DR JUDIVAN VIEIRA

POBREZA E MISÉRIA MUNDIAL QUE NUNCA PARAM DE CRESCER, TAMBÉM ESTÃO DIMINUINDO. ISTO É POSSÍVEL, OU ESTAMOS DIANTE DE OUTRA ENORME FALÁCIA DAS CLASSES GOVERNANTES?

Série: Corrupção durante a pandemia! vidas humanas, o que isto importa? (episódio 17)

Direto de Brasília-DF

Quando os superricos e ricos de nosso mundo, institutos de pesquisa ou comentaristas econômicos falam de pobreza extrema desviando o foco dos seres humanos, que são os protagonistas nesse cenário de miséria e pobreza, anulam as pessoas da equação e desviam a atenção do cérebro para uma condição tão genérica e distante do dia-a-dia, que mesmo quem passa fome na condição de miserável também passa a crer que não é dele que falam.

Os pobres e miseráveis de nosso mundo leem relatórios econômicos (se é que acham tempo pra isto) sem se incluir em tal condição, o que demonstra que a estratégia traçada pelas classes do topo da pirâmide é eficaz.

Ao ler um relatório econômico saiba que podem haver dados manipulados pela ideologia que controla o pesquisador ou o instituto que o divulga; há também o acordo  “corporativo” que pode ser explícito ou implícito entre as classes do topo da pirâmide, para que ao final divulguem sempre, que a pobreza e miséria estão, em algum nível, diminuindo.

É com essa estratégia que tais agentes conseguem, à semelhança dos grandes mágicos, promover a ilusão de ótica que faz com que a plateia mundial fique anestesiada pela pirotecnia do espetáculo e esqueça que está sendo enganada. Afinal, a rapidez dos movimentos do mágico e do ladrão é semelhante em pelo menos um aspecto: engana a superficialidade de quem olha e não vê.

Em artigos anteriores escrevi sobre a teoria do “Terceiro Excluído”, do filósofo Aristóteles, que diz que “uma coisa não pode ser e não ser ao mesmo tempo”.

Então, diga-me: como variáveis que sempre estiveram na crescente (pobreza e miséria) podem estar também na decrescente?

Em outras palavras, como podem pobreza e miséria, que sempre estão em constante crescimento estarem ao mesmo tempo diminuindo?

Pior ainda, como você pode acreditar em tais argumentos? Será que essa argumentação, ancorada na mais absoluta ausência de lógica é a mesma que te faz repetidamente votar nos candidatos mentirosos de esquerda, de centro, e de direita que há 521 anos prometem fazer do Brasil um país próspero?

Voltando ao Relatório Global da Riqueza do Credit Suisse, ele registra haver no mundo 47 milhões de multibilionários, representando apenas 0,9% dos 5 bilhões de adultos do mundo. Pois, é! Somente 47 milhões, dos 7.4 bilhões da população do planeta abocanham a imensa e esmagadora maior parte de sua riqueza.

E não é somente isto, somados a esses 47 milhões de multibilionários, os ricos (logo abaixo) abarcam 43,9% dos USD$ 360,6 trilhões da riqueza global, o que implica que, apenas, 546 milhões de adultos (10,7%) do topo da pirâmide se apropriam de 82,6% de toda a riqueza gerada em nosso mundo.

Então, vamos fazer uma pequena operação de somar: 47 + 546 = 593 milhões de superricos e ricos, que ficam com 43,9% da riqueza do mundo e os outros mais de 7 bilhões dividem a pobreza e a miséria.

Agora, para confirmar o que te disse sobre a estratégia contraditória, mas convincente, das classes governantes que sempre dizem que a desigualdade está diminuindo, leia a parte final do Relatório Global da Riqueza, do Credit Suisse:

“Mas, apesar da desigualdade ser gritante, ela se reduziu nos últimos anos, pois nas bases da pirâmide, em 2017, havia 3,5 bilhões de adultos com patrimônio abaixo de USD$ 10 mil, representando 70,1% do total e havia 1,05 bilhão de adultos com patrimônio entre 10 mil e 100 mil, representando 21,3% do total. Estas percentagens diminuíram em 2019 e aumentou a percentagem nos dois grupos superiores.”

Diga-me: essa repetida contradição não te irrita, não te causa indignação?

Se não causa, você perdeu a sensibilidade e empatia típica dos humanos!

Você precisa começar a ler e ouvir o que falam ao teu redor com mais senso crítico, ao invés de se deixar dirigir como se fosse uma animal com cabresto curto, que só vai para onde caminha a tangida dos burros, à semelhança das mulas carregadas que ciclicamente sobem o Himalaia, para servir a seus donos.

Claro que é possível que uma pessoa que caiu em um abismo e que está cavando degraus para escalar aquelas paredes já não esteja no fundo do abismo. Mas, havendo subido 2 degraus ela continua indubitavelmente no mesmo abismo. Este é o cenário de nosso mundo, no que toca à acumulação de riqueza e pobreza.

Não estranhe eu falar de “acumulação de pobreza”. O fato é que da mesma forma que superricos e ricos acumulam ATIVOS, classe média, pobres e miseráveis acumulam PASSIVOS, dívidas das quais não conseguem se livrar e que são mensalmente recorrentes.

Continua na próxima quarta-feira. Não perca!

Atendendo a pedidos aos sábados publicarei o episódio traduzido ao inglês.

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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