Administradoras de planos coletivos oferecem amplo leque de opções para quem está em busca de novos produtos
Ointeresse em trocar de planos de saúde, levando em consideração os períodos de carência, aumentou 50% nos primeiros 4 meses de 2021 em relação ao mesmo período do ano passado, de acordo com dados da ANS (Agência Nacional de Saúde Suplementar). O crescimento reflete como a portabilidade se tornou uma alternativa para a permanência dos beneficiários nos planos de saúde. Opção ainda mais atraente com o lançamento de novos produtos, inclusão de mais benefícios, análise de oportunidades e ampliação de parcerias com operadoras por parte das administradoras de benefícios.
Ao escolher a portabilidade – que garante a mudança de contrato do plano de saúde aproveitando as carências já cumpridas -, o consumidor se depara com um processo que prevê requisitos e uma lista de documentos, que inclui comprovantes de pagamento de mensalidades, de prazo e permanência, além de relatório de compatibilidade entre planos de origem e de destino, explica a diretora de Relacionamento com Clientes da Qualicorp, Nilva Ramos. Caso opte por contratar uma administradora de planos de saúde, o beneficiário pode passar por esse processo com mais segurança. “Nós avaliamos quais são as oportunidades, fazemos pesquisa de operadoras e rede credenciada para adequar tudo ao padrão e perfil do cliente”, diz.
Esse trabalho tem como foco garantir e buscar um novo produto que atenda às necessidades dos beneficiários, como explica Alessandro Acayaba de Toledo, advogado especializado em direito na saúde e presidente da Anab (Associação Nacional das Administradoras de Benefícios). “As administradoras de benefícios têm o papel de orientar e proteger os consumidores na busca e na gestão de um contrato de plano de saúde com o melhor custo-benefício, de acordo com as necessidades de cada pessoa”.
Assista ao vídeo para entender o passo a passo da portabilidade.
Além disso, a diretora da Qualicorp ressalta que a administradora assume a responsabilidade de analisar a documentação para que o cliente não tenha prejuízo entre o plano de origem e o de destino. “O beneficiário tem o conforto de todo o trâmite de análises ser realizado pela administradora para que quando a operadora receba esses documentos, eles estejam no prazo, corretos e de acordo com as normativas da ANS, facilitando assim o ingresso dele em um novo plano de saúde sem a necessidade de cumprir carências novamente”.
As administradoras também exercem importante papel junto às operadoras para criar produtos mais acessíveis, com a finalidade de atrair novos consumidores e possibilitar o acesso de mais pessoas ao plano de saúde. É o que explica a sócia-diretora da administradora Nunes & Grossi, Viviane Grossi. “É prerrogativa única de cada operadora a oferta de produtos com características mais ou menos abrangente em termos de rede credenciada, de área geográfica, de benefícios e serviços complementares acoplados. Tudo isso a um custo acessível e que permita criar um diferencial percebido pelo consumidor”, diz.
MANUTENÇÃO DOS SERVIÇOS DE SAÚDE
De janeiro a abril deste ano, a ANS registrou 122.678 consultas para realização de portabilidade. Esse número corresponde a quase 40 mil protocolos de consulta a mais em relação ao mesmo período de 2020 (83.081). A principal motivação dos usuários é a busca por planos mais baratos (43%). Em 20 lugar vem o cancelamento do contrato (18%), que pode incluir casos de demissão, uma vez que contratos empresariais representam cerca de 70% do mercado. Na 3a colocação, está a procura por melhor rede assistencial (16%). Leia os dados no infográfico:
A executiva da Qualicorp explica que muitos beneficiários, afetados pela crise econômica causada pela pandemia de covid-19 e que não queriam ficar sem plano de saúde, precisaram adequar padrões financeiros. Nesse sentido, tanto a portabilidade quanto a redução do plano, chamado de downgrade, surgiram como opções. “O cliente acabou reduzindo o padrão de conforto para manter o plano de saúde e não ficar sem atendimento, especialmente no contexto da pandemia”.
Outra característica da crise econômica diz respeito ao aumento do desemprego no Brasil. De acordo com o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), o país terminou o ano de 2020 com 13,9 milhões de desempregados. Ao perder o emprego, muitas pessoas perderam também o benefício do plano de saúde. Nilva Ramos lembra, no entanto, que as administradoras são aliadas importantes para que os consumidores mantenham acesso aos serviços de saúde.
“Quando se perde o vínculo empregatício, a administradora tem condições de ofertar um plano coletivo por adesão. Isso também representa a possibilidade de optar pela portabilidade e adquirir um novo plano, com isenção da carência, utilizando recursos da portabilidade. Temos um portfólio grande de produtos, como planos nacionais ou regionais, com cobertura total ou com coparticipação, entre outras características, para ofertar ao consumidor”, garante Nilva Ramos.
Para o economista e professor do Insper (Instituto de Ensino e Pesquisa) Paulo Furquim, a portabilidade é importante para fortalecer o poder de escolha do consumidor. “Esse empoderamento é fundamental para fazer o mercado funcionar bem. Se as pessoas não têm a capacidade de escolher bem, o mercado não vai funcionar. Existem diversos problemas que estão associados, podem ser preços mais altos, qualidade pior, desperdício. A portabilidade endereça a um desses problemas. Nesse sentido, ela é importante para diminuir o custo de uma pessoa exercer a própria escolha, fazer com que ela possa premiar uma empresa que está oferecendo um preço melhor ou uma qualidade maior”, diz.
De acordo com Furquim, a portabilidade aumenta a concorrência, o que, para ele, é um fator relevante do ponto de vista econômico. “No momento que existe a portabilidade, mais planos de saúde passam a ver a pessoa como potencial cliente e isso aumenta muito a intensidade da concorrência entre os planos de saúde”.
ALTERNATIVAS CRIADAS PELAS ADMINISTRADORAS DE BENEFÍCIOS
Com a crise econômica ocasionada pelo novo coronavírus e a redução do poder de consumo, a manutenção do plano de saúde acabou pesando no bolso do brasileiro. Diante disso, a Anab orientou empresas do setor a criarem alternativas para os consumidores. Segundo a entidade, mais de 20 novos produtos foram criados para possibilitar que os consumidores mantenham o benefício e migrem para planos mais acessíveis financeiramente.
“Nas operadoras com atuação regional a busca por alternativas com melhor relação custo-benefício é uma constante e se intensificou nos últimos 2 anos. Neste momento de pandemia, é importante conceituar como plano de saúde aquele que abrange não apenas a cobertura médica e hospitalar, mas também a odontológica, ofertando um produto completo, uma vez que a saúde bucal pode ser responsável por infecções perigosas que merecem toda a atenção. Em qualquer exemplo, no entanto, a cobertura ofertada é a prevista no rol da ANS”, explica Viviane Grossi.
De acordo com a sócia-diretora da Nunes & Grossi, essa estratégia para manter e atrair consumidores refletiu em menor evasão de beneficiários de planos de saúde em 2020. “Tínhamos um cenário inusitado, nunca enfrentado pelas empresas, pelo mercado como um todo e pelos consumidores. Ficamos com a impressão de que a maioria priorizou sim manter o seu plano de saúde, decisão que também foi influenciada pela portaria da ANS suspendendo os reajustes, postergando para este ano de 2021. Assim, com relação a períodos anteriores à pandemia, a saída de beneficiários foi maior, porém, menor do que era a nossa expectativa inicial”.
Para Viviane Grossi, a participação das administradoras de plano de saúde no processo de negociação de reajustes tem garantido a economia do consumidor. Em algumas situações, a administradora não repassa integralmente à carteira de clientes o percentual integral aplicado pela operadora. A prática normal, no entanto, é negociar o máximo com a operadora, uma vez que o foco de ambas as partes é trabalhar para aumentar o índice de retenção da carteira.
As administradoras estão sempre atentas aos movimentos de mercado, avaliando as tendências e a chegada de novos serviços. Com isso, segundo a sócia-diretora da Nunes & Grossi, podem se preparar cada vez mais para cuidar das carteiras de clientes e fortalecer parceria com as operadoras. “Porém, tudo isso passa obrigatoriamente por uma especial atenção ao canal de vendas, interno e externo, no sentido de qualificar cada vez mais a venda, além da atenção ao pós-venda e gestão contínua da carteira no acompanhamento do sinistro. É um princípio básico de respeito ao consumidor, de assessoria à entidade de classe e de complementação aos serviços das operadoras”, pondera.
Este conteúdo é patrocinado pela Anab (Associação Nacional das Administradoras de Benefícios) e faz parte da série “Saúde é o plano”. Leia todas as reportagens.