Semana passada o Comitê de política monetária sob a batuta do novo persidente do Banco Central do Brasil, Gabriel Galípolo, a decisão foi de elevação em 1 p.p. da taxa SELIC e a expectativa é de que tenhamos mais uma elevação na próxima reuniao que ocorrerá em março.
Analistas de mercado já fazem novas revisões acerca não somente da inflação quanto ao fechamento da SELIC em 2025. A dose do remédio será amarga e apertemos os cintos. Enquanto a inflação não ceder os juros irão aumentar. a pressão da inflação em uma situação de quase um pleno emprego deve ser contida com elevação dos juros.
Ademais a desconfiança do mercado quanto ao acerto das contas do Governo Federal só se mantém. O déficit público em 2024 fecho em R$ 11,0 bilhões de reais e o rombo das estatais em R$ 6,7 bilhões, quase dez vezes mais comparado com o ano anterior.
O resultado primário por sua vez que corresponde à subtração entre receitas e despesas sem contar o pagamento dos juros da dívida, tivemos uma situação deficitária. O resultado primário do Governo Central acumulado em 12 meses (até dez/24) foi de déficit de R$ 44 bilhões, equivalente a 0,36% do PIB. As contas do governo central incluem Tesouro Nacional, Previdência Social e Banco Central.
Afim de evitar uma explosão inflacionária é preciso “segurar o boi pelo chifre”, as contas do governo não podem continuar a galope. É importante imprimir austeridade ainda que se tenha uma regra de ouro referente a meta fiscal ou seja, não é possivel que o saldo primário (receitas menos despesas nao incluindo o pagamento de juros) ultrapasse 0,25 p.p (ponto percentual) do PIB. Trocando em miúdos, para 2025, o governo poderá gastar até R$ 28,8 bilhões a mais que as receitas em 2024. A meta em si é de deficit zero, mas há essa margem de tolerância.
A escalada da inflação deve ser interrompida com compromisso fiscal caso contrário a elevação dos juros prevalecerá em 2025. O remédio é amargo mas é necessário conter a inflação.