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A FALÊNCIA SISTEMÁTICA DA POLÍTICA E DA DEMOCRACIA FORMAIS

Direto de Brasília, DF

 

No livro “L’art de tromper, d’intimider et de corrompre L’électeur”(A arte de enganar, intimidar e corromper o eleitor), lançado em Paris em 1910, o escritor e politólogo Charles Marcault, descrente da classe política de seu tempo, diz: “Dedico este trabalho ao povo francês, primeiro à classe dominante que o medo e a inércia fizeram uma classe adormecida, depois aos trabalhadores das cidades e do campo, que, enganados (…) confiam em candidatos que prometem a eles o bem-estar material e que, uma vez nomeados trabalham apenas para a elaboração de leis tirânicas…”.

Faz 113 anos que Charles Marcault afirmou que candidatos prometem ao povo o bem-estar material e que, uma vez eleitos trabalham apenas para a elaboração de leis tirânicas. Tenha em mente que para escrever tal reflexão Marcault teve que mergulhar no passado político de seu tempo. Portanto, sua narrativa sobre o engano, a intimidação e a corrupção política deve ser entendida para além dos 113 anos a que aqui me refiro.

Minha pergunta a você, caro leitor e eleitor, é a seguinte: o que mudou na classe política? Ela segue enganando, intimidando quem pensa diferente e corrompendo os cofres públicos para deles extrair os contributos do povo e se autobeneficiar?A classe política segue enriquecendo cada vez mais, enquanto quase 70% do povo segue se debatendo entre a miséria e a pobreza?

E o que mudou no eleitor? O que mudou em você? Segue elegendo os mesmos candidatos carismáticos com poder de sedução, simpáticos com discursos nos quais esbanjam abraços em pobres e em criancinhas nos tempos de eleição, mas que tão logo eleitos mandam o povo para a pqp? Afinal, você realmente pretende o desenvolvimento do Brasil ou te interessa apenas se dar bem?

Há inúmeras classes de trabalhadores que preferem a liberdade de greve e, creiam, isto nada tem a ver com o crescimento e sustentabilidade da classe e do país, tem a ver com não querer trabalhar; são classes de trabalhadores que preferem a estagnação econômica e social do país, porque é no caos que seus financiadores ideológicos conseguem “catequizar e doutrinar” as novas gerações de parasitos que não querem mais trabalhar; que entopem os botecos e vivem de “verdades ideológicas”, também conhecidas como “verdades trapo”.

Fato é que o cérebro é o maior espaço de poder que um ser humano possui e as classes políticas e a mídia sabem disto, razão por que lutam tanto para ocupar teu cérebro e te fazer pensar o que eles querem que você pense. É nesse jogo de sedução política, de Sujeito e Poder, que ocorre a doutrinação das novas gerações e de todos os eleitores que passam a defender com “unhas e dentes”, a candidatos cuja imagem a mídia dominante “vende” como se fossem “salvadores” do Brasil.

Mas, o que você realmente viu tais candidatos do passado e presente fazerem de substantivamente bom pelo Brasil? Ou você não sabe que a cada ciclo político o Brasil se torna um dos piores países do ponto de vista sócio-econômico? Tá querendo se enganar, por quê? A quem interessa que você se engane tanto assim; que faça papel de bobo da corte?

Por exemplo, você sabia que nas últimas duas décadas caímos da sexta, para sétima, da sétima para a oitava e da oitava para a nona economia do mundo? Você acha que isto é bom? Foi teu candidato que fez isto com o Brasil! Este mesmo candidato por quem você “mata e morre”. Você tem ciência das consequências de que tais quedas no ranking da economia global representam aumento em dezenas de milhões do número de miseráveis e pobres? Ou você vai fingir também que há décadas não está vendo o número assustador de flanelinhas que te pedem irritantemente: – uma “ajudinha doutor”, uma “ajudinha doutora”.

E o que dizer da enorme quantidade de bandidos condenados pelo Poder Judiciários que gozam dos benefícios das saidinhas e  saidões das penitenciárias e passam a abordar rancorosamente a cada um de nós nas portas dos supermercados em cujos preços são absurdamente caros para os trabalhadores de verdade e, ainda assim, nos olham com raiva quando dizemos que não podemos dar a cesta básica completa que hoje pedem, sem a menor vergonha de pedir e com toda vergonha do mundo de trabalhar. Experimente dizer a um parasito desses que ele deve arranjar emprego e veja a reação. Afinal, para que trabalhar num país que institucionaliza ano após ano bolsas, auxílios e outras formas de “esmolas” que deveriam ser paliativos políticos? Ou será que o fim ideológico é mesmo o de possuir mente e corpo do eleitor? Se for este, e não duvido, está dando certo.

Você, com seu discurso ideologizado, pensa que paliativos que se tornam eternos contribuem para desenvolvimento sustentável de um país? Quer um exemplo prático, uma analogia do dia a dia para te fazer entender melhor o que digo? Então, faça uma enquete, uma pesquisa entre filhos que ganham tudo dos pais sem ter que dar um “prego numa barra de sabão”. No que eles se transformam quando atingem a fase adulta? Em regra se transformam em grandes preguiçosos, negligentes e procrastinadores. Parasitas que vivem sugando as forças físicas e psicológicas dos pais e do Estado.

Você acha que ocorre diferente com os cidadãos? Um país é o somatório do aglomerado de todas as famílias que o compõem. Logo, o que passa no universo familiar pode ser plenamente ampliado para o universo estatal!

Eu bem sei que pais que dão tudo aos filhos podem até errar por amor, ao argumento de que lhes faltou tudo na infância e adolescência e ao haver prosperado, nada deixarão faltar aos filhos. Mas, por amor também se erra! O duro é quando se percebe que não há amor na equação e, sim, manipulação. Quando se percebe que o dar não passa de um experimento em que o povo é usado como ratos de laboratórios, perus, ou leitões, engordados sistematicamente para a festa do abate, o natal dos ricos e das classes políticas. Por que você se permite tanto ser enganado?

Apostar na fórmula irresponsável do “dar tudo que um filho quer, mesmo aquilo que não precisa”, ao invés de ensiná-lo a trabalhar de forma sustentável para adquirir o que precisa é plantar irresponsabilidade pessoal e, ser for minimamente verdade isto que dizem que “plantamos o que colhemos”, se for minimamente verdade, então o que devemos esperar é uma sociedade de irresponsáveis que ocuparão cargos, mandatos, empregos, e lideranças que nos conduzirão ao fracasso e não ao êxito.

Inegável é que no Brasil a realidade expõe há décadas o crescente aumento do desemprego, da taxa negativa de moradia, do declínio da oferta de leitos em hospitais e queda na qualidade da saúde do povo, do aumento do custo Brasil, aumento significativo da corrupção nos índices medidos pela Transparência Internacional, que desde o ano de 2012 cresce alarmantemente fazendo com que naquele ano já estivéssemos vergonhosamente na posição  69ª e hoje estejamos na 94ª colocação, de um índice que quanto mais alto o número, maior a percepção da corrupção no setor público.

Sei, também, que não é só no Setor Público, pois basta ver a manipulação de jogos nos múltiplos campeonatos brasileiros de futebol para perceber que a praga da corrupção há muito tempo é uma espécie de câncer dando metástase entre os múltiplos órgãos que formam a sociedade brasileira.

Será que este cenário todo é o reflexo projetado no espelho daquilo que realmente aceitamos ser, na medida que nos deixamos manipular pelos candidatos que prometem o bem-estar material e que, uma vez eleitos trabalham apenas para a elaboração de leis tirânicas?

Quando o eleitorado vai amadurecer? Porque a chama da paixão por candidatos “salvadores”, “ladrões, mas bonzinhos”, “que roubam, mas fazem”, nunca para de arder no coração dos eleitores?

É com esse viés que venho publicando, há dois domingos, artigos nesta nova série, “A falência sistemática da Política e da Democracia Formal”. Todo domingo um novo artigo. Acompanhe, reposte, divulgue.

 

Aproveito para recomendar que leia os 2 artigos dos 2 últimos domingos:

http://pernambucoemfoco.com.br/politica-e-a-arte-de-que-mesmo/

http://pernambucoemfoco.com.br/a-politica-e-o-utilitarismo-perverso/

 

Recomendo, também, que leia meus livros em Ciências Sociais e Políticas. Assim, compreenderá ainda melhor o conteúdo desta série de artigos. Eis os livros:

 

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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