Especialidade é indicada para envelhecimento saudável
Na atualidade, quando se fala em longevidade e envelhecimento com saúde, uma novidade da Medicina tem chamado atenção. A Medicina do Bem-estar ou Medicina Integrativa vem atraindo a consultórios especializados pacientes que buscam não somente a cura de doenças, mas a frequência da saúde: um período cada vez mais ininterrupto de ocorrência de males que atingem o corpo e a mente.
De acordo com dados do IBGE, o Brasil avança como a sexta maior população idosa do mundo, com cerca de 31,2 milhões de pessoas com 60 anos ou mais. Nesse grupo, a faixa etária que mais cresce é a dos idosos longevos, ou seja, os que vivem 80 anos ou mais. Estimativa do Ministério da Saúde prevê que, em 2030, o número de brasileiros com 60 anos ou mais ultrapasse o de crianças e adolescentes entre zero e 14 anos de idade.
Um dos grandes desafios, porém, diante de um contingente de 70% de idosos brasileiros com alguma comorbidade, é alcançar a longevidade com saúde e qualidade de vida. É essa a proposta da Medicina do Bem-estar. Sormane Britto, médico formado pela Universidade Federal de Pernambuco e com vasta experiência no atendimento integral do paciente, alerta para a importância de adotar medidas preventivas para o envelhecimento saudável: “envelhecer não é doença. Envelhecer é um processo natural, que pode ser prazeroso ou marcado por problemas de saúde resultantes de uma rotina de excessos e sedentarismo. A adoção de hábitos saudáveis, na alimentação e no dia a dia, pode fazer a diferença o quanto mais cedo for feita”.
A Medicina Integrativa propõe tratar não só a saúde física, mas também a mental e a emocional do paciente, de forma mais humanizada e menos intervencionista. A especialidade coloca o paciente como o principal responsável pela manutenção de sua saúde, fazendo com que ele deixe de receber passivamente o tratamento e passe a participar ativamente da própria saúde. “Precisamos mudar a cultura de que as pessoas só devem procurar o médico quando estão doentes ou com alguma queixa. As pessoas devem procurar o médico para não adoecer. Nós vamos orientar sobre de que forma esse processo deve ser feito, a partir de mudança de hábitos alimentares, da prática de exercícios físicos e de um novo olhar para si mesmo, com a transformação do estilo de vida”, explica Sormane Britto.
A Medicina do Bem-estar modificou, inclusive, a vida do próprio médico. Pesando 127kg há dois anos, Sormane sofria de diabetes, hipertensão e quase teve um AVC quando decidiu mudar o estilo de vida. Hoje, apesar da rotina profissional agitada, é adepto da prática do crossfit e de uma alimentação saudável, pesa 86kg, mas já chegou aos 69. Ficou livre das comorbidades e dos medicamentos, adquiriu o hábito da leitura de até dois livros por mês e começou a tocar guitarra como hobby. Para ele, o cuidado com a saúde é assunto não só do consultório como também de toda a vida.