Direto de Brasília-DF
Ter esperança não é algo ruim. A esperança suaviza a vida, às vezes impede que pereçamos e até mesmo que algumas pessoas se autodestruam.
Mas, afinal, o que é essa tal “esperança” que salva a alguns da “morte súbita”; que diminui o sofrimento presente e faz com que mantenhamos os olhos fixos na possibilidade de algo, alguém, ou futuro melhor?
Esperança é definida como “um sentimento de expectativa e desejo de que algo aconteça”. Assim, é de se notar que quem espera algo está voltado para aquilo que vem do futuro. É exatamente aqui que políticos corruptos e outras espécies de estelionatários investem seu tempo e esperteza. Eles prometem coisas boas, sabendo que promessa é um evento futuro e incerto.
Como promessas são palavras e palavras são abstratas, fabricar relatórios com índices sociais e econômicos, fabricar pesquisas eleitorais falsas, e sobretudo usar de falácias, ou seja, mentiras como as que dizem que teu voto muda o país e o mundo.
Todas essas falácias políticas são eficientes porque criam, com rapidez, rendimento e perfeição a ilusão que a POLÍTICA FORMAL que domina nosso mundo é capaz de produzir o resultado positivo que os eleitores tanto desejam e merecem. Os políticos sempre alcançam o que querem de seus eleitores, mas a recíproca é verdadeira?
Argumentos falsos ou falácias também costumam produzir fábulas e lendas. A lenda de Robin Hood, em que um ladrão rouba dos ricos para distribuir aos pobres é uma das mais famosas. Agora, diga-me aonde você já viu isto acontecer, excetuando a literatura e telas de TV ou cinema?
Nossos ladrões não usam arco e flecha nem pistolas “papo-amarelo”, não vivem na floresta de “Sherwood” nem na caatinga do nordeste; eles não vivem em bando, não levam o nome de Hobin Hood nem de cangaceiros. Nossos mais hábeis ladrões usam “black tie”, terno e gravata, e se utilizam do poder das multi mídias para te enganar.
Eles fraudam licitações e contratos públicos, desviam dinheiro que deveria ser usado para comprar aparelhos respiradouros para quem foi acometido por vírus, em plena pandemia; desviam dinheiro da merenda escolar e que deveria ser usado para reduzir a fome dos miseráveis e pobres sociais e econômicos que povoam as ruas de nossas cidades, e as cidadezinhas e áreas rurais esquecidas por nossos governos centrais.
As rendas públicas têm, por lei, destino certo, mas chegam pouco a ele, já que interesses políticos pessoais criam inúmeros atalhos em cuecas, meias, cofres, paraísos bancários e fiscais, e em variados tipos de lavagem de dinheiro.
Assim, recursos que deveriam ser usados para gerar empregos, segurança pública, moradia, saúde, e boas condições de ensino público, são cotidianamente desviados por políticos que seguem sendo cultuados por eleitores cujo entendimento foi obscurecido pelas estúpidas ideologias partidárias que convencem pessoas a serem de direita, de esquerda, de centro, sem que nenhum desses espectros políticos amem a Nação. A Nação, o povo… que se f…
A roda gira sempre até que começa um novo ciclo eleitoral e, aí, reinicia a bajulação com o eleitor que novamente se deixa iludir pela esperança, mesmo sabendo que tudo não passa de ilusão de ótica, como no caso do oásis ilusório que o sedento à beira da morte costuma ver no deserto escaldante.
Pensando nesse cenário sempre dou razão ao anônimo que disse que é loucura querer resultados diferentes fazendo sempre a mesma coisa. Mas, e daí, que importa essa coisa de razão? Para quê um ser humano precisa de razão se o que importa é a diversão, o entretenimento?
Quem realmente se importa em raciocinar e racionalizar a vida? Talvez somente quando o fracasso bate à porta (e ele bate mesmo porque a vida castiga os negligentes) é que se sente que ter sido racional poderia ter feito a diferença, e mudado futuros.
O último episódio será publicado em 1º de dezembro!
Continua na próxima quarta-feira.
Atendendo a pedidos aos sábados publicarei o episódio traduzido ao inglês.
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