“Entre a dor e o nada, o que você escolhe?”
CARLOS DRUMMOND DE ANDRADE
É difícil imaginarmos um mundo sem dor. Mas se não existisse a dor? A dor que nos faz lastimar, gritar e procurar por ajuda.
Já imaginou dois pugilistas peso-pesado brigando sem sentir dor? A dor é um aviso de nossa limitação, dali para frente pode entrar em
suicídio.
A dor pode ser um basta pra uma atitude impensada, é um alerta de que algo poderá vir, é um sinal de que a carne é fraca e existe algo mais forte.
A dor é um resumo, nossa auto defesa, pois se não a sentíssemos, nos auto destruiríamos em pouco tempo. Porque sem esse alerta dolorido, que faz parte do amor e do cuidado de Deus com a nossa vida, nós seríamos como um robô, que não sente nada.
A dor traz o cuidado, a prudência e o conhecimento. É pela dor que descobrimos que o fogo queima, que a faca corta, que é preciso cuidar do pé depois que machucamos sem querer. É pela dor que criamos consciência da realidade física que nos cerca, das dimensões. Sem a dor nós chegaríamos a auto destruição em pouco tempo.
Foi a dor que nos levou a pensar no criador… Levou muitos a imaginar Jesus pendurado numa cruz depois de inúmeras torturas.
A dor trouxe o exemplo maior do quanto nós somos amados, ao ponto de alguém enfrentar tudo e se sujeitar ao extremo sofrimento para dar testemunho de libertação e fidelidade. A dor, quando compreendida, nos purifica, nos eleva, nos santifica, nos motiva para uma luta cotidiana. É preciso aceitar a dor, não masoquistamente, não como se fôssemos coitadinhos, mas com coragem para aprendermos a vencê-la.
A dor que a medicina identifica em um corpo, e as vezes até ameniza, não é a pior, não dói tanto quanto aquela que marca a alma, que tormenta a
consciência, porque o pecado não danifica apenas o corpo.
“Ele enxugará dos seus olhos toda a lágrima, e não haverá mais morte, nem haverá mais pranto, nem lamento, nem dor, porque já as primeiras coisas
são passadas.” APOCALIPSE 21:4
#focnafonte : Sérgio Rodrigues de lima