Série: Corrupção durante a pandemia! vidas humanas, o que isto importa? (episódio 18)
Direto de Brasília-DF
SUPERRICOS, RICOS, CLASSE MÉDIA, POBRES, MISERÁVEIS: a nova divisão da pirâmide econômica mundial
Os superricos representam próximo de 1% (um por cento) da população mundial, os ricos fecham os 10%, abaixo está a classe média que abrange os próximos 20% da população mundial. Assim, 10 + 20 = 30%.
Dessa operação matemática que trata com números aproximados, restam 70% (setenta por cento) da população mundial. Saiba que esses 70% dividem juntos a pobreza e a miséria social e econômica.
Portanto, jurídica, social e economicamente, como já expliquei em artigos anteriores, esses 70% são de pobres e miseráveis, sendo que estes últimos passaram recentemente a serem designados como “pobres extremos”.
O Banco Mundial diz que extrema pobreza é viver com menos de US$ 1,90 (menos de dois dólares norte americanos) por dia, já apontando em seu relatório de outubro de 2020 que entre 9,1% e 9,4% da população global esteja em tal situação. Em meu livro “Do alarmismo apocalíptico ao ressurgimento social e econômico”(lançado em Portugal e Brasil, editora Lisbon International Press, 2020) detalho esse cenário em países como China Índia, nos quais essa realidade é plenamente conhecida internamente, mas escondida do resto do mundo.
Fato é que em 9 de abril de 2020, a revista Forum reproduz matéria com trechos de relatório da Organização não-governamental britânica OXFAM, que por sua vez utiliza dados desenvolvidos pela United Nations University World Institute for Development Economics Research (UNU-WIDER), King’s College London e Australian National University, em que cita:
“A Oxfam, organização mundial que trabalha no combate à pobreza e desigualdades, divulgou um relatório (…) sobre a crise do coronavírus e seus impactos para população mundial. Segundo os estudos, meio bilhão de pessoas podem ser levadas à pobreza após a crise. (…) os impactos da pandemia nas economias mundiais podem levar de 6% a 8% da população mundial a atingir os níveis de pobreza. “Isso pode representar um retrocesso de uma década na luta contra a pobreza – em algumas regiões, como a África subssariana, norte da África e Oriente Médio, essa luta pode retroceder em até 30 anos. Mais da metade da população global pode estar na pobreza depois da pandemia”, calcula a organização (…) De acordo com a Oxfam, cerca de dois bilhões de pessoas trabalham de forma informal no mundo, e apenas 20% das pessoas desempregadas recebem benefícios de seguro-desemprego e semelhantes”. (Fonte: https://revistaforum.com.br/coronavirus/mais-da-metade-da-populacao-mundial-deve-estar-na-pobreza-apos-a-pandemia-diz-estudo/)
Em outubro do mesmo ano (2020), apenas 6 meses após, o jornal Estadão reproduziu trechos do mesmo relatório, citando que “O Banco Mundial estima que a extrema pobreza pelo mundo crescerá em 2020 pela primeira vez em mais de 20 anos, diante dos problemas causados pela pandemia da covid-19”, dizendo também que “O novo coronavírus deve levar mais 88 milhões a 115 milhões de pessoas à extrema pobreza no mundo neste ano, com o total de prejudicados pelo problema batendo em até 150 milhões até 2021, a depender da severidade da contração econômica”.
Saiba que nesse mesmo relatório, publicado a cada dois anos, o Banco Mundial define extrema pobreza como viver com menos de US$ 1,90 por dia, estimando para 2020 que esse grupo da pobreza extrema represente entre 9,1% e 9,4% da população mundial. O relatório sobre “Pobreza e Prosperidade Compartilhada” mesmo apontando cenário caótico diz que “Isso deve representar uma regressão ante a taxa de 9,2% em 2017” e afirma que “caso não tivesse havido a pandemia, a expectativa era de recuo na extrema pobreza para 7,9% da população do mundo em 2020.”
É nesse jogo de palavras que propõem que pessoas, muitas da classe média já sendo arrastadas para o abismo da pobreza e miséria, acreditem que mesmo aumentando, pobreza e miséria estão diminuindo.
O que os relatórios têm em comum? É que estimam um percentual entre 7 a 10% da população mundial mergulhando na faixa da extrema pobreza, ou seja, na faixa da miséria econômica, por mais que institutos, ricos e superricos estejam evitando usar esta terminologia.
Antes da pandemia tínhamos 7.9% da população mundial vivendo na faixa da miséria social e econômica, algo próximo de 590 milhões de pessoas. Com a previsão atual estima-se que algo próximo de 740 milhões estarão vivendo na faixa da miséria social e econômica.
O que podemos esperar de um mundo assim? Quantos Jean Valjean podem aparecer? A criminalidade pode aumentar exponencialmente?
Do que são capazes pessoas cujo estômago grita por comida? E se porventura entrarem numa padaria e furtarem um pão, o que nossa lei fará com tais Jean Valjean, o mesmo que faz com políticos que subtraem milhões dos cofres públicos que deveriam ser usados em políticas públicas para aplacar a fome, a falta de emprego remunerado, a falta de segurança pública, a falta de moradia, a falta de boas condições do ensino público, a falta de hospitais?
Você acha que o Estado e as leis que os políticos que você elege terão pesos iguais para miseráveis e pobres, ricos e superricos?
Continua na próxima quarta-feira.
Atendendo a pedidos aos sábados publicarei o episódio traduzido ao inglês.
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