A Associação Brasileira dos Advogados Criminalistas (Abracrim) pediu o imediato afastamento dos policiais militares que foram filmados prendendo dois criminalistas na noite de segunda-feira (23/1), em Cuiabá.
De acordo com a entidade, os advogados foram agredidos e presos ilegalmente após um deles ter sido acionado por um cliente que havia sido abordado pela polícia para que apresentasse a documentação de seu automóvel. Ao chegar ao local, segundo a Abracrim, o advogado Rodrigo Marinho começou a filmar a ação dos policiais, que, incomodados, imobilizaram e prenderam o criminalista.
Em seguida, Marinho pediu ajuda ao colega Márcio Camargo. Ao chegar, ele também fez imagens dos policiais, que teriam agredido o advogado com socos, tapas e uso de gás de pimenta. Em vídeo compartilhado no Instagram, os policiais aparecem conduzindo Camargo até um camburão, enquanto pedem calma à mulher do advogado.
De acordo com nota da Abracrim, os dois advogados foram levados à delegacia, onde o delegado, após analisar o caso, não viu crime por parte dos operadores do Direito, que foram liberados sem registrar termo circunstanciado ou boletim de ocorrência.
No pedido encaminhado ao governador Mauro Mendes, à Secretaria de Segurança Pública de Mato Grosso e ao comando-geral da Polícia Militar do estado, a associação afirma que um segundo sargento, um sub-tenente e outros policiais militares agiram com abuso de autoridade, violando os direitos humanos e as prerrogativas dos advogados.
“Nas imagens gravadas e amplamente repercutidas em diversas redes sociais e veículos de imprensa, se vê policiais militares agindo com nítido abuso de autoridade, proferindo agressões físicas contra os advogados, algemando-os ilegalmente, inclusive fazendo uso de spray de pimenta e colocando-os no camburão da viatura policial”, disse a associação nos pedidos assinados por seu presidente nacional em exercício, Sheyner Yàsbeck Asfóra, e pelo presidente no Mato Grosso, Jorge Henrique Godoy.
“O pedido é para que os PMs envolvidos sejam afastados de suas funções até o desenrolar total da apuração dos fatos. A Abracrim também encaminhará todas as informações ao Ministério Público para que os policiais respondam criminalmente pelas suas condutas contra os advogados e também solicitará à corregedoria da Polícia Militar uma investigação minuciosa e rigorosa sobre o caso”, explica Asfóra.
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