Como as empresas podem garantir tempo de qualidade para mães e pais estarem com seus filhos recém-nascidos? Essa é uma das temáticas que irão permear a roda de conversa “Dá licença para criar”, promovida em parceria entre o projeto social Primeira Infância Plantar Amor (PIPA) e a Prefeitura do Recife, através do gabinete da vice-prefeitura. Aberto ao público, o evento faz parte da programação da 8ª Semana do Bebê do Recife e acontece no dia 23 de agosto, no auditório do Apolo 235, das 9h às 12h, com apoio do Porto Digital. O objetivo é discutir as práticas trabalhistas no contexto das licenças maternidade e paternidade, além de questões sobre valorização profissional e garantia de direitos.
No Brasil, as políticas de afastamento do trabalho são específicas de acordo com o gênero (licença maternidade de 120 dias e paternidade de 5 dias), reforçando o estereótipo de que as mulheres ainda são as maiores responsáveis pelo cuidado dos filhos. “O ‘Dá Licença pra Criar’ é um movimento que já começa muito forte porque irá contar com a presença de diversos atores dos três setores da economia, provocando uma reação social para um ponto que há muito tempo merece atenção para uma mudança de postura”, disse o diretor-executivo do PIPA, Rogério Morais.
Rogério reforça que, enquanto a licença paternidade seguir seu curso de cinco dias, sem quaisquer estímulos à maior participação dos pais no cuidado de filhos pequenos, ficará mais difícil viabilizar a convergência de normas sociais que promovam maior igualdade entre os gêneros. “Flexibilizar as licenças parentais pode ser uma das estratégias mais impactantes para o presente e para o futuro de nossas crianças. Esse movimento permite, também, retornos interessantes para as empresas, com mais engajamento e motivação dos colaboradores”, ressaltou.
A roda de conversa terá a medição da vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão, e participações da diretora-executiva do Núcleo de Gestão do Porto Digital, Mariana Pincovsky, da empreendedora social Magna Coeli, da empreendedora Rosa Maria Nascimento, da Líder de Colegiado do Grupo Mulheres do Brasil, Luciana Pimentel, e das influenciadoras digitais Duas Mães de Dois, Patrícia Luna e Liliane Dantas.
“Tenho lutado para visibilizar e valorizar a economia do cuidado, entendendo que o cuidar é um trabalho que consome tempo, dedicação, que precisa ser considerado e, inclusive, remunerado. Nos primeiros seis meses de vida de uma criança, por exemplo, uma mulher gasta 650 horas somente amamentando. O aleitamento materno só ela pode fazer, mas há muitas outras tarefas associadas ao cuidar que não podem nem devem ser apenas atribuição das mulheres”, destaca a vice-prefeita do Recife, Isabella de Roldão. A gestora chama a atenção para o fato de que o tema da licença parental tem toda relação com esse conceito. “Seja qual for o arranjo familiar, é preciso que o poder público, as empresas e a sociedade em geral criem as condições para uma divisão justa de responsabilidades e também de direitos. Todas e todos ganham com isso”, reforça.
Antes da roda de conversa, haverá a apresentação dos dados da Pesquisa Licenças Maternidade e Paternidade nas Empresas, conduzida pelo empreendedor social Leandro Ziotto, fundador da plataforma 4Daddy. Liderado pelo Fundador e Conselheiro da Viana & Moura Construções, Pedro Ivo Moura, também está previsto o lançamento de um manifesto afirmando o compromisso das empresas e do poder público com a criação de políticas acolhedoras de valorização profissional e garantia de direitos, para que a parentalidade possa ser exercida de forma justa e plena.