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Coletivo Agridoce estreia vídeo-protesto “Incendiárias” neste sábado (09/10)

Obra audiovisual que reúne 13 artistas trans e travestis de Pernambuco estreia no YouTube e pode ser conferido gratuitamente até a meia noite do domingo (10)

Um mundo mais seguro e feliz para vidas trans e travestis. É o que pedem as treze artistas que estrelam o vídeo-performance “Incendiárias, filhas do fogo”, novo trabalho do Coletivo de Dança-Teatro Agridoce. Entre performance artística e protesto, a obra audiovisual estreia às 20h deste sábado (09/10), no YouTube, lançando reflexões poéticas e sociais sobre o direito à vida da população trans em um Brasil líder em transvestifeminicídio. 

Com direção e roteiro assinados por Aurora Jamelo e Sophia William, “Incendiárias” compila cenas de mulheres trans e travestis em performance por espaços públicos em Pernambuco. Os registros ora sintonizam com os sonhos e desejos dessas mulheres, suas raízes e verdades; ora denunciam medos, frustrações e agressões vivenciadas diariamente – uma provocação e, ao mesmo tempo, um manifesto pela existência dessa população.

A obra audiovisual reúne cenas captadas em diversas partes do Estado, inclusive de um protesto encampado pelo Coletivo Agridoce, em parceria com a Nova Associação de Travestis e Transexuais de Pernambuco (Natrape), no dia 13 de agosto. Nove artistas do elenco fizeram uma caminhada pelo centro do Recife, lembrando cinco mulheres trans e travestis assassinadas em Pernambuco, entre junho e julho de 2021 – Lorena Muniz, Kalyndra Selva, Roberta Nascimento, Crismilly Pérola e Fabiana da Silva.

Entre os espaços ocupados está o Cais de Santa Rita, nas imediações do local onde a travesti Roberta Nascimento foi queimada viva no último 24 de junho. Carregada de respeito à ancestralidade trans, com referências à cultura afro-ameríndia, a obra também lembra figuras como Xica Manicongo – a primeira trans brasileira, assassinada no Brasil Colônia -, e Gisberta Salce Júnior – travesti assassinada em Portugal, em 2006. “O vídeo é uma homenagem a essas vítimas, e, ao mesmo tempo, um manifesto contra o apagamento de nossas existências”, explica Sophia William. 

“Incendiárias” traz no elenco as artistas Sharlene Esse, Sophia William, Jorja Moura, Aurora Jamelo, Pietra Tenório, Renna, Lorrany Silva, Cora Losty, Sabrina Raissa, Catarina Almanova, Leandra Salles, Estella Koral e Yafé Dias. Conta ainda com a participação de  Flávio Moraes e Nilo Pedrosa. O vídeo-performance pode ser conferido gratuitamente no YouTube até a meia noite do domingo (10/10).

ESTATÍSTICAS – De acordo com a Associação Nacional de Travestis e Transsexuais (Antra), 80 pessoas transexuais foram assassinadas no Brasil no primeiro semestre de 2021, sendo majoritariamente mulheres trans e travestis negras. Em 2020, a Antra computa 175 assassinatos motivados por transvestifobia, marca que confere ao Brasil o título de país que mais mata transgêneres no mundo. Atualmente, a expectativa média de vida para pessoas transexuais no Brasil é de apenas 35 anos. Ainda segundo a leitura da Antra, Pernambuco se situa como o 7º estado mais perigoso para transexuais no país. 

SERVIÇO:

Estreia de “Incendiárias, filhas do fogo”

Quando: sábado, 9 de outubro de 2021, 20h

Onde: YouTube do Coletivo de Dança-Teatro Agridoce

Mais informações: Instagram @teatroagridoce

Disponível para assistir até 0h do domingo (10/10)

FICHA TÉCNICA:

Direção: Aurora Jamelo

Co-direção: Sophia William

Roteiro: Aurora Jamelo e Sophia William

Direção de Fotografia: Carol Santino, Nataly Barreto, Yago Martins e Raul Luar

Montagem: Carol Santino e Dera Santos

Direção de Arte: Aurora Jamelo e Fausto Paiva

Textos: Dália Celeste, Jorja Moura, Renna, Sophia William e Renata Carvalho

Trilha sonora original e preparação musical: Douglas Duan

Identidade Visual: Aurora Jamelo

Técnica: Felipe Weinberg e Gustavo Cabral

Produção Executiva: Coletivo de Dança-Teatro Agridoce

Elenco: Sharlene Esse, Sophia William, Jorja Moura, Aurora Jamelo, Pietra Tenório, Renna, 

Lorrany Silva, Cora Losty, Sabrina Raissa, Catarina Almanova, Leandra Salles, Estella Koral, Yafé Dias, Flávio Moraes e Nilo Pedrosa.

Sobre o autor

A oposição é necessária para avaliar a gestão, mas é importante distinguir entre oposição legítima e politicagem, que busca causar problemas e confundir a população. É preciso ficar atento para não cair nesse jogo manipulador.

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