A discriminação por orientação sexual e por identidade de gênero incide na determinação social da saúde ao desencadear processos de sofrimento, adoecimento e morte prematura decorrentes do preconceito e do estigma social reservado a essa população. Saber atender uma pessoa LGBTQIA+ pode ser um enorme diferencial entre os profissionais de saúde. De olho nesse cuidado especial, alunos do sétimo período de Enfermagem da Faculdade Pernambucana de Saúde recebem aulas sobre práticas de atendimento ao público LGBTQIA+.
Substituições de perguntas simples em uma consulta podem deixar os pacientes mais à vontade. Por exemplo: “você já teve namorado (a)?” pode ser ofensivo, então sugere-se o uso de “você já ficou (ou está) com alguém?”. Essas e outras preocupações são abordadas no curso, que tem o objetivo de dar mais visibilidade à saúde deste público.
“Os alunos conhecem e praticam as etapas do atendimento ao público LGBTQIA+ de acordo com diversos cenários dos serviços de saúde disponíveis, conhecem os cuidados específicos e reafirmam a importância da garantia dos direitos desta população. Preparar profissionais de saúde para este atendimento é necessário e urgente, é garantir uma assistência humanizada e preparada tecnicamente, com as melhores evidências e atualizações acerca do tema”, disse a coordenadora do curso, Cristina Figueira.
Atualmente, ao acessar os serviços públicos de saúde, esses usuários podem sentir-se receosos de expressarem sua sexualidade em virtude da atitude discriminatória que ainda é muito forte e cultuada e também do despreparo dos profissionais de saúde para o trato das questões específicas de saúde desses cidadãos. O processo de formação profissional geralmente não aborda as particularidades da assistência, algo que o curso de Enfermagem da FPS está ajudando a mudar esse cenário.
“Primeiro é feita uma roda de conversa sobre os principais termos utilizados, para tirar dúvidas e se estender cada conceito trabalhado dentro da assistência ao público LGBTQIA+. Depois fazemos a exposição de vídeo reflexivo sobre a inclusão deste público e por fim simulamos etapas de como deve ser o atendimento ao paciente, destacando a garantia dos direitos e o acolhimento, como uso do nome social, acesso a exames, etc”, acrescentou a professora do curso, Joanna Francyne.
Por: Pedro Paulo – Multi Comunicação
Foto: Divulgação