Direto de Brasília, DF
Você sabia que dentre os países latino-americanos o de menor percepção de corrupção pública é o Uruguai?
É importante saber, também, que no art. 59 da Constituição Uruguaia está previsto que “La ley establecerá el Estatuto del Funcionario sobre la base fundamental de que el funcionario existe para la función y no la función para el funcionario”, ou seja, “o funcionário existe para a função e não a função para o funcionário público”.
Por óbvio, não é a existência de Lei que torna um povo ético, mas a educação cultural desse povo, o que passa pelo exemplo de seus políticos e líderes, e pela replicação da ética em todos os setores da sociedade. O Brasil, infelizmente, é conhecido no mundo por sua cultura de corrupção, pelo maligno “jeitinho” que privilegia o errado sobre o certo, o desonesto sobre o que é honesto, e o injusto em lugar daquilo que é justo.
No ano de 2015, quando fui proferir palestra na Columbia University, em Nova Iorque, mais especificamente no Departamento de Política Latino Americana, em razão do lançamento nos Estados Unidos, de minha enciclopédia CORRUPÇÃO NO MUNDO, um dos cientistas me abordou afirmando que minha luta seria árdua “porque o Brasil é dominado pela cultura da corrupção”, disse ele.
De imediato respondi que toda e qualquer “cultura” é mutável, tanto para o bem quanto para o mal. Exemplifiquei dizendo que ninguém tinha a cultura de usar cinto de segurança e que mudamos isto; que ninguém no Brasil tinha a cultura de parar na faixa de pedestre e, especialmente em Brasília-DF, a população se permitiu educar de forma tal que hoje até se um cachorro põe a pata na faixa, o motorista para. Claro que há e haverá sempre exceção, porque jamais será possível educar a humanidade por inteiro. Sei disto, não sou ingênuo.
A questão na corrupção política é: o que acontece, quando as várias espécies de agentes públicos se permitem corromper, aceitando as ofertas dos corruptores ativos que oferecem vantagem, propina ou outros “mimos” ilegais que favorecem esquemas, ou a prática da corrupção unipessoal com dinheiro, bens e rendas públicas?
A resposta é simples: ocorre o apodrecimento de uma célula que se liga a outra célula e a outra, e a outra, e o que temos, ao final, é o corpo apodrecendo de dentro para fora. Temos um câncer corrompendo o tecido social, intelectual e econômico do país.
Políticos e demais agentes públicos deveriam entender que “o funcionário existe para a função e não a função para o funcionário público”, como exige o art. 59 da Constituição Uruguaia. Se assim agissem, seriam as células benignas que Aristóteles, o pai da verdadeira Política(a Política Substancial) projetou. No caso do Brasil, essas “células benignas” serviriam ao povo, ao invés de ser servir do povo; atuariam, por analogia à medicina, como “glóbulos brancos” mantendo alta a IMUNIDADE DO NOSSO CORPO SOCIAL, ao invés de agirem como células corrompidas pela CORRUPÇÃO, PRIVILEGIANDO A IMPUNIDADE.
Eis como respondi aos cientistas do Departamento de Política Latino Americana, da Universidade de Colúmbia, em Nova Iorque. Outro dia, assistindo à série televisiva russa, TRÓTSKI, deparei-me com uma pergunta interessante no contexto do que aqui venho escrevendo. A pergunta é: INTERESSA AO POVO SER LIBERTO? Pergunta Lênin ao supremo comandante do sanguinário Exército Vermelho.
Como minhas leituras são diversificadas, fui ler a bíblia e vi que no livro de João 8:32, está escrito: “E conhecereis a verdade, e a verdade vos libertará”. A questão é: qual é a verdade que liberta?
Te asseguro, com certeza de 103% que não é a verdade política, porque ela é fundamentada na falácia, ou seja, na mentira tantas vezes repetida e aceita como verdade suprema, simplesmente por advir de líderes carismáticos e simpáticos, mas tão empáticos quanto os piores psicopatas e seriais killers.
A política brasileira é um câncer apodrecendo o corpo de dentro para fora. Difícil imaginar que algo assim possa elevar o povo, ou seja, a Nação, a um estágio diferente do desemprego, déficit de moradia, insegurança absoluta, da mendicância, com sem-tetos, sem-terras e esse blá, blá, blá, dos “sem-tudo”, que origina o paternalismo estatal, propício a criar parasitas, mas fiéis eleitores, que é o que realmente interessa a políticos e a seus partidos.
Observe e verá que as ruas das cidades já estão tomadas novamente por mendigos e “sem-tudo”, com suas barracas armadas nos canteiros e demais lugares em que a lei proíbe. Mas, como a miserável política do “politicamente correto” impede ser verdadeiro e mandar esses “vagabundos” e parasitas políticos pararem de enfeiar e apodrecer nossas cidades, o jeito é fingir que eles não estão ali, defecando e urinando nas praças públicas, aonde os cidadãos e turistas querem caminhar e gerar divisas reais para as cidades.
Faz tempo que a política praticada pelas esquerdas brasileiras e das demais republiquetas que a adoram, estão obrigando as novas gerações a aceitarem que ignorantes se passem por cientistas, e tolos se passem por sábios. Isto me faz recordar que Fiodor Dostoévski, um dos maiores pensadores do século XIX, certa vez, fazendo predições sobre o futuro, dissesse que no Século XXI, sob os gritos de uma multidão em êxtase, um camponês ou um pobre coitado com qualquer arma, ou instrumento nas mãos, iria até o rosto esplêndido da Madona Sistina e o desfiguraria, EM NOME DA IGUALDADE E FRATERNIDADE.
Não é isto que já acontece em nossos dias? Aliás, a quem interessa saber quem é Fiodor Dostoiévski e quem sabe o que é uma Madona Sistina, Madona do Pintassilgo ou Madona de Ansidei? O que importa, segundo a nova moral mundial das esquerdas e seus sub departamentos “verdes”, é sujar quadros famosos com suco de tomate e confundir tanto o consciente coletivo, que ninguém saiba quem é quem. Importa a todos esses ideólogos estúpidos que a máxima de Sócrates contida no ‘conhece-te a ti mesmo’ seja demolida e a imbecilidade se torne o motor social. É assim que dividem para depois dominar.
O final desta história é que daqui a alguns poucos anos, o próprio inconsciente se tornará o consciente coletivo, e ambos, o indestrutível material que comporá a alavanca de Arquimedes, ou melhor, de Marx e Lênin, a sustentar a política mundial. De minha parte sinto necessário repetir as palavras de Leon Trótski, quando disse que “na política ocorre como ocorre entre os cães. Primeiro cheiram o traseiro uns dos outros, depois o rasgam”.
Escolha seu caminho, siga-o e lembre-se que, para quem é vivo, nenhum fator é tão implacável quanto o tempo que a todos e a tudo consome. E, o tempo, vai te provar que tenho razão em dizer que a política brasileira é um câncer apodrecendo o corpo de dentro para fora!
Continua no próximo domingo…
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