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A História da Educação. Segunda lei do ensino: O Aluno (Parte 4)

Direto de Hurghada (Cidade ao leste do Egito, junto à costa do Mar Vermelho).

Será que em relação ao Aluno/cidadão está na hora de darmos uns passinhos para trás e recordarmos que o ser humano é detentor de livre arbítrio?

Quem vai jogar uma pedra num espelho d’água tem o poder de decidir antes se a lança ou não?

Há um juízo prévio na cabeça de todo ser humano consciente e livre que lhe faz responsável pelo resultado de sua ação ou omissão?

Por óbvio, que há momentos em que todos vacilamos, falamos, agimos e até piscamos os olhos sem pensar como reação instantânea de autopreservação. Fazer da transferência de culpa (como fazem os fracassados e vitimizados) uma muleta, não deve ser atitude com a qual devemos ter condescendência, sob pena da sociedade como um todo se degenerar em apenas duas gerações

Alunos que transferem sua responsabilidade para terceiros ao invés de aprenderem a lidar com elas e aproveitarem o bem que alguns terceiros lhes oferece, roubam tempo e dinheiro de todos os demais cidadãos e sugam a energia positiva e criativa de seus Mestres.

Estudiosos vários insistem em transferir a culpa de alunos negligentes para a favela/comunidade em que moram, para os pais pobres, para o ambiente de crime que os rodeia, etc. Esquecem ou ignoram que a vontade individual é o maior determinante e condicionador das ações externas que cada um de nós pratica.

Estive entre os alunos que a vida parecia haver desenganado. A sociedade me desenganara, minha procedência de roceiro vindo da Paraíba me desenganara, minha condição de filho de pedreiro e de lavadeira e passadeira de roupa me desenganara, familiares me desenganaram e, etc, etc, etc. Mas, eu jamais deixei de planejar e executar os planos que sabia poderiam me conduzir ao êxito.

Conheço outras pessoas com essa história de sofrimento e creio que você conhece também. Sei que muitas dessas pessoas viram o lado negativo da vida, de errado e de desengano e, ainda, assim, decidiram em seus corações ser diferentes! Decidiram vencer e venceram! Ah, mas eles não são ricos e não ser ricos não é vencer, dizem alguns. Particularmente, creio que a riqueza está tão próxima do êxito quanto o Ocidente está do Oriente…

Por óbvio que o ambiente pode ter alguma influência sobre a pessoa. Se você vive no Canadá, na parte gelada, há de sofrer frio; se vive em meio à pobreza há de conviver com necessidades; se vive no meio de drogados há de ver e receber propostas de drogados; se vive no meio de bandidos há de ver bandidagem e se vive no meio de hipócritas e fanáticos há de testemunhar fanatismo e hipocrisia, mas isto significa necessariamente que você deva se deixar corromper pelo meio?

Você precisa saber que o cérebro humano é adestrável tanto quanto um cavalo selvagem. Eis porque creio na Ética como um processo de ensino e adestramento desse “leão perigoso”que todos carregamos dentro de nós.

Treinar o cérebro do aluno para aprender a distinguir o certo do errado, o justo do injusto, o honesto do desonesto, o legal do ilegal, ou seja, ensinar-lhe a ser Ético desde a mais tenra idade é construir um espírito inquebrantável de Nação, de povo, de família que se ajuda mutuamente, para os saltos evolutivos que a vida exige dos que não querem perecer.

Aristóteles diz que cada um de nós, antes de lançar uma pedra no espelho d´água, ou antes de praticar algo justo ou injusto, tem o poder de decidir o que vai fazer. Errou o grande mestre no que diz?

Se um aluno sofre pai ou mãe negligentes e se torna depressivo, introvertido. Se adquire síndromes das mais espécies (hoje surge uma nova síndrome e um novo transtorno a cada mês…), deve ser levado a um profissional competente para tratar de sua psiquê quebrada.

Escola não é nem deve ser consultório psicológico nem psicanalítico! Ora, se os pais criam os problemas e quebram a estrutura dos filhos, há que se esperar que um Professor a conserte?

Se esta é a esperança de nossa sociedade, então, urgentemente devemos tornar a escola numa agência multidisciplinar e para a qual seja previsto por Lei e que exista na prática, além e profissionais do ensino, consultórios para psicólogos, psicanalistas, odontólogos, médicos (ao menos clínicos gerais), etc. Como isto tudo parece impossível, então, ao menos precisamos definir bem quem é quem no processo de ensino e educativo.

Família e Estado precisam se unir para desconstruir a falsa ideia de que um aluno que entra numa escola e mata os colegas e quem mais encontra pela frente o faz somente porque é uma pessoa sofrida, porque passa fome em casa, porque não tem roupa boa para usar na escola ou até mesmo porque sofre bullying. É hora de colocarmos ênfase, outra vez, na responsabilidade individual, no livre arbítrio.

Para o filósofo francês Jean-Paul Sartre a liberdade é a condição moral ou ontológica do ser humano. “O homem é, antes de tudo, livre!”, diz Sartre. Estará equivocado???

Já passa da hora de voltarmos a enfatizar a Ética e treinarmos outra vez o cérebro do aluno para que saiba que deve reverência e respeito para com as autoridades, porque da mesma forma que um capitão manda no navio, da mesma forma que um piloto manda no avião, um Professor manda em sala de aula e os demais profissionais do ensino mandam na Escola.

Alguns alunos míopes querem fazer com que seus próprios colegas enxerguem a escola como inimiga, como uma masmorra da qual devem fugir Mas, será mesmo?!? Escola é um ambiente ruim como querem fazer crer os fracassados?!?

Ao aluno, o papel de obedecer não deve significar ser tolhido pelo Professor em suas dúvidas.Claro que não!!! O bom Professor sabe que não se aprende ensinando e sim perguntando e além disto deve sempre lembrar do provérbio chinês que diz que “aquele que ensina nada mais faz, que ajudar a si mesmo a aprender”.

Portanto, Professores incitem os alunos a serem pesquisadores, investigadores e a duvidarem, porque é na dúvida que a mente se dilata.

O dogma se presta a formatar mentes conformadas e a ciência a dilatar cérebros para fazê-los capazes de resolve problemas. Não é para isto que o conhecimento deve servir?!? Para resolver problemas?!?

Na ordem estabelecida pelo Universo quem sabe mais pode mais e quem pouco ou nada sabe, se não quer ter reverência deve, no mínimo, ter RESPEITO por quem consagra sua vida a acender luzes na estrada sombria da ignorância.

Se alunos originariamente soubessem não seriam alunos, seriam todos professores e, por conseguinte, escolas seriam instituições desnecessárias em nossas sociedades.

continua…

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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