*Por Marcio Aguiar
Quando nos deparamos com algo novo, antes visto apenas em filmes de ficção científica, há um certo receio e desconfiamos que essas novas tecnologias podem nos substituir em algum momento. Foi assim quando surgiu a televisão, muitas pessoas acreditavam que seria o fim do rádio e o mesmo para os jornais com a chegada da internet. Apesar disso, ambos continuam existindo e sendo parte no dia a dia das pessoas. A desconfiança da vez é com a IA generativa. Ela realmente irá substituir o trabalho humano? Mesmo sendo inovadora, ela não substituirá o trabalho das pessoas, isso porque essa tecnologia exige a necessidade de interação com os humanos, para ser alimentada e gerar novos conteúdos.
De acordo com dados do PitchBook, em 2022 os investidores injetaram ao menos US$ 1,37 bilhão em 78 negócios ligados a IA generativa. Entre as tendências de tecnologia citadas pelo Gartner, até 2025 espera-se que a IA generativa seja responsável por 10% de todos os dados produzidos. Isso mostra o quanto essa inteligência artificial pode estar presente em diversas aplicações, inclusive uma plataforma aberta tem ganhado muita popularidade entre as pessoas e impulsionado ainda mais esse mercado: o ChatGPT, que vem sendo usado por empresas e consumidores, para escrever desde um simples e-mail até propostas, apresentações, entre outros conteúdos. Mas, afinal, o que são essas IAs generativas?
Podemos dizer que as IAs generativas são uma vertente mais criativa da Inteligência Artificial, pois constroem novos conteúdos a partir da assimilação de imagens, áudios e textos.
Enquanto a IA tradicional normalmente consegue analisar, rotular e classificar certas informações e dados, a IA generativa consegue criar algo totalmente novo. Dessa forma, por meio de algoritmos de aprendizagem profunda, a ferramenta possibilita uma infinidade de resultados, a partir da interação do usuário.
As IAs generativas são baseadas em grandes modelos de linguagem ou LLMs (Large Language Models), que são algoritmos de aprendizagem profunda (deep learning). Eles podem reconhecer, prever, traduzir e gerar conteúdos por meio do conhecimento adquirido de conjuntos de dados. Esses grandes modelos de linguagem estão possibilitando infinitas aplicações em diversas áreas como processamento de linguagem natural, saúde, geração de código, entre outros.
Fato é que a IA generativa pode trazer diversos benefícios, se aliada as habilidades humanas. Entre as possibilidades de aplicações de IA generativas estão: em texto, criando histórias, poesias; em criação de imagens como avatares, pintura, fotos, ilustrações; em programação, principalmente na parte de geração de códigos ou no auxílio aos desenvolvedores na identificação de possíveis erros ou em vídeos para animação de personagens.
Além disso, já é possível construir e operar modelos personalizados de IA generativa treinados com seus próprios dados de propriedade. Isso permitirá mais agilidade e qualidade para que os desenvolvedores e as empresas possam criar aplicações especialmente impulsionadas por IA, fornecendo novos serviços e insights para os negócios.
A expectativa é que possamos ter um impacto positivo no futuro do trabalho com a tecnologia da IA generativa. Acredito que essa ferramenta mudará a forma de desempenhar certas funções, equilibrando o esforço e poupando tempo para nos concentrarmos em atividades que de fato exigem nossa atenção, pensamento crítico, raciocínio e criatividade.
É evidente que diversos setores terão que se adaptar conforme o avanço dessa tecnologia, mas não podemos esquecer que o fator humano será indispensável para fazê-la funcionar. Portanto, unir nossas habilidades a essa ferramenta poderá ser uma combinação perfeita para garantirmos qualidade e otimização no processo de diversas atividades, impactando até mesmo na qualidade de vida. A IA generativa veio para revolucionar, nosso desafio agora é saber usá-la com sabedoria.
*Marcio Aguiar, diretor da divisão Enterprise da NVIDIA para América Latina
Sobre a NVIDIA
Desde sua fundação em 1993, a NVIDIA (NASDAQ: NVDA) tem sido pioneira em computação acelerada. A invenção da GPU pela empresa em 1999 estimulou o crescimento do mercado de games para PC, redefiniu a computação gráfica, iniciou a era da IA moderna e tem ajudado na criação do metaverso industrial. A NVIDIA agora é uma empresa de computação full-stack com soluções em escala de data center que estão revolucionando o setor. Mais informações em: https://blog.nvidia.com.br/.