Mesmo com cenário desafiador, nos dois primeiros messes de 2022 o Porto do Recife já movimentou 53.619 toneladas de adubos
O sucesso do agronegócio brasileiro depende principalmente da importação de fertilizantes de outros países. Só em 2021 foram 41,6 milhões entrando no Brasil, como aponta o boletim logístico da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento).
No Porto do Recife foram movimentadas 201.509 toneladas de fertilizantes em 2021, dessas 79.543 toneladas vieram da Bélgica e 38.870 toneladas vieram da Rússia. Marrocos, Canadá e China também exportaram adubos através do Porto do Recife, mas em menor quantidade.
Nos dois primeiros meses de 2022, a movimentação de fertilizantes já vem superando o mesmo período do ano passado. Em janeiro foram 27.429 toneladas, representando um crescimento de 13,46%, em relação ao ano anterior, e em fevereiro foram 26.190 toneladas, com 79,80% de aumento. Totalizando uma movimentação de 53.619 toneladas de adubos no bimestre, representando 38,40% de crescimento. A carga é tradicional no ancoradouro recifense, sempre apresentando grandes movimentações, devido principalmente à demanda da Fertine (grupo Fertipar).
A empresa possui uma indústria instalada na zona portuária há mais de 23 anos e toda a matéria-prima para produção de adubos vem através do ancoradouro recifense. Os fertilizantes produzidos no Recife abastecem o agronegócio do Estado, como também da Paraíba, Rio Grande do Norte e Ceará. Para a empresa, a localização no Porto do Recife é estratégica para a distribuição do produto e, no ano passado, a Fertine renovou o contrato de arrendamento para permanecer por mais 17 anos.
Mesmo com os bons resultados, o Porto do Recife se prepara para um cenário desafiador e possíveis impactos nas importações do produto. “Com o prolongamento desse conflito, já podemos considerar um dos principais impactos o aumento no valor dos fertilizantes. Sem Rússia e Ucrânia como fornecedores, a demanda será maior para outros países que não possuem uma produção tão alta de matérias-primas, encarecendo o produto. Como o Porto importa mais da Bélgica, é possível que não tenha um impacto tão grande nas movimentações, mas tudo vai depender de como a empresa importadora, a Fertine, vai negociar com os outros fornecedores”, afirma José Divard de Oliveira, Diretor Comercial e de Operações do Porto do Recife. No ancoradouro ainda não houve cancelamentos de atracação e as embarcações de fertilizantes previstas continuam confirmadas. No dia 6 de março, esperamos a chegada do navio Panda, que irá descarregar mais de 5 mil toneladas de fertilizantes russos.