O inverno pernambucano já começou. Com ele, algumas doenças começam a aparecer com maior frequência, como rinite, sinusite e resfriados. Nariz entupido é um dos principais sintomas, e a população brasileira tem o costume de se automedicar com descongestionantes nasais, que são vendidos sem receita pelas farmácias. Porém, há riscos para a saúde com essa prática, que podem levar à arritmia e taquicardia.
Por conta disso, há um Projeto de Lei (147/21) que tramita pela Câmara dos Deputados para que o fármaco só seja comercializado com retenção de receita médica. De acordo com a mestre em Ciências Farmacêuticas e coordenadora do curso de Farmácia da Faculdade Pernambucana de Saúde Flávia Morais, a decisão é acertada.
“Os descongestionantes nasais, quando ultrapassam cinco dias de uso, podem gerar a chamada rinite rebote, que é a necessidade de usar cada vez mais gotas do medicamento e com maior frequência, para que tenha o mesmo efeito de antes. Por este motivo, muitas pessoas se dizem ‘viciadas’ em descongestionantes nasais. Uma outra causa importante de ser citada é a rinite medicamentosa, ela é a forma de rinite não alérgica crônica causada pelo uso excessivo de descongestionantes nasais”, disse Flávia.
Este tipo de medicamento induz a vasoconstrição local atuando na redução da congestão e edema da mucosa nasal. São usados para o alívio da obstrução nasal, que é muito comum em quadros de resfriado, sinusite, rinite, alergias do trato respiratório superior, quando se tem desvio de septo nasal, hipertrofia de cornetos e adenoides. São situações comuns na população em geral e são capazes de interferir na qualidade de vida, em aspectos relacionados ao trabalho, lazer e atividades sociais.
“A utilização inadequada destes medicamentos pode causar arritmia, taquicardia e aumento da pressão arterial, além disso também existe a possibilidade da diminuição da eficácia de drogas anti-hipertensivas. A adoção do sistema de controle sanitário especial para a dispensação desses produtos pode limitar seu uso e com isso o ‘hábito’ da automedicação. Essa ação vem propor que os riscos associados ao uso dos descongestionantes nasais sejam controlados e assim, reduzidos”, acrescentou Ítala Nobrega, também mestre em Ciências Farmacêuticas e tutora da Faculdade Pernambucana de Saúde.
As especialistas orientam que antes de optar pelo uso de descongestionantes nasais, o ideal é que o paciente consulte o profissional de saúde, que deve orientar quanto ao uso seguro e alertar também quanto aos riscos.
Fonte: Multi Comunicação
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