Essa semana foi aprovada com direito a discussão na semana que vem a PEC dos Precatórios que autoriza o aumento do teto dos gastos e em contrapartida o Governo garantirá em 2022 o pagamento do Auxílio Brasil a R$ 400
O tema provocou muitas discussões e críticas no meio acadêmico e entre os especialistas em orçamento público antes da votação essa semana. O teto dos gastos foi uma forma de garantir que o Governo iria ao longo de 15 anos conter os gastos além de um dado limite. A expansão desse teto só é permitida ano a ano por meio da correção monetária pelo IPCA. Ultrapassar essa linha é perigoso pois abre-se espaço para um descontrole de gastos futuramente e o resultado pode ser maior endividamento e inflação.
Em um cenário de pandemia e desemprego elevado, o ano de 2021 encerra-se com muitas dúvidas em relação a 2022. A atividade econômica não deslancha e a inflação avança sob o lombo das commodities de energia.
Ontem o índice da bolsa de valores fechou nos 103.412 pontos, o menor valor desde novembro 2020. Derreteu -2,09% e o dólar fechou em R$ 5,60. Esses dois indicadores mostram claramente a incerteza que está no ar.
Investidores estrangeiros ressabiados em meio a ano pré-eleitoral preferem buscar outras praças mais seguras e a revoada de divisas expectativas. Apesar da retirada de R$ 757,4 milhões em 25 de outubro passado na B3, houve o ingresso de R$ 1,172 bilhão no mesmo dia de investidores institucionais, o que reduziu o déficit mensal para R4 9,381 bilhões.
Esse mês de novembro inicia-se agitado com duas altas na bolsa de valores mas já despencou com a aprovação do texto prévio dos precatórios.
Vamos aguardar o desenrolar das discussões na próxima semana. Alguns partidos como PDT e PSDB sentiram-se incomodados pelo fato da bancada votar a favor dessa “pulada de cerca” em torno do teto dos gastos. As lideranças essa semana estão tentando reverter essa situação. A gente acredita que é em prol do equilíbrio das contas públicas mas no fundo tem uma boa dose de briga política por detrás em que o Governo atual representa um forte nome à reeleição em 2022. Passar a PEC dos Precatórios é assinar um cheque em branco para desrespeitar o teto mas por outro lado utilizar em prol das eleições em 2022.
Agora é aguardar e esperar o que vai dar, enquanto isso, o único que vem apertando mesmo o orçamento de todos os lados somos nós, os pagadores de impostos. Infelizmente nós não temos um teto a desrespeitar. Seguimos nossa jornada.