Direto de Recife-PE.
Episódio de hoje: O “Big Bang”, o universo, o ser humano, e a corrupção
Como dissemos no artigo anterior, com os materiais disponíveis no “canteiro cósmico de obras” disponibilizados pela grande explosão (Big Bang), pipocaram novos planetas, sendo a Terra o terceiro na linha sucessória depois da criação do Sol.
Na histórica trajetória do ser humano neste planeta, abrigo (moradia ou casa, como se queira chamar) sempre foi prioridade. Difícil é imaginar alguém que precise muito de uma casa e ao conseguir passe o resto de sua vida tentando destruí-la. Essa tem sido nossa relação com nossa casa, o Planeta Terra, desde que aqui nascemos. Nossas ações e omissões corrompem a tudo e a todos.
Na linha do raciocínio que estou empregando nesta nova série de artigos, em que traço o resumo do resumo de uma linha de tempo decrescente na história da Teoria da Evolução é hora de descermos na contagem do tempo e chegar a 4,5 bilhões de anos, antes de nós, os humanos, surgirmos. Foi neste período que nossa Terra foi formada. Neste momento indefinido, mas próximo de 4,5 bilhões de anos atrás, dois terços da história do universo já se passaram.
O geólogo Russell Shapiro, da Universidade Estadual da Califórnia, Chico, revela que naquele Planeta Terra, recém-formado, nada era como hoje é. O que havia era lava derretida e rochas pretas vulcânicas boiando sobre a superfície do planeta.
Podemos conceituar “caos” como um estado de mistura e irregularidade dos elementos, antes de se separarem e se ordenarem para a formação de uma ordem, inclusive a planetária. Assim, não há porque temer em dizer que os humanos também nascemos do caos.
Todavia, uma vez criada a ordem parece que a “natureza” da evolução é seguir dispersando sua energia criadora da educação de nossos sentidos para a compreendermos em sua ordenação do caos.
Ocorre que toda a corrupção que está em nós, e a que aprendemos uns com os outros, inverte a lógica da evolução quer pela Teoria Criacionista, quer pela Evolucionista. Destruímos ao invés de ordenar e o fazemos de forma consciente e livre, pois é o livre arbítrio que ordena e direciona nossas ações e omissões.
Então, nesse período dos 4,5 bilhões de anos antes do humano surgir na Terra ocorre o acidente cósmico na estrada do tempo, que faz com que um asteroide colida com nossa casa. A Terra absorveu grande parte desse monstruoso asteroide, enquanto jatos dos materiais da colisão se dispersaram pelo espaço para formar nossa LUA.
A mesma Lua que mantém nosso planeta firme e faz com que sua força gravitacional evite que balance. Essa colisão foi tão forte que deixou nosso planeta inclinado em seu eixo, dando-nos de presente as estações do ano (outono, primavera, inverno, verão) como elementos chaves que vão permitir o surgimento e sustentabilidade da vida que há de surgir no futuro daquele passado longínquo.
Formada a Lua, sua gravidade começa a diminuir a rotação da terra e faz os dias saírem de 6 para 24 horas. Tudo estava sendo preparado para a chegada da raça humana.
A força criadora, o motor primeiro ou o supremo criador das bactérias trabalhava como um maestro juntando e separando os instrumentos, os elementos da Natureza, para produzir a sinfônica humana no planeta. Os humanos estavam para chegar.
Lá atrás, naqueles 4,5 bilhões de anos, a gravidade começava a colocar ordem no caos separando material por material, fazendo, por exemplo, com que os mais leves subissem à superfície para formar a parte sólida da Terra, enquanto os mais pesados afundavam para formar seu núcleo de ferro e criar o campo magnético que se converte em nossas defesas contra as partículas mortais do Sol.
Aquele mesmo campo magnético lunático, tempos depois é que vai orientar as bússolas de nossos navegadores na descoberta de novos continentes, na expropriação das riquezas do planeta e na escravização dos nativos, aborígenes e de seus próprios pares.
A escravidão atingiu brancos, pretos, amarelos, vermelhos. Ela é uma questão econômica que faz parte do desejo de um humano subjugar o outro, na “guerra de todos contra todos” para ter o domínio de elementos do reino mineral e vegetal aos quais atribuímos valor econômico. Os mesmos elementos que o “Big Bang” criou e nos deu gratuitamente.
Por suposto que o desenvolvimento e o progresso da humanidade requer trabalho e manipulação dos elementos naturais, mas o fim realmente justifica os meios?
Será que essa corrupção na raça dos humanos, que ataca o planeta e subjuga seus pares numa busca pelo carbono do diamante, o oxigênio da água, o ferro, a prata, o ouro e outros elementos químicos que surgiram do “Big Bang”, com a finalidade de criar o universo e a nós mesmos, e aos quais agregamos riqueza fictícia, justifica a guerra de todos contra todos?
Será que esses elementos químicos em estado sólido, líquido ou gasoso, pelos quais guerreamos e que os tornamos mais valiosos que a própria vida humana para a qual o Universo trabalhou tanto para criar, segue a ordem da criação, ou subverte a Natureza e se constitui numa eterna tentativa de reimplantação do caos?
Qual é nosso limite para praticarmos corrupção e a suportarmos, sem nos permitir educar para combatê-la e reduzi-la, pelo menos, a limites toleráveis que não suprimam o mínimo de dignidade social, como nossa democracia formal tem feito?
Caminhando pelas ruas de Los Angeles como pelas ruas do Recife, como tenho feito, vejo tanta miséria, tantos moradores de rua, tanta violência e indignidade à qual nossos políticos, de forma consciente e livre reduzem seres humanos à condição de meio e não de fim, que a sensação é que mantemos um flerte com a ordem e um eterno casamento com o caos.
Quarta-feira, o próximo episódio.
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