.
“A atuação do psicólogo neste contexto se inicia desde o conhecimento do diagnóstico, durante todo o tratamento, até a alta e readaptação do paciente. Para cada uma dessas fase existem dificuldades inerentes e portanto, necessidade de ajuda e suporte específicos”, afirma Renata Sales, psicóloga da Multihemo/Grupo Oncoclínicas.
Renata explica ainda que, com acompanhamento psicológico, o paciente começa a lidar e a enfrentar o diagnóstico e o tratamento de forma mais adaptativa graças ao trabalho de ressignificação da experiência. É importante favorecer a adaptações sugeridas pelo tratamento, como perda de funcionalidade, perda da independência e autonomia, além de superar sentimentos negativos como baixa autoestima, desânimo e frustação.
“Observa-se que os pacientes que procuram acompanhamento psicológico durante o tratamento oncológico, em sua maioria se sentem impotentes diante dos problemas. Após engajamento no processo destacam que conseguem manejar repercussões psicossociais do diagnóstico/tratamento com mais facilidade, desenvolvem competências internas para enfrentamento, conseguem tomar decisões com mais segurança e, especialmente, têm maior compreensão dos próprios sentimentos”.
Covid-19 – Renata explica que, nesse período de pandemia, o medo de contágio pela Covid-19 aumentou a vigilância dos pacientes quanto aos processos de segurança e a atenção aos quadros de estresse e ansiedade foram comuns, mas perderam força nesse momento. “O importante é continuar a vigilância e reforçar os cuidados, mas o câncer não pode esperar”, reforça.
Thais Neves | Multi Comunicação