Direto da cidade de Gizé, Egito.
“Tentar ensinar um aluno desatento é o mesmo que conversar com um defunto”, diz John Milton Gregory, em seu livro “As sete leis do ensino”.
Tal declaração nos leva a pensar em duas questões. Primeiro se o Professor preparou com carinho e esmero a lição que pretende ensinar e a segunda se o aluno tem INTERESSE em aprender.
É certo que a mente atende ao que chama atenção dos sentidos. É possível que o Professor prepare uma aula maravilhosa e o aluno nada absorva, caso lhe falte INTERESSE?
Tendemos, todos, a prestar ATENÇÃO àquilo que nos causa INTERESSE. Portanto, sem a linguagem correta entre os sujeitos do ensino e aprendizado e sem interesse na Lição, dificilmente o aluno prestará atenção.
Com base nesta relação de interesse que gera atenção, necessitamos reformular e reformar currículos, eliminando ou reduzindo informações desnecessárias à vida acadêmica e à vida prática. É algo em que necessitamos pensar, porque desperdiçar tempo e espaço no cérebro com inutilidades que inibem o poder de criatividade tão importante para a economia moderna é como ficar girando em círculos.
Sociedades que estimulam a criatividade registram mais patentes(invenções) e, como consequência, o desenvolvimento científico cria mais possibilidades de realização e melhor distribuição de renda. Não estou dizendo que a renda será distribuída de forma justa pelos governo. Esta é outra questão a ser resolvida pela sociedade pensante e protestante, mas sabendo que a renda existe, a sociedade globalizada fiscaliza mais e exige com dados fáticos sua parcela na meritocracia, instituída pelos Estados modernos.
Muitos professores falham porque trabalham mal a linguagem e muitos de nossos alunos não conseguem entender nem a linguagem nem as Lições que lhes são ensinadas, já que muitas delas são alienígenas à realidade em que vivem.
A outra questão é que abrir um livro na “página 18, 38 ou 108” sem que seja dito que aquilo que lá está escrito é realmente útil e aplicável á vida prática, gera falta de gosto pela Lição e, por conseguinte não prende a atenção, exatamente porque não desperta interesse.
Eis algumas sugestões para o Aluno:
1) Preste atenção à Lição mais que ao Professor. Não interesse se o Professor é bonito ou feio, se é cabeludo ou careca, se tem um sinal na ponta do nariz ou se manca ou se tem lipomas no corpo. Aprender a Lição determina se você vai ser um vencedor ou um perdedor.
2) Se sentir que está perdendo a atenção porque a Lição não lhe desperta interesse pergunte ao Professor em que você poderá aplicá-la na prática.
3) Quando o Professor pedir silêncio, faça silêncio. Apenas, faça silêncio e escute o que ele tem a dizer. Isto é uma questão de Educação. Quando você vai a um hospital não faz silêncio? Quando vai a uma delegacia você não fica em silêncio perante a autoridade policial e seus agentes? Quando está em uma biblioteca você não faz silêncio? Por que em sala de aula você não se cala e ouve quem tem o remédio para sua ignorância?
4) Atente para o CONHECIMENTO, as informações que lhe são passadas. Parece brega dizer isto, mas quem ama o conhecimento por ele será amado. Acredite, a vida é viva! Ela recompensa os diligentes e castiga os negligentes. Quando você atingir a idade de entrar no Mercado de Trabalho, o conhecimento que houver adquirido em seus primeiros anos acadêmicos será seu maior aliado.
5) Seja corajoso para admitir que não sabe. Seja humilde e grato quando receber o conhecimento de quem o possui.
6) Lembre-se que a maior revolução acadêmica em sua vida foi aprender a ler e escrever. Não passe a odiar essas duas dádivas. Desenvolva-as! Elas serão degraus que te farão subir a escada do êxito acadêmico para um mercado de trabalho que pode vir a te tratar com mais dignidade.
Cuidado para não se transformar em um “sofomaniaco”, ou seja, um indivíduo estúpido/ignorante que se acha extremamente inteligente. Sofomaníacos opinam baseados em “achismos” e em juízos de valor sem qualquer profundidade sobre o objeto que dizem conhecer.
Siga lendo tudo que lhe vier à mão. Toda informação desprezível, despreze! Toda informação útil, use como ferramenta para resolver problemas. Faça como quem come peixe com espinhas, ou seja, fique com a carne e joga as espinhas fora!
No próximo e último artigo sobre a segunda lei do ensino escreverei resumidamente sobre os regimes disciplinares escolares do Brasil e do Reino Unido, como forma de fazermos um pequeno estudo comparado.
Até breve.