Direto de Brasília, DF
Abordar Política Substantiva e Democracia Substantiva exige partir do “Ser” e da “Coisa Substantiva”, como personagem principal no palco da vida e da evolução.
Eis uma das razões que ao sistematizar tanto Política quanto Democracia, Aristóteles contrariou todo o animismo socrático-platônico fincado no abstrato e interminável ciclo de existências meramente derivativas de lembranças de vidas espirituais anteriores que representam uma transferência de responsabilidade do hoje para outras vidas nas quais alguém se conscientize e assuma seus erros. Fez hoje, assuma a autoria hoje e corrija em vida se a ação é destrutiva ou repita tal ação, se é humanamente digna.
Tal reflexão aristotélica exige exercitar o livre arbítrio para que seu conteúdo seja valorizar a capacidade de raciocinar e em seguida racionalizar a própria existência, como atributos de sermos a única espécie do planeta que nasceu com cérebro apto para exercício do autoconhecimento e autodesenvolvimento.
Nessa linha de raciocínio é possível dizer que Política Substancial é ciência de governo criada e sistematizada com princípios próprios, possível de aplicação universal e testada na prática de governo de todo e qualquer coletivo, desde um núcleo familiar, tribo, vila, cidade ou país.
O vocábulo “política” deriva do idioma grego antigo “polis”, que designa “cidade”. Daí você já ter lido ou ouvido falar das cidades-estado na Grécia antiga, como nascedouros e primeiros laboratórios da Política enquanto Ciência. A sua vez, os romanos antigos, como já expliquei em artigos anteriores, procuravam imitar os gregos em quase tudo, tanto que até o conceito das cidades-estados, eles o copiaram mudando o nome de “polis” para “civita”.
Já no Século I a.C., com o declínio do idioma grego antigo e a ascensão do Latim, o que Aristóteles designou como “animal político”, tradutores latinos chamaram de “animal cívico”, mas com ambos pretendendo enfatizar que o ser humano foi talhado para viver em sociedade e não isoladamente, implicando tal percepção em regras que garantam a segurança, prosperidade de todos e o mínimo de dignidade social e econômica a todos.
Aristóteles, filósofo designado como o “pai de todas as ciências”, classificava aos seres humanas como “espécie superior” em razão de possuirmos capacidade de raciocínio. Ele também nos designou como “animais políticos”, porque em todo coletivo(família, tribo, vila, cidade) praticamos instintiva ou institucionalmente, a política como arte de governo. Não há quem viva em sociedade e consiga fugir de ser também um animal político, assim como não há quem viva numa cidade(‘civita’) que também não sejam um animal cívico ou civil.
Você deve saber que esta é das razões pelas quais você é registrado e identificado ao longo de sua vida, com um montão de números: certidão de nascimento, CNH, Título Eleitoral, etc., e por isto sempre te pedem em qualquer requerimento ou petição a tua “qualificação civil”.
Fato, é que, quando Aristóteles pensou e sistematizou a Política, inclusive elaborando 20 princípios universais sobre política e democracia, os quais analiso em meu livro “O Dilema da Lealdade Dividida entre Nação e Estado, e as Principais Doutrinas que Governam o Mundo”, ele a estruturou como Ciência em que o governo, obrigatoriamente, existe para servir ao povo e não para se servir do povo; o governo deve ser, acima de tudo, ético, pois Ética é a verdadeira Felicidade, como ele explica na Teoria da Busca da Felicidade, a que chama de ‘Eudemonismo’.
Aristóteles tinha inúmeros defeitos, mas no campo da política era implacável na defesa do Bem do Povo, da Felicidade da Nação, na defesa do dever do Estado conceder ao povo o mínimo de dignidade social e econômica. Não aceitava negociar a Ética, em troca de político algum se servir dos recursos do povo para benefício próprio, de parentes ou amigos.
É esta a política que se pratica no Brasil?
Continua no próximo domingo…
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