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EPISÓDIO 16: PANORAMA DA MISÉRIA, POBREZA E RIQUEZA MUNDIAL, ANTES E DURANTE A PANDEMIA

Série: Corrupção durante a pandemia! vidas humanas, o que isto importa?

Direto de Brasília-DF

Neste momento da série, creio ser bastante esclarecedor lançar o olhar sobre a pirâmide social e econômica, antes e depois da pandemia.

PANORAMA DA MISÉRIA, POBREZA E RIQUEZA ACUMULADAS, ANTES DA PANDEMIA

Optei por não tomar dados de institutos de pesquisa brasileiros para que o leitor tenha certeza que tento, ao máximo, escapar do espectro esquerdista, direitista ou do “centrão” político.

Com isto desejo que a probabilidade de manipulação de dados seja menor. Isto não significa que institutos internacionais sejam absolutamente confiáveis e livres de influência política, mas ao menos focam menos na disputa interna de poder político, no Brasil.

Pois, bem! Segundo o “Banco Credit Suisse e seu Relatório Global da Riqueza”, que alguns analistas acreditam ser atualmente a fonte mais ampla de informações sobre o patrimônio familiar global, a avaliar a riqueza acumulada pelos mais ricos do planeta, a pirâmide atual desce do nível dos superricos aos ricos, dos ricos à classe média, à classe pobre e, por fim, aos “miseráveis”.

O Relatório do Credit Suisse diz que a base da pirâmide, com patrimônio abaixo de USD$ 10 mil, abarca 2,88 milhões de adultos representando 56,6% dos quase 5 bilhões de pessoas adultas, com uma riqueza total de USD$ 6,3 trilhões, representando 1,8% do total de USD$ 360,6 trilhões.

O grupo seguinte, de pessoas com patrimônio entre 10 e 100 mil dólares, agrupa 1,66 bilhão de adultos (32,6% do total), com uma riqueza de USD$ de 55,7 trilhões (representando 15,5% do total da população mundial). O grupo de classe média alta (entre 100 mil e 1 milhão) reúne 499 milhões de adultos (9,8% do total), com patrimônio total de USD$ 140,2 trilhões (38,9% do total).

Já a base da pirâmide, possui patrimônio abaixo de USD$ 10 mil, abarca 2,88 milhões de adultos representando 56,6% dos quase 5 bilhões de pessoas adultas do mundo, com uma riqueza total de USD$ 6,3 trilhões, representando 1,8% do total de USD$ 360,6 trilhões.

Para você que lê um relatório assim, e pensa que essa realidade em dólar está longe de quem ganha em moedas pobres do resto do mundo, saiba que seu pensamento está absolutamente correto. Quem leu meu livro “Do alarmismo apocalíptico ao ressurgimento social e econômico” sabe haver coletividades na Índia e China, que vivem com menos de 1 dólar por dia.

Neste artigo desejo fazer um paralelo com outro grande livro. Não sei se você leu, assistiu peça de teatro, ou o filme “Os Miseráveis”, adaptados da maravilhosa obra do escritor francês, Victor Hugo. Se não teve contato com ela permita-me recordar que esse livro clássico foi escrito em 1862(século XIX) e pode ser resumido assim: a história está ambientada na França e o personagem principal é Jean Valjean. Ele comeu o “pão que o diabo amassou” ao ficar órfão de pai e mãe, já na infância.

Para completar o quadro de miséria, Jean Valjean passa a ser criado por sua irmã mais velha, que tinha sete filhos e vivia em miséria econômica, quadro que piora com a morte do marido. Nesse cenário, Jean Valjean decide furtar comida para “ajudar” a cuidar do que restou de sua família.

Certo dia furta um pão em uma padaria, e após pego é condenado a cinco anos de prisão. A miséria econômica em que vivia (por isto o título “Les Misérables”), o inconformismo com as injustiças impostas pelo Estado francês e pelas classes ricas que em nada se compadeciam do sofrimento dos pobres e miseráveis, exatamente como ocorre em nossos dias, empurra Jean Valjean a tentar se adaptar e sobreviver a qualquer custo, inclusive furtando.

Preso, tenta fugir da prisão inúmeras vezes o que agrava sua pena. Acaba condenado a 19 anos de cárcere. Em verdade, na primeira vez que condenado estava em ESTADO DE NECESSIDADE, ou seja, furtou um mísero pão para não morrer de fome juntamente a irmã e mais sete sobrinhos. Juridicamente, não podia ter sido condenado nessa circunstância, e isto me leva a pensar na situação em que vivem os bilhões de pobres e “miseráveis” de nosso mundo moderno.

Em nosso mundo atual há a mesma classe de miseráveis e em número ainda maior que no tempo de Jean Valjean. Ocorre que os políticos, os superricos e ricos de nosso mundo começaram a ficar com medo de seguir chamando de miseráveis, aos miseráveis sociais e econômicos, porque isto atenta contra eles. Coloca em choque e em possível confronto os bilhões de componentes dessas classes contra a deles, ao escancarar o alarmante desnível social e econômico em que vivemos.

Então, houve um consenso global para deixar de se pronunciar a palavra “miseráveis” e tornar impessoal este adjetivo. Foi assim que os institutos mundiais de pesquisa econômica passaram a contabilizar essa classe como se fosse uma entidade abstrata, e a chamou de “pobreza extrema”.

Veja que truque bem-sucedido! Você percebe que ao falar de pobreza extrema os políticos, superricos e ricos não se referem diretamente a pessoas, mas a uma condição de todos os seres humanos? Percebe que reduzindo a pessoalidade e individualidade de seres humanos, aquelas classes altas ficam menos propensas a serem apontadas como as causas do desnível social e econômico do mundo?

Continua na próxima quarta-feira. Não perca!

Atendendo a pedidos aos sábados publicarei o episódio traduzido ao inglês.

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Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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