Direto de Brasília, DF
Talvez você, prezado leitor, jamais tenha feito essas contas. Mas, quando somamos os tempos de Império e República Brasileira, não só o espaço é o mesmo, como os disfarces para agraciar a riqueza e separá-la dos miseráveis e pobres são os mesmos.
Se o Império e sua Monarquia distribuía títulos de nobreza pra cá e para lá, títulos como barão, baronesa, conde e condessa, a República apenas maquiou a prática e passou a distribuir “patentes” pra todo lado. Era um “coronel” pra lá e outro pra cá; um “major” aqui e outro acolá. Tudo isto era falso! Ninguém precisava realmente ser aquilo que o título dizia ou diz ser. O que importava e segue importando é fazer o povo acreditar nas mentiras. E, o pior, é que o povo segue crendo!
Fato é que esses títulos refletiam as mesmas imagens projetadas no espelho da sempre vaidosa tolice europeia, que aqui chegou nestas terras de tantos Tupis, Guaranis, Goitacazes, Cariris, Tupinambás, Tabajaras e outras tribos, que, dizimadas, cederam seu tempo e espaço para a corrupção generalizada, que não é branca nem preta, não é hétero nem gay, de direita ou esquerda, mas humana dos humanos que compõem a sociedade brasileira, e não conseguem ver a graça e honra que existe em serem éticos.
A psiquê brasileira se formou com os vícios do velho mundo; com os famosos e vazios discursos da Revolução Francesa. É um tal de liberdade, igualdade e fraternidade pra cá, um tal de liberdade, igualdade e fraternidade pra lá e, ao final, não tem igualdade, não há liberdade, e menos ainda a tal da fraternidade, porque “fraternidade” é na essência linguística uma “coletividade de irmãos” e a História provou que para a classe política brasileira todo esse discurso não passa de minhoca, isca no anzol dos caças votos para os quais o povo, os peixes devem mesmo morrer pela boca.
Por aqui, a corrupção é tanto que os eleitores, como gado, se acostumaram a comer no cocho de seus donos, logo após as longas jornadas em que seguem como “tropas” carregadas com cangaias e caçuás cheios dos desejos e vontades dos candidatos e partidos políticos, aos quais servem com adoração religiosa ou ateia. No final, ambos praticam a Teologia Política, inclusive sem saber, nem querer saber o que é isto.
Para um povo indolente para raciocinar, o que resta é curvar a cerviz para a ignorância, a pompa e fanfarronices dos bons ladrões. Raro, na História, foram os que habitaram palácios e tiveram alguma compaixão real pelo povo. Para início de conversa, o fato de aceitarmos os Palácios já indica que aceitamos as diferenças de classes, apesar dos discursos contrários. Então, o que resta é lutar para que a disparidade entre o rico e o pobre, não se aprofunde com a criação da classe dos miseráveis, como bem descreve Victor Hugo, escritor francês, em seu livro cujo título “Les Miserables” é evitado por super-ricos, ricos e políticos.
O voto obrigatório é uma miséria antidemocrática e o voto de cabresto, assemelha-se ao ato do “coronel” de fazenda, que arrebanha suas galinhas no terreiro ao sacudir a bacia com alguns caroços de milho, tias como dentaduras, pares de sapato, cargos em comissão, em gabinetes, etc.
Uma das razões pelas quais os políticos investem na pobreza e na miséria social e econômica é que quanto mais necessitada uma pessoa é, mais vulnerável à corrupção e a ser direcionada pelo estômago ela se torna. Por isto, também, permitem que os mendigos, sem-tetos, sem-empregos e sem-dignidade alguma proliferem. Pessoas assim, têm no voto de cabresto uma moeda de troca irresistível para quem sabe prometer redenção.
Continua no próximo domingo…
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