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1 em cada 9 acidentados com moto tem pé amputado ou fica paraplégico no Recife

Dados são do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto, referentes à urgência do HR e foram apresentados em audiência pública na Câmara dos Vereadores do Recife. Mais da metade dos acidentados em 2017 pilotavam motocicleta sem habilitação

 

A cada 2h, sete pessoas sofrem um acidente de moto em Pernambuco. Num intervalo de seis horas, ao menos um dos pacientes perde a vida. Na guerra civil que se tornou o feroz trânsito do estado, um dado salta aos olhos: 11% de todos os atendimentos por acidentes com motocicletas realizados na maior emergência da capital pernambucana, o Hospital da Restauração, acabam com a vítima perdendo o pé por amputação ou mesmo o movimento das pernas, com, no mínimo, uma paraplegia. O alarme foi dado pelo médico cirurgião Hélio Calábria, do Comitê Estadual de Prevenção aos Acidentes de Moto (Cepam), durante audiência pública proposta pelo vereador Rodrigo Coutinho (SD), na Câmara Municipal do Recife, na manhã desta terça-feira (12). O número total de acidentes em 2017 excedeu os 31 mil casos e representou nada menos que R$ 1,1 bilhão em gastos públicos com saúde.

O diálogo entre setores do poder público ligados ao monitoramento do trânsito e a sociedade se deu a partir do status da capital pernambucana no que diz respeito aos acidentes com motocicletas, passando a figurar em oitavo lugar entre os municípios de todo o país com maior número de indenizações por invalidez ou morte decorrentes de sinistros envolvendo motos, segundo a Seguradora Líder, com dados do DPVAT. “Recife precisa encarar esse problema de frente, como uma questão de saúde pública, não só de trânsito, envolvendo educação e conscientização. É preciso reduzir esse número de acidentes para que os hospitais possam se voltar a outros problemas, não tão evitáveis”, afirma Coutinho. Apenas em 2017, 1.697 recifenses sofreram acidentes envolvendo motos, um total de 5,4% do total de colisões envolvendo residentes no estado.

No estado como um todo, os dados do Cepam mostram como a epidemia encontra espaço para se desenvolver na falta de educação e consciência da população. Dos mais de 31 mil casos de acidentes registrados no ano passado, 25% dos condutores não usavam capacete e 55% sequer possuíam habilitação. “Se temos a maior emergência pública do estado com metade dos leitos ocupados por acidentes de motos, temos uma epidemia. Se você está gastando R$ 1,1 bilhão, como Pernambuco está gastando, com uma patologia evitável, não há sistema de saúde ou previdência que suporte”, defende o médico cirurgião do comitê, Hélio Calábria.

Segundo dados do DPVAT, as motocicletas representam 27% da frota, mas 75% das indenizações por morte ou invalidez. Para a presidente da CTTU, Taciana Ferreira, o problema é delicado, mas exige mais do que apenas a fiscalização que muito se cobra da autarquia. “Não se pode ter uma ação, mas um conjunto de ações, em que se destaca a educação. E esse esforço vem sendo feito, junto à fiscalização. Tanto que os acidentes com motos já chegaram a ser 70% do total e hoje é de 31%”, afirmou.

O trabalho de conscientização, nesse caso, passa sensivelmente pelo eixo cultural, uma vez que boa parte dos acidentes está relacionado ao consumo de álcool ou outros entorpecentes. Para se ter uma ideia, 42% dos acidentes são concentrados apenas aos finais de semana e a maior incidência de vitimizações envolvendo motocicletas se dá entre a tarde e a noite dos domingos, quando a probabilidade de acidentes chega a ser seis vezes superior à média dos registros.

​Números de acidentes com motocicletas (2017)

A cada 2h, 10 acidentes são registrados em Pernambuco, sendo 7, de moto

1 morte a cada 6h

25% não usavam capacete

55% não tinham habilitação (um total de 12,6 mil condutores)

42,6% dos registros foram aos sábados e domingos

1,1 bilhão de reais é o gasto anual com saúde com acidentados com motocicletas no estado

Fontes: Cepam e DPVAT
Crédito de fotos: Jonas Liberato/Divulgação
Assessoria de imprensa de Rodrigo Coutinho

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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