Direto de Brasília-DF.
Você, leitor, já deve estar perguntando quando vou começar a falar diretamente da primeira lei do ensino, O PROFESSOR.
Calma! Para quê tanta pressa? Esta Coluna para a qual escrevo não é um portal de notícia, ou seja, aquí não tenho que atualizar tudo a cada 20 minutos sob pena de ser considerado “notícia ultrapassada”.
Não posso falar da figura histórica do Professor, como se fala de uma coisa ou um Ser qualquer. As famílias podem fazê-lo, o Estado pode fazê-lo. De minha parte, em nada sinto-me obrigado a reproduzir tal erro.
Não posso tratar o Professor de qualquer maneira. Não posso! Simplesmente, não posso! Talvez, tratá-lo assim seja parte significativa de um grande e sistemático problema que começou a reger nosso mundo, e terminou por desafinar a Sinfonia da Educação e do respeito pelos demais seres humanos.
Há alguns erros históricos que necessitamos corrigir com urgência e um dos maiores é que estamos HUMANIZANDO COISAS E COISIFICANDO OS HUMANOS, há bastante tempo.
O Mercado está vivo e merece respeito, as Instituições públicas estão vivas e merecem respeito, meu cachorro está vivo e merece respeito… Quanto às pessoas, nós as assassinamos em vida, seja pelo silêncio da falta de reconhecimento, seja pela falta de respeito aos seus valores.
Assim, não espere que este artigo seja uma abordagem superficial e rápida. Há alguns pontos nos quais precisamos colocar a cabeça à baixo do espelho d´água, como você faz quando mergulha em uma piscina, rio ou mar.
Entre o ano 1000 e o ano 500 a.C. (lembre-se que naquele período o tempo era contado em ordem decrescente), na Grécia, período conhecido como Pré-Clássico, as pessoas acreditavam que havia uma única “lei” que governava o Universo. Esta “lei” era a divina, fosse esse “divino” Zeus, Joevá, Kirishna, ou, no Egito, Rá, o deus Sol, unido ao deus Amon, formando Amon-Rá, etc. Neste contexto, quando uma folha caía de uma árvore, atribuía-se tal ação ao sopro divino.
Parece ser consenso histórico que foi o filósofo e Professor Tales de Mileto, que deu o primeiro passo significativo para corrigir esse pensamento pré-clássico que pensava que até a folha que caía da árvore, o caía porque algum deus a assoprava, e que no Universo tudo era regido pela lei divina sem outra qualquer a fazer-lhe concorrência. Por óbvio é mais fácil pensar assim. Ser dogmático é sempre mais fácil, já que não exige pensar muito, refletir nem aceitar outro ponto de vista divergente.
O Professor Tales de Mileto, iniciou uma forma nova de pensar e, que dois séculos após ele, Aristóteles (no período Clássico) desenvolveria, sistematizaria e lançaria os fundamentos desse pensar como uma ciência que tem como objeto de estudo a educação, o processo de ensino e a aprendizagem, a Pedagogia.
Antes, como agora, o ser humano segue sendo o sujeito da educação, enquanto educando e enquanto se deixa educar, porque nada é mais impeditivo do que a vontade contrária de uma pessoa a qualquer processo que se lhe ofereça, por mais que, o que se lhe ofereça seja para seu bem!
Para chegar àquele estágio aristotélico de evolução referido nos parágrafos anteriores, O Professor Tales extraiu de seu gênio a ideia de fazer uma classificação das leis. Ele as distribuiu em classes, porque é isto que significa classificar.
Tales, apesar da discordância e protesto de muitos religiosos, disse aos seus contemporâneos que havia pelo menos três classes diferentes de leis no Universo: A lei divina, A lei natural e a lei humana.
– Olha! Dizia Tales, – Nada impede que você siga pensando que seu Deus, com suas próprias leis, impulsiona o Universo, mas também não cerre os olhos para o fato de que há outras leis que o movem.
E pensar que há tanto tempo a teoria de Tales se comprovou… Por exemplo, na edição de 4 de julho de 2018 da revista Super Interessante, o biólogo da USP – Universidade de São Paulo, Gilberto Kerdauy, diz que o cair das folhas no outono é “uma estratégia das plantas para se proteger do frio, reduzindo ao máximo seu gasto de energia. Quando chega o outono e os dias começam a ficar mais curtos, a natureza está sinalizando às árvores que chegou o momento de modificar algumas de suas características”. Veja que não são somente os animais que se adaptam para sobreviver…
Ao evocar a existência de uma “Lei humana”, o Professor Tales fazia referência às normas que regem nossas vidas em sociedade. Algo que segue valendo seja por nossas Constituições, seja por nossas leis infraconstitucionais modernas. Algumas úteis outras inúteis, algumas possíveis outras impossíveis de serem cumpridas em que para justificar a sua imperatividade, os governantes nos dizem sempre: Dura lex sed lex! Ou seja, “a lei é dura, mas é lei”.
Cumpram as Leis! Isto nos dizem, independente de eles quase sempre descumprí-las. Se você deseja saber mais sobre esta afirmativa, adquira a Coleção Corrupção no Mundo (a primeira e única enciclopédia do mundo sobre corrupção, sob o ponto de vista científico. Se desejar adquiri-la em inglês direto dos EUA onde foi traduzida e publicada, visite meu website: www.judivanvieirabooks.com).
Doutor John Milton Gregory diz que “O ensinar tem suas leis naturais tão fixas como as leis que regem os planetas ou o crescimento dos organismos. É um processo no qual se empregam definidas forças para produzir resultados definidos.”
Ora, se o ensinar passa pela Comunicação da experiencia à partir de fatos, verdades, ideias, doutrinas, como esperar que quem não possui experiencia para identificar verdades, ideias e doutrinas, ensine?
Professor é Professor e Aluno é Aluno! Com isto, o aluno deve se contentar e dar-se por feliz! Por ter alguém que o ensine! Ou será que em meio a tanta estupidez que rege nossa sociedade, devem, agora, os sábios se curvarem aos tolos?!?
Eu lhe proponho um enigma, do maravilhoso filósofo holandês Baruch de Spinoza: “É mais fácil um tolo aprender com um sábio ou um sábio aprender com um tolo? Responda-me, por favor, mas não o faça sem refletir no que vai dizer…
Não há porque inverter a lógica! Se alguém pagou tão alto preço para se experimentar e, se este alguém se predispõe a ensinar, não é demais querer que os pupilos, alunos, discípulos e demais aprendizes o tratem com REVERÊNCIA! Se não o quer reverenciar, ao menos que trate o Professor com RESPEITO!
Continua…