O Boa Nova Ventura surgiu como uma ideia de um projeto autoral. “Sempre gostei de escrever e de compor. Nesse projeto, procuro unir as facetas da arte, usando como meio a música pra me expressar. Escrevo e vejo música. Sinto a música. Daí pra frente é dar vida à ideia, em forma de harmonia. Usar a melodia pra florescer os sentimentos”, poetisa Hugo Durães. “Eu não componho porque quero; componho porque preciso. E adoro. É algo que vem de dentro e precisa ser botado pra fora. Boa Nova Ventura é o resultado dessa proposta. Uma forma de compartilhar ideias, sentimentos, poesia através da música”, explica.
Com todas as canções intituladas com nomes femininos, Tons de Rosa traz a expressão do amor de Hugo por todas as mulheres que o tornaram a pessoa que é hoje. “Tons de Rosa fala de mães, filhas, irmãs, amigas, esposas, mulheres. O feminino como metáfora às pessoas que transformam vidas”, explica Hugo. Bela, Clara, Linda, Vida, Nina, Vitória e Rosa, a última canção a ser escrita, música de trabalho do artista. Cada uma com uma estória para contar.
“Essa foi a última música a ser escrita, sabia que ela precisava ser especial e, mais do que uma inspiração, queria que ela trouxesse toda a energia que foi necessária para chegar a esse álbum”, conta Hugo. “Não à toa foi escolhida para ser a de trabalho, a número 7 do disco, que muito diz sobre as artes e o quão místico e simbólico esse número é”, explica.
Rosa fala muito de saudade, de sentimentos em família e como ela pode ser espinhosa e doce ao mesmo tempo. Como precisa de suporte e, ao mesmo tempo, suporta. Rosa nasceu pra ser natural, orgânica, para ser menos pensada, mais sentida, assim como ela foi concebida, livre. A música faz uma mescla de influências e referências entre Clássicas e MPB. O som segue essa variação, mais forte, mais branda, mais dissonante, mais harmônica… Um contraste de claro/escuro, Cravo e Rosa. Uma dicotomia paradoxal, assim como pode ser a vida, com suas dúvidas, (in)certezas, (in)satisfações, ousadias, rebeldias. Rosa é o fechamento. É o fechamento da Rosa. Tão transitória quanto efêmera. Brota, faz-se presente e depois vai embora. Esse desfecho é também uma espécie de homenagem, com tom de provação e provocação”, conclui.
#foconafonte : Angélica Souza
Fotos: Hugo Muniz