#JABOATÃODOSGUARARAPESÉFOCO DR JUDIVAN VIEIRA

EPISÓDIO 7 (final): Que benefício há em absolver sumariamente agressores e condenar vítimas?(SÉRIE: CASOS ESCABROSOS DE AGRESSÃO DE ALUNOS, PAIS E RESPONSÁVEIS CONTRA PROFESSORES, ORIENTADORES EDUCACIONAIS E DIRETORES DE ESCOLAS)

Direto de Brasília-DF.

Quantas pessoas no mundo se sentiam “desenganadas” sociais e econômicas e ainda assim optaram consciente e livremente por não agredir, não roubar o patrimônio alheio, não matar, não cometer crimes de colarinho branco?

E quantas sofrem com pobreza e cresceram em ambiente nocivo, vivem em comunidades nas quais o crime é a regra e ainda assim optam por ser a antítese do sistema que as rodeia?

Em meu ciclo voluntário de palestras nas escolas públicas do Distrito Federal, no qual já falei para mais de 15.000 alunos, além de pais e responsáveis e em reunião de coordenação para professores, orientadores educacionais e diretores, abordo com frequência temas como “bullying”, ética, e respeito pelas diferenças.

Por três anos seguidos os relatos de profissionais do ensino mostram que violência física e psicológica perpetrada por alunos, pais e responsáveis agressores têm origem na decisão pessoal do agressor contra a vítima.

Por óbvio que o ambiente doméstico violento influi, que a pobreza geradora de fome e ressentimento influi, como também influem o fanatismo religioso, fanatismo político, incertezas sobre o futuro, desordens estruturais, desprezo pelas diferenças e o efeito multidão no qual os agressores pensam que suas ações violentas estão galvanizadas.

Todavia, atribuir ao ambiente de nascimento e criação a causa de crimes, agressões e comportamentos desviados é anular o livre arbítrio e abraçar o “determinismo” justificador de escolhas que nascem de quem poderia evitar a agressão física ou psicológica que perpetra contra terceiros, contra professores(as), orientadores(as) e diretores(as).

Abraçar o “determinismo” como vimos fazendo há mais de 100 anos é punir a vítima e “ninar” o agressor, é encarcerar quem deve ser livre e libertar quem deve ser encarcerado.

Se alguém está com um vírus letal à semelhança do Ebola ou Covid-19, então aceitamos o distanciamento social. Mas, quando alguém está possuído pelo “vírus” do mal que incendeia cabelo de professoras, destrói escolas, rouba o material escolar do colega, ameaça, causa lesão corporal física e psicológica e até morte de profissionais do ensino, então tratamos tais agressores como “coitadinhos” cuja culpa vem da pobreza ou do meio ambiente em que nasceu, é, ou foi criado. Não há lógica nem racionalidade no comportamento de quem agride, nem no comportamento de quem privilegia o agressor e pune a vítima!

Que benefício há em absolver sumariamente a agressores e condenar vítimas? Quem ganha e quem perde nessa guerra infinita entre filhos mimados de pais e (ir)responsáveis que terceirizam a educação, contra os profissionais do ensino?

Há tempos entramos em um ciclo perigoso em que aplaudimos a humanidade selvagem do presente, que segue destruindo a possibilidade de uma humanidade educada futura. Famílias, sociedade e Estado estão agindo quais tolos que seguem ausentes, mesmo quando presentes.

Sobre o autor

Formado em Direito, Pós-graduado em Política e Estratégia pela Associação dos Diplomados da Escola Superior de Guerra (ADESG) e pela Universidade de Brasília (UnB). Concluiu Doutorado em Ciências Jurídicas e Sociais na Universidad Del Museu Social Argentino, Buenos Aires-AR, em 2012 e Pós-Doutorado em Tradição Civilística e Direito Comparado pela Universidade de Roma Tor Vergata. Professor de Hermenêutica Jurídica e Direito Penal nas Faculdades Integradas do Planalto Central e de Direito Penal, Processo Penal e Administrativo em cursos preparatórios para concursos, por 19 anos, em Brasília, Goiânia, Belo Horizonte e Porto Alegre. É Palestrante. Já proferiu palestras na Universidade de Vigo-Espanha e Universidade do Minho, Braga-Portugal, sobre seu livro e, Ciências Sociais "A mulher e sua luta épica contra o machismo". Proferiu palestra na University of Columbia em NYC-US, sobre sua Enciclopédia Corruption in the World, traduzida ao inglês e lançada pela editora AUTHORHOUSE em novembro/2018 nos EUA. É Escritor com mais de 15 livros jurídicos, sociais e literários. Está publicado em 4 idiomas: português, espanhol, inglês e francês. Premiado pelo The International Latino Book Awars-ILBA em 2013 pelo romance de ficção e espionagem “O gestor, o político e o ladrão” e em 2018 mais dois livros: A novela satírica, Sivirino com “I” e o Deus da Pedra do Navio e o livro de autodesenvolvimento “Obstinação – O lema dos que vencem”, com premiação em Los Angeles/EUA. Seu livro de poemas “Rasgos no véu da solidão”, em tradução bilíngue português/francês foi lançado em junho/2018 na França. Eleito em 17/11/2018 para o triênio 2019/2021, Diretor Jurídico do SINDESCRITORES (Sindicato dos Escritores do Distrito Federal), o primeiro e mais antigo Sindicato de Escritores do Brasil.

Judivan J. Vieira
Procurador Federal/Fiscal Federal/Federal Attorney
Escritor/Writer - Awarded/Premiado by ILBA
Palestrante/Speaker/Conferenciante

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