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A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO E DO ENSINO NO MUNDO ANTIGO. EPISÓDIO DE HOJE: Parêntesis para homenagear os sumérios e a criação da escrita cuneiforme e sua contribuição para o desenvolvimento da humanidade.

Direto de Brasília-DF.

Neste ponto destas incursões na história da educação e do ensino na Grécia antiga, sinto importante abrir um parêntesis para prestar homenagens aos povos Sumérios, cujas cidades-estado já se organizavam por volta de 5.000 anos A.C.

Dentre os vários códigos de comunicação conhecidos no mundo antigo que variavam de desenhos rupestres feitos em cavernas (escrita ideográfica porque feita à partir de desenhos que pretendiam transmitir uma ou várias ideias) até os hieróglifos egípcios escritos em folhas de papiro, planta aquática que era símbolo do Reino do Baixo Egito, foram os sumérios que criaram a escrita cuneiforme.

O Egito Antigo já havia causado uma revolução com a escrita hieroglífica entre 3.500 e 3.000 a.C. Nessa mesma época os povos Caldeus e mesopotâmicos, assírios, babilônios(atual Iraque), sumérios, persas(atual Irã), que à semelhança dos egípcios já possuíam a escrita ideográfica, desenvolveram a escrita cuneiforme, assim chamada porque se escrevia com cunhas sobre peças de argila crua ou queimada.

O Egito localiza-se próximo â antiga região e povos mesopotâmicos, alguns banhados pelo Mar Mediterrâneo e rios como o Tigre e o Eufrates(hoje poluídos e reduzidos quase que a pequenos córregos). Está separado por menos de 1.500 Km terrestres, ou seja, uma distância menor que a que separa Brasília de Salvador ou menos da metade da distância que separa Nova Iorque de Los Angeles, nos EUA.

Antes daquele tempo (3.500 a.C) a escrita era uma arte tão difícil de dominar que se tornou mística e atribuída a dom ofertado por divindades. Por isto no Egito antigo havia a figura do Sacerdote Escriba, o homem que colocava no papel as vontades dos deuses cósmicos e de seus vigários na Terra, os Faraós como Hatshepsut, Ramsés, Tutacâmon ou Cleópatra, a sétima. Desta forma, aprender a escrever e a ler transformava uma pessoa ordinária em uma espécie de semideus.

Desde a antiguidade aprender a escrever e a ler constituía-se na maior revolução pessoal, razão porque me espanta tanto quanto o melhor filme de terror, que os alunos de nossas escolas modernas passem a odiar a arte da escrita e da leitura, tão logo a aprendam. Quer ver um aluno ter quase um colapso de medo e raiva basta que um professor peça para redigir um texto ou ler um livro, principalmente os clássicos.

Para piorar a situação, acho inacreditável que certos currículos escolares como o brasileiro, por exemplo, despreze a leitura criativa (a leitura de livros de escritores clássicos e contemporâneos) para fixar somente em livros textos, às vezes escolhidos por comissões de licitações fraudulentas que os compram mais por interesse pessoal que por interesse em desenvolver a cultura do aluno e do país.

Pois bem, voltando para nossa incursão na história da educação e do ensino, faz bem lembrar que a escrita Cuneiforme criada pelos povos Sumérios possuía mais de 2000 sinais. Você já imaginou ter que aprender e usar um alfabeto com mais de 2000 sinais?

A escrita Cuneiforme era de difícil compreensão e tal qual no Egito antigo, poucas pessoas sabiam usá-la. Ainda assim, com toda a dificuldade para ler e escrever que a época oferecia, os Sumérios deram ao mundo um legado maravilhosos na Literatura ao escreverem histórias como: A epopeia de Gilgamesh, O mito ou história da criação do mundo, A história do dilúvio e no campo da Ética Social, o primeiro e mais completo Código de Leis sobre o qual o mundo possui informações apuradas: o Código de Khammu-Rabi(Hamurábi), descoberto por uma expedição arqueólogica francesa na Mesopotâmia, em 1901.

Sobre o Código de Hamurabi escrevo algumas linhas e faço análise de alguns de seus artigos, em meu livro “A mulher e sua luta épica contra o machismo”, pesquisa que me tomou cinco anos para ser concluída e na qual analiso o machismo contra as mulheres nos dez maiores impérios do mundo e, também, na literatura e na música popular brasileira. Este livro está publicado em português(1ª ed.) e espanhol (2ª ed.).

 

No próximo artigo retomamos o tema Educação e ensino na Grécia antiga, com a Parte 2 do episódio: Atenas e a revolução que mudou o mundo. Achei importante fazer este parêntesis para que todos saibam que escrever e ler, hoje, tornou-se infinitamente mais fácil que antes da redução alfabética feita pelos Sumérios.

Até breve!

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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