Dor orofacial pode indicar problemas dentários, afirma especialista

Incômodos na região da face e cavidade bucal podem ser tratados por dentista especialista em dor orofacial

A dor orofacial é um dos problemas de saúde mais comuns no mundo. A disfunção temporomandibular (DTM) é uma das causas desse transtorno. No Brasil, estima-se que esta condição acomete cerca de dois milhões de pessoas, número que se iguala ao da doença cárie. Todas as dores que se manifestam na região da face, cavidade bucal e, inclusive, algumas dores de cabeça, podem e devem ser diagnosticadas e tratadas pelo cirurgião-dentista especialista na área.

De acordo com a Dra. Cláudia Albuquerque, cirurgiã-dentista da Clínica Maxidente, o tipo de dor que a pessoa sente em um dente ou na região próxima a ele ajuda o profissional a diagnosticar a causa do problema. A sensibilidade ao ingerir alimentos ou bebidas muito quentes ou frias, geralmente, indica retração gengival ou uma cárie pequena.

”Se você sentir dor aguda ao morder, seu dente pode estar trincado ou ter uma cárie profunda ou alguma restauração pode estar solta. A dor de dente intensa que irradia para o ouvido, mandíbula e pescoço é um sinal de abscesso dentário. Se você suspeitar de um abscesso no dente, alguns medicamentos ajudam a aliviar a dor, mas você deve procurar um dentista o mais rápido possível”, explica.

Outras causas que podem desencadear o problema são o bruxismo e a propensão genética. Além disso, comorbidades que têm como sintoma a dor, como a fibromialgia, dor crônica e enxaqueca, também aumentam o risco de desenvolver a doença. Outra dor orofacial altamente impactante está ligada ao grupo das dores neuropáticas. Uma delas é a neuralgia do trigêmeo. Ela se manifesta como uma espécie de choque elétrico na região da face e boca, desencadeada por estímulos que não deveriam gerar dor, como escovar os dentes.

Quando o motivo da dor orofacial é problema dentário, um tratamento odontológico pode acabar com o desconforto. A cirurgiã-dentista conta que as restaurações, tratamentos de canal, coroas, tratamentos com fluoreto e extrações dentárias são algumas maneiras de aliviar a dor causada pela cárie e cavitações. No caso da DTM, um aparelho bucal ou, em casos extremos, cirurgia também são usados para aliviar os sintomas.

Por fim, é preciso trabalhar na promoção da saúde, explica a Dra. Cláudia Albuquerque. “É muito importante pensar na prevenção de doenças infecciosas bucais, como cárie, periodontite, bem como prevenção de câncer de boca. Por isso, visitas regulares ao cirurgião-dentista são necessárias, mesmo se não houver sintomas da doença. Pensando em sintoma, toda e qualquer dor orofacial que esteja relacionada à atividade mastigatória, ou que piore com a fala ou bocejo, deve motivar o paciente a buscar ajuda de um cirurgião-dentista,” finaliza.

Autora: Cláudia Albuquerque
Vice-Presidente da Comissão de Odontologia da Academia Brasileira de Ciências Criminais – ABCCRIM