Direto de Brasília-DF.
Quantos atores temos, no cenário descrito no título? Vamos contar: um ministro, toda uma classe trabalhadora, que aceita a mentira, e a sociedade brasileira que tolera e cultua a cultura do engano. Portanto, temos três atores no cenário.
De início, escrever ou falar de mentira de “Ministro” parece algo redundante, porque ela é a matéria-prima da qual a política é feita. Para que uma mentira contada por um político se destaque no cenário nacional e internacional é preciso que seja gravíssima, já que as mentiras leves e graves, são chanceladas pelo voto dos eleitores.
Fosse escrever sobre mentiras de “ministros de confissão religiosa”(eles têm o mesmo título dos “ministros de Estado”), certamente seria bombardeado com ênfase ainda maior, porque pregam cotidianamente sobre o pecado da mentira e cotidianamente mentem ao rebanho, ao vender indulgências em troca de curas, bênçãos, carro novo, casa nova, contribuições mensais para suas igrejas, inclusive de fieis que mal têm recursos para custear alimentação e moradia.
Entretanto, sei que concordariam comigo que todos mentimos e somos pecadores em níveis variados, já que no livro de João 1:10, está escrito que “Se afirmarmos que não temos cometido pecado, nós o fazemos mentiroso, e sua Palavra não está em nós”. Todavia, este artigo não quer discutir a mentira na religião, mas na política, em classes profissionais, e na cultura social.
Sobre a mentira do Ministro da Educação
Em resumo, na quinta-feira(25/6) o ministro Carlos Alberto Decotelli da Silva, foi nomeado para o Ministério da Educação, no dia seguinte deu entrevistas se intitulando “Doutor”, e não “doutorando”, em “Gestão de Riscos na Modelagem dos Preços da Soja”, pela Universidade Nacional de Rosário, Argentina.
De Rosário, Argentina, veio a nota dizendo que “O senhor Decotelli frequentou o doutoramento em administração da Faculdade de Ciências Económicas e Estatísticas da Universidade Nacional de Rosário, mas não o concluiu. Não completou todos os requisitos que são exigidos pela nossa regulamentação, que exige a aprovação de uma tese final para obter o título de doutor. Portanto, não é doutor pela Universidade Nacional de Rosário”.
No dia 26/6 o ministro alterou seu currículo na plataforma do CNPq — Conselho Nacional de Desenvolvimento e, no dia 29/6, da Universidade de Wuppertal, Alemanha, no dia 29/6, veio a nota acentuando que,“Carlos Decotelli não adquiriu um título em nossa universidade”. O que é óbvio, pois quem não é “Doutor”(em inglês, PhD — uma abreviação para “Doctor of Philosophy”), não possui pré-requisito indispensável a ser, pós-doutor, em sentido estrito. Pode possuir um curso pós-doutoral, ou seja, pode haver feito outro curso em sua área de graduação ou especialização.
O Ministro mentiu!
Nem ele mesmo colocou em xeque tal conduta, pois no dia 30/6 pediu exoneração, e não “demissão”(São coisas diferentes, mas veículos de imprensa, como regra, não consultam suas assessorias jurídicas nem gostam de didatismo, por isto divulgam informações com nomes técnicos errados).
Fez bem o professor Carlos Alberto Decotelli em pedir exoneração! Seria improducente, em todos os aspectos, atuar como agente público, sob o manto da mentira. O mesmo deveriam fazer, todos os deputados, senadores, membros do Poder Judiciário, e do Poder Executivo, que mentem para a Nação brasileira, cotidianamente! Vocês têm a mesma coragem que o ministro teve?
Leia a Parte 2, quinta-feira…
Sigam-me no Instagram: judivan j vieira