Direto de Brasília-DF.
É sabido, historicamente, que no Século XV o feudalismo era dominante e que a riqueza residia nas mãos dos donos de terras. Neste quesito a aristocracia dominante e a Igreja Católica Romana comandavam porque eram os maiores proprietários de terras nuas e edificadas.
Apesar dos dogmas cristãos da igualdade entre as pessoas e dos valores de cada indivíduo, a verdade é que isto não passava de teoria, porque na prática era inadmissível qualquer questionamento a esse direcionamento da Economia.
A figura do Estado moderno que hoje conhecemos iria surgir um século depois. Até então, o poder político estava pulverizado entre o Rei, a Igreja e os Senhores Feudais (os donos de grandes propriedades rurais).
Foi contra esse domínio político que surgiu a “burguesia” ou a classe média composta por mercadores, comerciantes e banqueiros, como um movimento ou dinâmica que forçaria mudanças no equilíbrio da riqueza e poder e ao qual o chamado “liberalismo econômico” se vincularia para sempre.
A redescoberta do homem na Renascença que vai do século XIV a XVI e as grandes invenções como a imprensa (que vai permitir o povo LER), vão sacudir a Europa e preparar o terreno para o “Capitalismo”. Esse período embrionário de liberdade mercantil, comercial e industrial é que vai arrebentar com as amarras dos dogmas e permitir a ascensão dos valores da capacidade individual de ser, ter e fazer. Esse movimento tornar-se-á conhecido como “humanismo” (que em nosso tempo já tem outra conotação) e vai ser louvado por escritores poderosos como Erasmus de Roterdã e Francis Bacon, por exemplo.
Surge a reforma protestante que contesta a autoridade suprema do Papa e cujos desdobramentos faz com que o ser humano, que antes só olhava para a providência divina redescubra sua capacidade e comece a olhar mais horizontalmente. Neste contexto o progresso da ciência será o grande golpe no misticismo e o pavimento adequado para a Revolução Industrial. Agora o homem é livre! Viva o liberalismo! A máxima possível de ser dita era: Sejam livres para ser, ter e fazer!
O Politólogo Louis Wasserman conceituou liberalismo como o movimento de corpo e alma que se refletiu como doutrina na liberdade pessoal, tendo como objetivo a emancipação do homem em todas as esferas da vida.
Na Economia o ideal do liberalismo é a libertação das amarras do Estado para a produção de bens e organização dos negócios, como apregoou Adam Smith (pai da Economia).
Na Política o liberalismo vai produzir a Declaração Universal dos Direitos Humanos e outros institutos como o sufrágio universal do voto, a sub-doutrina do equilíbrio entre os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário (chamado nos EUA de checks and balances) e o movimento de codificação das leis públicas.
Por óbvio que o excesso de liberalismo e a ausência de controle da economia por parte do Estado, produziu mazelas para a humanidade fazendo o rico ficar mais rico e o pobre mais pobre, culminando com a grande depressão de 1929 e, talvez essas grandes depressões sigam ocorrendo (vide exemplo de 2008) porque as classes políticas parecem esquecer de propósito, que a igualdade política que não vem acompanhado de igualdade econômica, é vazia.
Certo é que enquanto o liberalismo coloca o individual no extremo da liberação total da influência do Estado, a democracia dá o tom do equilíbrio, pois ela se encarrega de regular e limitar as liberdades individuais em prol da coletividade. A esta limitação chamamos de Poder de Polícia Administrativa.
No liberalismo econômico a máxima era: Sejam livres para ser, ter e fazer. O liberalismo associado à democracia foi trampolim para o bem e para o mal e como toda doutrina social, teve de sofrer correção de rumo.
No próximo artigo avançaremos de fase e aprenderemos, em resumo, sobre capitalismo (democracia=liberalismo=capitalismo…)