Pago pelo sistema público brasileiro, cirurgião de veias e artérias de Juiz de Fora é tirado de almoço de família para achar e conter hemorragia no candidato
Consuelo Dieguez
Antes do Einstein veio o SUS. Antes dos médicos de grife vieram os que recebem pela tabela do Sistema Único de Saúde. Foram eles que salvaram a vida de um Jair Bolsonaro esfaqueado e exangue. Esta é a história de um deles.
Por volta das 16 horas desta quinta-feira, o cirurgião vascular Paulo Gonçalves de Oliveira Junior participava de um almoço de família em Juiz de Fora quando seu celular tocou. Era um chamado da Santa Casa de Misericórdia da cidade para que fosse com urgência para o hospital: Bolsonaro havia sido esfaqueado e os médicos não conseguiam conter a hemorragia e nem identificar de onde vinha. O candidato a presidente pelo PSL chegara ao hospital com muita dor. Os médicos fizeram uma ultrassonografia e verificaram um hematoma na barriga, sem saber se era na parede na região epigástrica ou no fígado. Pelo quadro, resolveram iniciar imediatamente a cirurgia. Ao abrirem o abdômen, se depararam com um sangramento abundante e incontrolável. Chegaram a acreditar que o fígado havia sido atingido. Foi então que Oliveira Junior foi acionado, às pressas. O papel do cirurgião vascular seria tentar identificar onde era a hemorragia.
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